Após um icônico IPO (sigla em inglês para "initial public offering"), sem lock-up, o Nubank já vinha vendo suas ações recuarem da forte alta registrada nas estreias em Wall Street (Nyse) e na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), em 9 de dezembro. Porém, nessa semana, a queda registrada foi um pouquinho maior.

Até então, ainda que em queda, os preço das ações na Nyse (NU) qe dos BRD na B3 (NUBR33), estavam acima do preço do IPO, ou seja, quem se tornou acionista antes da estreia, ainda estava com lucro. Entretanto agora, com o preço abaixo do IPO, os ativos do Nubank estão no vermelho.

Queda iniciou no dia 13 de dezembro

Essa diminuição dos preços do Nubank iniciou no pregão do dia 13 de dezembro, quando as ações na Nyse (NU) fecharam com queda diária de 8,78% a um preço de US$ 10,81 - o que ainda fica acima dos US$ 9 precificados no IPO.

Mas, vale lembrar que o mercado financeiro norte-americano passou por baixas nesse dia, devido às tensões diante de possível aumento na taxa de juros dos Estados Unidos.

Já na B3, os Brazilian Depositary Receipts (BDR) do Nubank, de código NUBR33, registraram uma queda de 7,39% no dia 13 de dezembro, com cotação de R$ 10,65 cada. Sendo que os papéis entraram no mercado com preço de R$ 8,36.

Mas o mercado brasileiro também havia começado a semana com queda; o Ibovespa teve recuo de 0,35% aos 107.383 mil pontos - mesmo em meio a otimismo vindo da divulgação do Relatório Focus do Banco Central. O ajuste de juros estadunidenses também influenciou.

Contribuindo para as oscilações nas ações e BDR, o IPO do Nubank não contou com o lock-up na maioria dos casos. O lock-up é uma ferramenta usada para impedir que os investidores - que participaram do período de reserva no IPO - negociem as ações na Bolsa de Valores por um determinado período, o que evita especulação (e a chamada Flipagem) e favorece a manutenção da base inicial de sócios.

Portanto, com exceção dos clientes que participaram do Programa NúSócios (de BDR grátis), diretores executivos e membros do Conselho de Administração, a maioria das pessoas que compraram as ações do Nubank no IPO já podem vender os papéis, se assim desejarem.

Após correção, preço estabiliza

Num primeiro momento a queda foi vista como uma correção de preços já que, segundo alguns especialistas o Nubank estava fazendo sua estreia com uma avaliação bem alta e ainda assim a cotação foi bastante elevada nos primeiros dias. Uma baixa, portanto, era até esperada.

Além disso, as ações e os BDRs naturalmente sofrem influência das bolsas de valores que sofrem constantes oscilações e no caso do Brasil, especialmente, na última semana, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, esteve mesmo em queda também.

Na B3, o fundo do poço - pelo menos por enquanto - ocorreu na segunda-feira, dia 20 de dezembro, quando a cotação chegou a R$ 8,50. Depois disso, uma alta de 1,53% já foi registrada. Na manhã dessa quarta-feira, dia 22, cada BDR custava R$ 8,67.

E na Nyse foi muito semelhante. Na segunda, dia 20, as ações chegaram a valer US$ 8,94, mas de lá para cá já subiram 3,24% de forma que agora, nessa quarta-feira, dia 22, as ações estão custando US$ 9,23.

Dessa forma, na soma total, nessa quarta-feira, as ações NU registravam uma queda de 10,65% desde sua estreia e os BDRs uma queda de 13,65%.

Nubank tornou-se o maior banco da América Latina e a 3ª empresa mais valiosa do Brasil

Isso tudo não muda, porém, o fato de que desde o IPO, quando o Nubank abriu capital e atingiu valor de mercado acima de US$ 41,7 bilhões, ou cerca de R$ 233 bilhões, e, como banco digital, tornou-se a maior instituição financeira da América Latina, ultrapassando bancos tradicionais, como Itaú e Santander.

Após a estreia na Nyse, com cada ação fixada a um preço de US$ 9 já entrando em Wall Street a US$ 11,25, o Nubank ainda cresceu mais, chegando a US$ 50 bilhões em valor de mercado, sendo a terceira empresa mais valiosa do Brasil, segundo o site CompaniesMarketCap. Hoje o Nubank fica no TOP3 com a Petrobras (US$ 72 bilhões) e a Vale (US$ 69,6 bilhões).

Vamos observar então os próximos capítulos para ver como o Nubank vai se sair, não é mesmo?