Está buscando diversificar sua carteira? Uma das alternativas é o investimento em ouro, metal precioso que ajuda a reservar valor e a enfrentar crises financeiras dos países, pois normalmente, quando as moedas estão em queda, é então que o preço do ouro sobe.

Um exemplo disso é o que aconteceu em 2020. Ao longo do ano passado, a valorização do ouro durante a crise econômica mundial causada pela Covid-19, foi de 55%. Logo, aqueles que enxergaram no ativo uma forma de lidar com a incerteza causada pela pandemia conseguiram alcançar bons resultados ao longo do ano.

Porém, quem busca essa diversificação pode ter muitas dúvidas sobre como investir em ouro. Quais as formas possíveis de se fazer esse investimento? Qual é a melhor delas? Nesse artigo vamos trazer 6 opções de investimento em ouro pra te ajudar a responder essas perguntas. Veja abaixo.

6 formas de como investir em ouro

O investimento em ouro é caracterizado, em geral, pela compra do metal precioso ou de ativos que tenham o desempenho ligado ao dele. Atualmente, encontramos, pelo menos, 6 opções com esse perfil. Veja só:

1. Ouro físico

A primeira opção é investir em ouro físico e isso pode ser feito por meio de distribuidores especializados. A compra pode ser de barras de ouro ou de moedas. O problema, nesse caso, é onde guardar o ouro comprado. Em muitos casos, os investidores se utilizam de empresas, como bancos, por exemplo, que aceitem guardar o metal precioso cobrando um preço por esse serviço.

Por outro lado, a vantagem nesse tipo de investimento está na acessibilidade, ou seja, com um valor não muito alto, é possível adquirir ouro, já que na data em que esse artigo está sendo escrito, (20 de agosto de 2021, a grama de ouro está custando cerca de R$ 312,00.

Vale ficar ligado, porém, porque a cotação do ouro (por ser uma commodity) é feita em dólar, então o preço do ouro no Brasil sofre os efeitos da lei de oferta e demanda, mas também da variação cambial entre real e dólar.

2. Exchange Traded Funds (ETFs)

Os ETFs são fundos de investimentos que seguem um índice do mercado, ou tentam replicá-lo. Há, por exemplo, ETFs que procuram seguir o desempenho do Ibovespa. E há também ETFs de ouro, como é o caso do GOLD11. Ele procura seguir o índice iShares Gold Trust, acompanhando o preço do outo em dólar, então o desempenho desse ativo segue, em geral, a valorização do indicador estrangeiro.

Desempenho do GOLD11 nos últimos 12 meses. Créditos: Reprodução/Google Finanças
Desempenho do GOLD11 nos últimos 12 meses. Créditos: Reprodução/Google Finanças

ETFs costumam ser facilitadores de investimentos, simplificando a vida dos investidores, já que possuem uma estabilidade maior. São muito bons para quem está começando, ou para quem evita se expor a riscos muito grandes.

3. Contratos futuros

Os contratos futuros são acordos de compra de ouro com preço prefixado. Eles são feitos e, na data de vencimento, o comprador recebe a quantia acordada e arca com o valor estipulado previamente no acordo.

Eles são bastante utilizados como uma forma de proteção às variações do mercado, já que o valor é pré-acordado entre as partes. Na B3 é possível adquirir esse ativo pelo código de negociação OZ1. Cada contrato equivale a 250 gramas de ouro fino, que fica custodiado em uma instituição credenciada pela bolsa de valores brasileira.

O maior problema, porém, é que esse costuma ser um investimento que envolve quantias maiores de dinheiro, de forma que ele não é muito acessível.

4. Contratos à vista

O investimento também pode ser feito em contratos com pagamento à vista. Nesse caso, é possível negociar frações do contrato:

  • Lote Padrão de 250g (OZ1D);
  • Lote Fracionário de 10g (OZ2D);
  • Lote Fracionário de 0,225g (OZ3D).

Os contratos futuros e à vista podem ser obtidos em corretoras de valores e bancos.

5. Fundo de investimento em Ouro

Outra opção são os fundos de investimento, que são semelhantes aos ETFs, mas que nesse caso, não seguem necessariamente um índice. Os ativos que estarão dentro do fundo são escolhidos pelo administrador.

Esses fundos podem investir diretamente ou indiretamente em ouro. Eles podem investir, por exemplo, em empresas que trabalham com ouro, como as mineradoras. Também pode ser um fundo que invista em contratos futuros ou à vista.

As corretoras de valores e os bancos são os principais fornecedores dessa modalidade de investimento. Por isso mesmo, em muitos casos, haverá uma taxa pela administração do fundo de investimento.

6. BRDs

Existem também os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) de empresas que atuam com o ouro. Na B3 há os da Aura Minerals (AURA33), por exemplo. Outra opção são os da Newmont Corporation (N1EM34). Eles podem ser comprados por meio de qualquer home broker.

Desempenho da AURA33 nos últimos 12 meses. Créditos: Reprodução/Google Finanças
Desempenho da AURA33 nos últimos 12 meses. Créditos: Reprodução/Google Finanças
Desempenho do N1EM34 nos últimos 12 meses. Créditos: Reprodução/Google Finanças
Desempenho do N1EM34 nos últimos 12 meses. Créditos: Reprodução/Google Finanças

Os BDR's são certificados dados pelas instituições brasileiras às empresas estrangeiras. Com isso, o investidor tem acesso a ações de gigantes globais e a fundos (ETF's) negociados em todo o planeta, sem sair do país. Algo bacana, não?

Riscos de investir em ouro

Como acontece com quase todos os tipos de ativos, investir em ouro também possui seus riscos e é importante conhecê-los antes de tomar uma decisão. Um dos principais riscos no investimento direto ou indireto em ouro esá na possibilidade de oscilação de seu preço.

Se o investimento for direto, os ganhos e as perdas serão na mesma proporção dos ganhos e perdas do ouro. E se o investimento for indireto, às vezes, outros fatores também contribuem para reduzir ou elevar o preço, mas ainda assim, se houver uma queda no preço do ouro, é provável que isso afete no preço do ativo também.

Além disso, como já dissemos antes, o preço do dólar afeta o preço do ouro no Brasil. Quanto mais caro estiver o dólar, mais caro será investir em ouro. Então é bom comprar ouro ou ativos ligados a ele em um momento de queda do dólar e então, você até poderá torcer para que o dólar dê uma subidinha.

Aliás, isso até ajuda o investidor a compensar alguns gastos extras que ele pode vir a ter em função da alta do dólar e da inflação atrelada a ele. Ou seja, de um lado, o dólar sobre e as coisas ficam mais caras no país, mas de outro, o investidor investiu em ouro, que irá se valorizar, equilibrando as perdas.

Uma forma de acompanhar a valorização ou desvalorização do ouro é a taxa de juros. O ouro concorre com outras formas de reservar valor. Portanto, títulos do governo mais vantajosos podem influenciar a demanda das pessoas pelo ativo.

Melhor momento para investir em ouro

O investimento em ouro deve ser visto como mais uma forma de diversificar a carteira. Ele pode não ser o ativo mais rentável, e pode também ter seus riscos, mas como falamos lá em cima, ele tem uma tendência de resistir às crises, com possibilidade de valorização pelo aumento da demanda por proteção patrimonial. Aliás, ele conta com um valor intrínseco, sendo usado em componentes eletrônicos, máquinas hospitalares, joias etc.

As formas de investimento em ouro são procuradas pensando também na inflação. Para o pequeno investidor, por exemplo, a desvalorização do real afeta bastante o salário, e o ouro é um mecanismo para proteger o seu patrimônio, como já dissemos acima.

Por isso, o momento certo para investir está relacionado a proteger o patrimônio e diversificar os investimentos, de acordo com o perfil de investidor de cada um. Aumentar os investimentos em ouro pode ajudar a minimizar os riscos existentes na carteira, desde que você escolha uma quantidade razoável para o seu perfil de investidor.

Então... não é tão difícil investir em ouro, não é mesmo?