Após o economista Adriano Pires desistir do cargo, está indicado para a presidência da Petrobras (PETR3 e PETR4) o químico industrial e Ex-Secretário do Ministério das Minas e Energia (MME) José Mauro Ferreira Coelho. A decisão do governo - que é o controlador da petrolífera - ainda será deliberada em Assembleia Geral Ordinária de acionistas, marcada para 13 de abril, próxima quarta-feira.

A Petrobras recebeu uma correspondência do Ministério das Minas e Energia (MME), na noite de quarta-feira, 6 de abril, em relação à Assembleia Geral Ordinária da petrolífera, que traz duas substituições nas indicações para a eleição ao Conselho de Administração da companhia, que também será deliberada na reunião de acionistas.

Segundo o documento, os acionistas vão analisar a indicação de Márcio Andrade Weber para Presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Engenheiro civil, Weber, dentre outras atividades, foi Diretor da Petroserv entre os anos de 2007 até 2020.

Antes, o governo havia indicado o engenheiro civil e atual presidente do Clube de Regatas do Flamengo (o time de futebol), Luiz Rodolfo Landim Machado, ao cargo de Presidente do CA da Petrobras.

Outra novidade nas indicações é o atual Presidente do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural, José Mauro Ferreira Coelho que deve assumir como membro do CA. Em março, o governo havia indicado para esse mesmo cargo Joaquim Silva e Luna, atual membro do Conselho de Administração da Petrobras e Presidente da petrolífera desde abril de 2021.

Eleições na Petrobras: veja os nomes indicados para o Conselho de Administração (CA)

O Governo, por meio do Ministério das Minas e Energia (MME), indicou oito nomes ao todo para ocupar cargos no Conselho de Administração da Petrobras. Veja abaixo a relação:

Nome do Candidato Cargo a Concorrer na Petrobras (PETR4) Ocupação mais recente
Márcio Andrade Weber Presidente do CA Diretor da Petroserv (2007-2020)
José Mauro Ferreira Coelho Membro do CA Presidente do Conselho de
Administração da Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural (desde 2020)
Carlos Eduardo Lessa Brandão Membro do CA Aministrador de recursos de terceiros autorizado pela CVM e conselheiro de administração certificado pelo IBGC (CCA+)
Eduardo Karrer Membro do CA Sócio-Gestor e fundador da Cia Positiva de Energia
Luiz Henrique Caroli Membro do CA Almirante de Esquadra da Marinha do Brasil (desde 2016)
Murilo Marroquim de Souza Membro do CA Presidente da Visla Consultoria de Petróleo (desde 2011)
Ruy Flaks Schneider Membro do CA É membro do Conselho de Administração da Eletrobras desde 2019, e da Petrobras desde 2020
Sonia Julia Sulzbeck Villalobos Membro do CA Foi membro do Conselho de Administração da Petrobras de 2018 até 2020, sendo eleita novamente em 2021
Fontes: MME e Petrobras/Poupar Dinheiro

Quem é o indicado pelo MME à Presidência da Petrobras (PETR4)?

José Mauro Ferreira Coelho, indicado pelo governo para Presidente da Petrobras, é formado em Química Industrial pelas Faculdades Reunidas Professor Nuno Lisboa, e foi Oficial de Artilharia do Exército brasileiro entre 1983 e 1991.

No âmbito acadêmico, o indicado possui especialização em Ciências dos Materiais pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), mestrado em Engenharia dos Materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e doutorado em Planejamento Energético pelo Programa de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em 2007, José Mauro Ferreira Coelho atuou como professor de cursos de graduação e pós graduação em diversas universidades públicas e privadas em disciplinas ligadas a setores como de petróleo e gás natural. No mesmo ano, em 2007, José Mauro ingressou na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), onde ficou até 2020.

Entre 2020 e 2021 ele atuou como Secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis no Ministério de Minas e Energia (MME). Segundo o documento divulgado pela Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho atualmente atua, desde 2020, como Presidente do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A (PPSA).

Adriano Pires desiste de ocupar a presidência da Petrobras

Na última segunda-feira (04 de abril), o economista Adriano Pires mandou ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, uma carta em que oficializa a desistência de assumir a presidência da Petrobras.

Com a guerra entre Ucrânia e Rússia, o preço do petróleo e dos combustíveis tiveram forte alta nas últimas semanas no mercado internacional, sendo que esse cenário chega ao Brasil por causa da atual política da Petrobras, de acompanhar a tabela de preço estrangeira.

Em meio ao conflito, Pires havia sido indicado pelo governo para liderar a Petrobras, no lugar do general da reserva, Joaquim Silva e Luna, atual presidente da estatal. A troca foi divulgada por conta da insatisfação do presidente Jair Bolsonaro com a alta do preço dos combustíveis no país.

Pelo documento, Adriano Pires agradeceu a indicação, e reforçou o seu compromisso de seguir na luta pelo desenvolvimento do mercado de óleo e gás. Entretanto, disse também que não poderia conciliar o cargo com as atividades de consultoria que já efetua para empresas do setor.

Petrobras fala sobre desinvestimento na Braskem (BRKM5)

Nesta quinta-feira, 7 de abril, a Petrobras anunciou um comunicado sobre as notícias divulgadas na mídia, sobre os planos para venda de participação da petrolífera na petroquímica Braskem. Veja abaixo o que disse o documento:

A Petrobras, em relação às notícias veiculadas na mídia referentes ao processo de desinvestimento da Braskem, reafirma que sua participação na Braskem faz parte da carteira de ativos à venda pela companhia, conforme divulgado no Plano Estratégico 2022-2026. A Petrobras informa que não está conduzindo nenhuma estruturação de operação de venda no mercado privado. A companhia manterá o mercado informado a respeito de eventuais informações relevantes sobre o assunto.

Cancelada devido a um cenário desfavorável identificado, a venda de parte da Braskem (BRKM5) pela Petrobras seria por meio de uma oferta pública que poderia levantar R$ 8 bilhões.