Desde o mês de janeiro, as famílias mais pobres estavam sendo as maiores prejudicadas pela alta do custo de vida. Durante maio, porém, a pressão inflacionária pesou mais, pela primeira vez em 2022, para as pessoas de renda alta.

A alta foi de 0,93% para os mais ricos, ante a variação de 0,29% entre as famílias de renda muito baixa. Os dados fazem parte da pesquisa divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) na última terça-feira (14). No acumulado de 2022, até o mês de maio, as taxas de inflação para essas duas faixas foram de 4,66% e 4,79%, respectivamente.

Ademais, o instituto classifica como renda muito baixa aquelas famílias que ganham menos de R$ 1.808,79. Enquanto isso, os mais ricos são aqueles com renda familiar maior que R$ 17.764,49.

Inflação começa a pesar mais sobre os ricos

Ao realizar uma comparação dos resultados de maio de 2022 com o mesmo período de 2021, é possível perceber que a inflação do segmento de renda muito baixa caiu de 0,92% para 0,29%. Enquanto isso, nos domicílios de renda mais alta, a taxa avançou de 0,50% para 0,93% na mesma comparação.

De acordo com a análise do Ipea, a desaceleração inflacionária para as famílias mais pobre partiu do desempenho do grupo "habitação", cujas deflações de 8,0% da energia elétrica e de 1,0% do gás de cozinha contrastam com as altas de 5,4% e 1,2%, respectivamente, vistas em maio de 2021.

Para a faixa de renda mais elevada, o custo de vida foi menor em maio de 2021, por causa do subgrupo "transportes". Em suma, o mesmo apresentou uma queda de 28,3% das passagens aéreas naquele mês, além de reajustes mais modestos no subgrupo "serviços pessoais e recreação".

Por fim, com exceção das famílias mais ricas, a variação acumulada em 12 meses até maio reduziu para todas as outras faixas de renda. Apesar do alívio, a maior taxa acumulada ainda se encontra na classe de renda muito baixa (12%). Já a menor é verificada no segmento de renda média-alta (11,2%), que ganham até R$ 16.509,66.