A queda repentina das ações do Magazine Luiza (MGLU3) prejudicou a rentabilidade da carteira de muitos investidores, assim como tirou Luiza Trajano da lista global de bilionários da Forbes.

Em suma, a presidente do conselho administrativo da varejista perdeu grande parte da sua fortuna. Para se ter ideia, o recuo já ultrapassa os 87% nos últimos 12 meses.

De acordo com as informações da revista, o ápice financeiro da empresária foi alcançado em julho de 2021. Na ocasião, o seu patrimônio estava avaliado em US$ 5,6 bilhões (ou cerca de R$ 28,6 bilhões).

Entretanto, de lá pra cá, a fortuna de Trajano só tem diminuído. Segundo a Forbes, ela já perdeu US$ 1,6 bilhão (R$ 8,1 bilhões) somente entre janeiro e maio deste ano.

O que levou a essa queda das ações?

Em suma, a espiral descendente das ações do Magazine Luiza e da fortuna de Luiza Trajano tem relação, em parte, com o cenário macroeconômico muito desfavorável. No decorrer do auge da pandemia, a empresa aumentou de forma robusta. Entretanto, o cenário decaiu.

A inflação alta obriga os BCs a aumentarem os juros. Por aqui, a Selic está em 13,25% ao ano, já nos Estados Unidos, os Fed Funds chegaram ao patamar de 0,75% a 1%.

A inflação persistentemente alta obriga os BCs a elevarem juros: por aqui, a Selic já está em 12,75% ao ano; nos EUA, os Fed Funds atingiram o patamar de 1,50% e 1,75% ao ano.

Somado a isso, existe também a desaceleração econômica. Os juros altos tendem a encarecer os financiamentos bancários, bem como diminuir o ritmo de consumo — uma questão relevante para as empresas mais expostas à dinâmica da atividade doméstica.

Ademais, as compras online já não possuem mais o mesmo apelo com a reabertura da economia. Entretanto, isso não se reverteu em uma alta expressivo das vendas nas lojas físicas. Somado a isso, há a alta na competição estrangeira no acirrado e-commerce do Brasil.

Por fim, além do Mercado Livre, e da Amazon, as empresas asiáticas como a Shopee, Shein e Aliexpress, começaram a investir pesado em publicidade, atraindo assim, consumidores e vendedores para os seus próprios marketplaces.