Uma nova era do funcionamento dos bancos brasileiros inicia nessa sexta-feira, 13 de agosto de 2021. Está previsto para iniciar nessa data a fase 2 do Open Banking. Ela compreende o compartilhamento de dados cadastrais e transacionais de clientes, mediante seu prévio consentimento.

A primeira fase do cronograma já está acontecendo desde o dia 1º de fevereiro, quando os bancos passaram a ter direito de compartilhar informações sobre seus produtos e serviços, localização das agências e canais de atendimento. As instituições agora podem comparar por meio de API's (sistemas de interface de programação de aplicações) os dados dos clientes.

O Open Banking é uma medida de longo prazo e prioritária na agenda BC, que visa definir as condições para o sistema financeiro do futuro, mediante a criação de novos canais de comunicação e de acesso a serviços financeiros, de forma a garantir uma jornada digital para o consumidor que seja segura, ágil, efetiva e conveniente.

Quais dados serão compartilhados?

No Brasil, o compartilhamento de dados cadastrais serão:

  • Dados pessoais (nome, CPF/CNPJ, telefone, endereço, etc.);
  • Dados transacionais (informações sobre sua renda, faturamento no caso de empresas, perfil de consumo, capacidade de compra, conta corrente, entre outros);
  • Dados sobre produtos e serviços usados pelo cliente (informações sobre empréstimos pessoais, financiamentos, etc).

Lembrando que todos os dados só serão compartilhados com o consentimento do usuário.

O que muda com o Open Banking?

Com o cliente podendo ter mais controle do compartilhamento de seus dados, será bem mais simples abrir contas e adquirir produtos e serviços em diferentes instituições ao mesmo tempo.

A tendência é que surjam novos modelos de negócios e que as empresas tenham mais concorrência, sendo mais benéfico para o cliente que terá mais opções e produtos mais baratos.

Quais as vantagens do Open Banking?

No Brasil atualmente, existe uma assimetria muito grande de informações. Por exemplo: se um cliente tem conta em um determinado banco, essa instituição detém o histórico de crédito desse cliente, onde consta se ele é ou não um bom pagador.

Porém, se o cliente desejar pedir um empréstimo em outro banco que não tenha conta aberta, ele terá dificuldade, isso porque esse banco não tem dados suficientes para conferir se a capacidade de pagamento da pessoa pode estar liberando esse crédito.

Muitas vezes, as instituições que não têm essas informações acabam não liberando crédito para esse cliente.

A vantagem do Open Banking é reduzir essa barreira de entrada, deixando os serviços mais democráticos para empréstimos, produtos financeiros, bancos, fintechs e instituições de pagamentos.

Implantação foi adiada

Recentemente, o Banco Central divulgou a decisão de atrasar em alguns meses o cronograma de implantação do novo sistema. O objetivo é o lançamentos de cada uma das etapas só aconteça quando o sistema for realmente funcional e eficiente.

A própria fase 2, inclusive, foi adiada. Elas estava prevista para ter início no dia 15 de julho de 2021, porém, seu início foi passado para agosto. Segundo o BC, isso se deu para que todas as intituições participantes pudessem fazer os últimos testes e ajustes.

Além disso, a implementação completa do sistema que estava prevista para o dia 30 de agosto deste ano passa para o dia 30 de setembro de 2022.

Veja o cronograma atualizado:

  • 13 de agosto de 2021 - Início da fase 2: Troca de dados de cadastros e de transações entre as instituições.
  • 30 de agosto de 2021 - Início da fase 3: Compartilhamento de serviços de transferências pelo Pix.
  • 15 de dezembro de 2021 - Início da fase 4: Troca de informações entre as instituições sobre os demais produtos financeiros.
  • 15 de fevereiro de 2022: Compartilhamento de serviços de transferências entre contas do mesmo banco e TED.
  • 30 de março de 2022: Compartilhamento do envio de propostas de operações de crédito a clientes que aderirem ao open banking.
  • 31 de maio de 2022: Compartilhamento de dados de clientes sobre demais operações financeiras.
  • 30 de junho de 2022: Compartilhamento de serviços de pagamento por boleto.
  • 30 de setembro de 2022: Compartilhamento de serviços de débito em conta.