Conhecer a história do dinheiro no Brasil é compreender a nossa economia hoje e como se deu essa construção. Fatos como o começo do comérico, as relações econômicas históricas, etc, são parte de quem somos hoje.

Porque independente da época, a economia estimula a relação entre as pessoas. Às vezes essas relações são negativas, quando se tornam explorações de uns sobre os outros e então, conhecer a história pode ser uma forma de não deixar que os erros do passado se repitam.

Mas há também as relações positivas, as atitudes que ajudaram o brasileiro a, aos poucos, viver melhor, alcançar um pouco mais de qualidade de vida. O dinheiro também pode ser muito bom, não é mesmo?

Por isso, confira abaixo algumas curiosidades. Veja alguns fatos que marcaram a história da economia do Brasil (e do mundo) e amplie seus conhecimentos sobre a nossa história.

6 fatos sobre a história do dinheiro no Brasil

Vamos ver detalhes deste surgimento e algumas curiosidades a respeito do assunto.

1. Como as pessoas compravam antes do dinheiro?

Antes de tudo isso que conhecemos surgir, em uma condição mais primitiva, os seres humanos sobreviviam da caça, pesca e da colheita de alimentos que a natureza disponibilizava. Mas, mesmo parecendo uma vida tranquila, não era bem assim, já que as condições de falta de alimentos por causa do clima eram grandes problemas na época.

Para resolver isso começaram a ser criadas comunidades, tribos e clãs, mas isso não fazia com que o problema fosse eliminado. Com o tempo, alguns conseguiam se proteger do frio, outros tinham melhores manuseios com o gado e outros eram melhores em fazer pães e todos se ajudavam.

Com o que sobrava das produções, as pessoas começaram a trocar, fazendo com que todos tivessem um pouco de cada. Porém, não havia uma definição clara do valor de cada coisa e os produtos tinham vida útil limitada.

O sal foi um dos primeiros itens a serem usados como troca. Então, os produtos tinham o valor determinado em sal, fazendo com que seu nome fosse referência ao nosso salário do mês.

A primeira aparição do dinheiro foi implantada pelos babilônios há mais de 400 mil anos, quando os agricultores depositavam sacos de grãos em armazéns que eram dos reis e em troca eles recebiam pedaços de argila com a quantidade de grãos depositados gravadas.

Com isso, as pessoas começaram a usar esse tablete de argila como pagamentos. E aqueles que acumulavam esses tabletes podiam emprestá-los, recebendo, em troca, uma quantia um pouco maior. Essa foi a primeira forma de empréstimo da história.

2. Quando surgiu o dinheiro?

Pelo fato dos tabletes de argila não terem uma vida útil muito longa (pois podiam estragar), começaram os cunhos de moedas. Elas surgiram no século VII a.c. onde hoje está localizada a Turquia. Eram feitas de metal cunhado com um martelo, que permitia escrever o símbolo de seus valores.

De acordo com cada metal aplicado, como ouro, prata e cobre, era possível diferenciar seus valores. E foi a partir disso que surgiram os bancos, já que surgiu a necessidade de guardar essas moedas em um local seguro. Em troca, a pessoa ganhava um recibo como garantia do valor depositado.

Com o surgimento desses recibos, começaram então as primeiras cédulas bancárias e as de papel moeda. Mas em 1656, na Suécia, surgiram os primeiros bancos oficialmente reconhecidos. Em 1694 surgiu na Inglaterra, em 1700 na França e no Brasil, só em 1808.

É interessante destacar ainda que as cédulas começaram a ser cada vez mais úteis, porque as moedas podiam ser muito facilmente falsificadas ou adulteradas. Moedas cujo valor era medido pelo peso ou pela cor do material poderiam ser feitas de um material mais barato e banhadas a ouro, por exemplo.

3. Quando o dinheiro chegou ao Brasil?

Mesmo com a demora para que tivéssemos um banco oficial no Brasil o dinheiro teve grande circulação em nosso país desde cedo. Após o descobrimento de nossas terras, as trocas comerciais eram limitadas para as atividades de extração, comércio e exportação de peles, animais nativos e o famoso pau-brasil.

Os índios eram os que faziam a maior parte do trabalho e estavam acostumados com trocas. Eles adoravam as coisas que os colonizadores traziam e que tinham poucos valores para eles, como espelhos, facas, anzóis e miudezas.

Conforme a colonização começou a crescer no Brasil, passou a ser usada a moeda. Então, em 1568, o rei Dom Sebastião oficializou a moeda portuguesa.

As peças eram cunhadas em Portugal com materiais de ouro, prata e cobre e trazidas para cá pelos primeiros colonos. Seu nome era bem conhecido: Real. Mas com as pronúncias diferentes, a moeda começou a ser chamada de réis e oficializada em 1575. Foi em 1694 que Portugal inaugurou a primeira Casa da Moeda no Brasil e as peças começaram a ser fabricadas aqui.

4. Como o dinheiro é fabricado no Brasil?

Como em muitos países, no Brasil o dinheiro é produzido por uma instituição estatal, pertencendo então ao governo.

Inaugurada em 1694, a Casa da Moeda do Brasil é responsável por todas as etapas de produção do dinheiro, que são:

  • primeiro passo é a impressão off-set: uma camada de segurança, invisível a olho nu;
  • calcografia: após 2 dias, é incluída uma impressão em relevo;
  • finalização da impressão: são realizadas as impressões finais, como números de série e valor da nota;
  • verificação de qualidade: peso e dimensão são conferidos para verificar o padrão exigido;
  • conferência dos poros: máquinas especiais conferem a porosidade e outros detalhes das notas;
  • testes finais: desde acidez até resistência das notas.

São 12 dias o total do processo para que uma nota seja fabricada. O órgão que é responsável pela emissão de papel moeda é o Banco Central, mais precisamente o Conselho Monetário Nacional (CMN), que faz parte do Sistema Financeiro Nacional.

5. Como acontece a distribuição do dinheiro?

Conforme um estudo do Instituto Locomotiva, o dinheiro em espécie é a principal forma de pagamento para 71% da população. Mesmo que cada região do país demande uma quantidade diferente de dinheiro, ainda assim ele é a forma mais utilizada ainda.

As etapas de distribuição do dinheiro são as seguintes:

  • autorização do Banco Central;
  • produção na Casa da Moeda;
  • distribuição para gerências técnicas, onde 9 cidades recebem o dinheiro para ser distribuído por região;
  • envio para tesourarias regionais;
  • distribuição final em que outras instituições financeiras recebem o dinheiro, como agências bancárias, lotéricas e caixas eletrônicos.

6. Vale a pena usar dinheiro de papel?

A resposta é: "depende". Se for pagar a compra de uma casa, não vale a pena usar dinheiro vivo para a transação. Já para comprar algo muito barato, como uma bala, por exemplo, o custo para um pagamento no crédito seria maior que o próprio produto.

O dinheiro em espécie transmite uma sensação de controle sobre os gastos, já que é necessário tocar no dinheiro, contá-lo, conferir troco. Portanto, aquele dinheiro que você tinha, não está mais em sua posse.

Com o cartão de débito ou crédito, essa sensação não existe, pois tudo fica menos evidente. Além disso, não é necessário sair com o dinheiro na carteira, fazendo com que o controle de gastos seja imperceptível.