A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) anunciou nesta terça-feira, 13 de dezembro, que seu Conselho de Administração aprovou pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) referente ao período entre janeiro a setembro de 2022.

No entanto, a matéria dos JCP ainda precisa seguir para deliberação dos acionistas em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que está prevista para ser realizada no próximo dia 23 de dezembro de 2022.

Em documento enviado à CVM, a pauta irá "com recomendação favorável da Administração à aprovação".

Estado do RS deve receber R$ 117,3 milhões em dividendos da Corsan

A Corsan mostra em tabela os valores que serão pagos aos acionistas, incluindo o Estado do Rio Grande do Sul (RS) e minoritários, que são alguns municípios.

O pagamento será de R$ 117.330.468,76 milhões ao acionista controlador, o Estado do RS. A matéria traz ainda quantia de R$ 8,90 por ação no acumulado do ano para acionistas minoritários. Veja abaixo o balanço:

Governo do RS receberá mais de R$ 117,3 milhões em dividendos da Corsan em 2022 - Reprodução
Governo do RS receberá mais de R$ 117,3 milhões em dividendos da Corsan em 2022 - Créditos: Reprodução RI Corsan/Poupar Dinheiro

Privatização da Corsan deve levantar R$ 4,1 bilhões no mínimo

Recentemente, em 1º de novembro de 2022, o governo do Estado do RS realizou uma audiência pública sobre a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

Durante o evento, foram apresentados todos os detalhes do projeto e colhidas sugestões para o aprimoramento do processo da companhia, que desistiu de IPO junto à CVM, mas segue previsto.

Segundo o secretário adjunto Guilherme de Souza, a desestatização é necessária para viabilizar o cumprimento da Lei Federal 14.026/2020, o Novo Marco do Saneamento, que traz metas desafiadoras como atender 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgotos até 2033.

Com a transferência do controle da companhia para a iniciativa privada, o vencedor do leilão precisará comprovar capacidade econômico-financeira para atingir a universalização dos serviços de saneamento, conforme a exigência legal.

O presidente da Corsan, Roberto Barbuti, ressaltou que a privatização poderá reduzir a tarifa de água. "Trará impactos altamente positivos, inclusive em termos socioambientais. Isso vai mudar o patamar da prestação do serviço de saneamento, permitindo avanços na lucratividade e na contenção de perdas, beneficiando o consumidor final", afirmou.

A privatização acontecerá por meio de leilão das ações da Corsan de propriedade do Estado e municípios que firmaram termo aditivo e optaram por aliená-las no processo de desestatização. Esse conjunto representa 99,54% da base acionária da companhia.

Condições de venda

O representante do banco Genial, Mikael Martins, explicou as condições de venda da estatal na audiência pública. Segundo o texto aprovado, a oferta de ações levantará cerca de R$ 4,1 bilhões, e o critério de julgamento será a maior proposta global.

"Este é o valor inicial. Qualquer proposta igual ou acima deste valor será válida", disse.

Por sua vez, o diretor de concessões e privatizações do BNDES, Fábio Abrahão, apontou os benefícios do projeto. "Essa operação vai melhorar a vida dos gaúchos, atrair empregos e a companhia se tornará uma entidade empresarial com envergadura nacional e até internacional. O impacto estrutural desse processo transborda as fronteiras do Estado", afirmou.

A Corsan atua em 317 municípios gaúchos, atendendo mais de 6 milhões de pessoas. Depois da audiência pública desta terça-feira (1º de novembro), os próximos passos serão a publicação do edital de licitação e a realização da sessão pública do leilão, que devem acontecer ainda em 2022.

Com informações, Sema/RS