Quem nunca sonhou em conseguir vagas de meio período, em home office, com remuneração de R$ 800 por dia, ou até em dólar? Parece incrível, não é mesmo? Entretanto, o caso não passa de um golpe do falso emprego.

Nas redes sociais, vários são os recados de mensagens recebidas via SMS ou aplicativos de mensagem, com supostos recrutadores, a procura de funcionários para grandes corporações, como Amazon e Mercado Livre. Em suma, eles escondem golpistas, que atraem vítimas para roubar dados e até dinheiro.

Sendo assim, confira abaixo, todos os detalhes sobre esse golpe que já fez mais de 28 mil vítimas no Brasil. Além disso, saiba como se proteger dos golpistas.

Como funciona o golpe do falso emprego?

Em suma, para quem busca emprego, a atenção deve ser dupla. Só assim, será possível evitar cair em golpes. Por pouco, isso não aconteceu com Carla Soares, de 27 anos. Ela está desempregada há mais de um ano, mora na Vilão São Luiz, em Duque de Caxias, e já perdeu as contas de quantas mensagens assim já recebeu.

Inclusive, ela já recebeu e-mail com tentativas de golpe do falso emprego. Em suma, o golpista usou o nome de uma das principais empresas de recrutamento, e na urgência de voltar a trabalhar, Carla quase pagou os R$ 600 solicitados pelo suposto selecionador. Só assim, ela conseguiria garantir uma vaga de balconista de loja.

De acordo com Carla:

"Pediam uma taxa de inscrição de R$ 600 para um curso de balconista, e aí eu teria uma vaga guardada numa loja. Bate uma tristeza muito grande. Pensei que fosse finalmente voltar para o mercado de trabalho e melhorar a minha situação e do meu filho. Se eu caísse no golpe, poderia tirar o dinheiro de algo importante, que iria fazer falta, para não dar em nada".

Enquanto isso, o engenheiro de software Thiago Pereira, de 34 anos, também ganhou um SMS com uma oferta de vaga que ofertava um salário de até R$ 5 mil no setor de tecnologia da Amazon. E por coincidência, era na mesma área que ele atua:

"Um amigo do trabalho também recebeu, mas pelo WhatsApp. Engraçado que era na nossa área, não era uma vaga aleatória. Mas na hora já sabia que era fake porque na nossa área as vagas não aparecem assim, a abordagem é muito diferente. Muitos recrutadores atuam no LinkedIn, por exemplo".

De acordo com o executivo-chefe de segurança da empresa de cibersegurança Psafe, Emilio Simoni, as tentativas de golpe mais recentes levaram as vítimas a esquemas de pirâmide. Em todo o Brasil, são em torno de 3,3 mil tentativas de golpes virtuais por dia.

"Os criminosos induzem a pessoa a criar uma conta num site de afiliados, e o primeiro passo é pagar créditos de celular ou então fazer um pix, e esses valores vão para os golpistas. Quem indica mais pessoas, vai ganhando, e no fim das contas, não há emprego algum. Em outras modalidades, dados pessoais e credenciais de redes sociais são roubadas, e a vítima tem os perfis invadidos", avalia Simoni.

Como se proteger?

Em suma, as oportunidades boas demais, com salários acima da média, e sem muitas regras, podem sim, ser sinal de que a oferta, na realidade, esconde um golpe.

Sendo assim, a principal dica para não cair no golpe do falso emprego, é entrar em contato com a empresa da suposta vaga. Ou ainda, buscar informações no site da companhia. Em suma, elas geralmente possuem as vagas disponíveis no seu site.

Além disso, a especialista do portal Vagas.com, Ludmila Seki diz que os recrutadores de grandes empresas, em geral, buscam candidatos de outras formas:

"O uso desses canais por parte dos recrutadores depende muito do porte e da estrutura do time de RH de cada empresa. Pode haver exceções, mas geralmente empresas maiores costumam divulgar oportunidades abertas somente em sites de emprego mais conhecidos".

Por outro lado, Seki lembra que o caminho mais seguro de achar vagas reais é através de plataformas tradicionais de divulgação de emprego. Ou ainda, por meio de indicações de pessoas conhecidas.

"No caso das plataformas de emprego, se trata de um meio seguro porque não é possível fazer a divulgação de vagas sem um contrato legal entre a plataforma e a empresa. Isso confirma que a empresa existe e que ela inclusive paga para utilização da plataforma, evitando que empresas de mentira possam divulgar vagas de emprego que não existem", conclui Seiki.