De acordo com os dados divulgados pelo Banco Central (BC), no último dia 27, as famílias e as empresas pagaram taxas de juros mais altas em agosto. A taxa média de juros para as pessoas físicas no crédito livre, chegou a 40,9% ao ano. Ou seja, um aumento de 1,1 ponto percentual em relação a julho e de 1,8 ponto percentual em 12 meses.

Nas contratações com as empresas, a taxa livre aumentou 0,7 ponto percentual no mês, e 3,9 ponto percentual em 12 meses. Dessa forma, chegou a 16,2% ao ano. Já para as pessoas físicas, o destaque foi para o cartão de crédito rotativo. Ele teve uma alta de 4,6 ponto percentual no mês. E pasme: diante disso, chegou a uma taxa de 336,1% ao ano!

O rotativo é aquele crédito que o consumidor toma, quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão, e dura 30 dias. Depois desse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida. Nesse caso, no cartão parcelado, os juros ficam 163,7% ao ano.

Aumento dos juros

Outros fatores importantes que influenciaram no crescimento de juros para as famílias, foram as taxas do cheque especial. Em suma, ele teve alta de 0,9 ponto percentual - 124,9% ao ano. Já o financiamento de veículos teve uma alta de 0,8 ponto percentual - 22,7% ao ano.

Ademais, o crédito pessoal não consignado registrou um aumento de 0,7 ponto percentual - 80,2% ao ano. já os juros do crédito pessoal conginado também cresceram 0,1 ponto percentual no mês, para 18,9% ao ano.

No que diz respeito ao crédito livre para as empresas, ocorreram aumentos na maioria das modalidades, em especial no capital de giro, com alta de 0,6 ponto percentual - para 16,2% ao ano. Já o financiamento para exportações, teve um aumento de 1,2 ponto percentual, e chegou a 11,6% ao ano.

As modalidades de crédito rotativo, tiveram uma alta de 10,8 pontos percentuais, e assim, alcançaram 218,7% ao ano. O financiamento para importações também teve aumento de 7,8 ponto percentual, para 10% ao ano.

Crédito direcionado

As taxas são do crédito livre, nos quais os bancos possuem autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado. Além disso, podem definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado conta com regras definidas pelo governo, e se destina aos setores habitacionais, rurais, de infraestrutura e ao microcrédito.

Em suma, no caso do crédito direcionado, a taxa média para as pessoas físicas ficou em 7,1% ao ano em agosto. E assim, registrou uma alta de 0,1 ponto percentual no mês. Para as pessoas, a taxa aumentou 0,8 ponto percentual para 10% ao ano no mês de agosto.

No total, nas contratações de crédito livre e direcionado, a taxa média de juros do SFN encontrou um aumento de 0,7 ponto percentual no mês. E de 2,5 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 21,1% ao ano.

A alta dos juros bancários médios acontece no mesmo momento em que há um aumento da Selic. Após chegar ao menor nível da história no mês de agosto de 2020 em 2% ao ano, taxa começou a subir, e hoje está em 6,25%.