A holding Itaúsa (ITSA4) e o Grupo Votorantim assinaram juntos contratos para aquisição da totalidade das ações detidas pela Andrade Gutierrez Participações S.A. na empresa de infraestrutura rodoviária CCR, listada na Bolsa de Valores de São Paulo (CCRO3). A operação foi anunciada pelas companhias na terça-feira, 5 de julho.

Segundo o documento divulgado, a transação considera a aquisição de 300.149.836 milhões de ações da CCR, representativas de 14,86% de seu capital total, com investimento total de aproximadamente R$ 4,1 bilhões.

Desse total, a Itaúsa irá adquirir 208.669.918 de ações, representativas de 10,33% do capital total da CCR, com investimento total de R$ 2,9 bilhões. Os recursos da Itaúsa serão financiados por meio da combinação de recursos próprios e de terceiros, não sendo esperados efeitos relevantes da Transação no resultado da Itaúsa neste exercício social, segundo a empresa.

Portanto, a fatia restante, de R$ 1,2 bilhão ficará na conta do Grupo Votorantim, que tem em seu portfólio várias empresas, como participação de 67,9% na Companhia Brasileira de Alumínio, a CBA (CBAV3), bem como fatia de 50% no banco BV.

"Esse investimento reúne características fundamentais da estratégia de alocação eficiente de capital da Itaúsa, que considera empresas líderes em seus setores de atuação, a relação risco/retorno atrativa, o potencial de crescimento e impacto positivo para a sociedade, bem como parceiros estratégicos com experiência comprovada no setor de atuação e governança que permitirá à Itaúsa o exercício de influência e compartilhamento de melhores práticas ESG", explica a holding, que possui em seu portfólios grandes nomes, como Itaú Unibanco, Dexco (antiga Duratex) e Alpargatas (dona da marca de calçados Havaianas).

Os grandes acionistas da CCR

Segundo o último comunicado e a atual base acionária da CCR, a Andrade Gutierrez vai se retirar da companhia, vendendo sua participação de 14,86%. Após a finalização da venda, a Itaúsa seguirá entre os três grandes acionistas.

A holding Soares Penido segue com a maior fatia da CCR, de 15,05%, enquanto a holding e gestora Mover possui hoje participação de 14,86% na companhia.

Reprodução/RI CCR.
Reprodução/RI CCR.

Sobre a CCR

Fundada em 1999, a CCR é uma das maiores companhias de concessão de infraestrutura e mobilidade da América Latina, com atuação nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana, aeroportos e serviços, tendo sido a primeira empresa a ingressar no Novo Mercado da B3.

Atualmente, a CCR é responsável por 3.698 quilômetros de rodovias da malha nacional concedida entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A companhia, comprometida com o desenvolvimento sustentável, integra há 11 anos o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da B3 e assinou o Pacto Global da ONU, além de empregar mais de 15 mil pessoas, sendo então um grande ativo com a causa ESG para os novos acionistas.

Após a assinatura dos contratos, a conclusão da transação ainda depende do cumprimento de condições precedentes usuais a negócios dessa natureza, dentre elas aprovações das autoridades regulatórias, inclusive do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

Conforme disposto no Acordo de Acionistas negociado com os demais acionistas controladores da CCR, a Itaúsa terá o direito de indicar o mesmo número de conselheiros de administração que os demais signatários do acordo e 1 membro para cada um dos seus seguintes Comitês de Assessoramento: Gente e ESG, Compliance e Riscos, Resultados e Finanças e Novos Negócios.

Cotação da Itaúsa (ITSA4) e CCR (CCRO3) na B3

A CCR (CCRO3) fechou 5 de julho com queda de 1,23%, cotada a R$ 12,04 na B3. Já as ações da Itaúsa atingiram cotação de R$ 22,79 no mesmo dia, com alta de 0,71%, segundo os registros.