Depois de semanas de tensões, na madrugada dessa quinta-feira, 24 de fevereiro, a Rússia iniciou sua operação de invasão à Ucrânia, dando início assim, oficialmente, a uma guerra com seu país vizinho.

Segundo informações divulgadas por agências internacionais e enviados especiais de diversos veículos brasileiros, o ataque iniciou com bombardeios e movimentações de tanques em várias cidades ucranianas.

Na Rússia, o presidente Vladimir Putin fez declarações, autorizando a invasão e pedindo que a população e o exército ucraniano não ofereçam resistência. Ele também fez ameaças.

"Quem tentar interferir ou, ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentado na história", ameaçou.

Em resposta, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também fez um pronunciamento pedindo calma a população, dizendo que está se comunicando com o presidente norte-americano Joe Biden e instaurando a lei marcial, que é quando regras militares passam a substituir as leis civis comuns de um país.

"Estamos introduzindo a lei marcial em todo o território do nosso país. Há um minuto, tive uma conversa com o presidente Biden. Os EUA já começaram a unir o apoio internacional. Hoje cada um de vocês deve manter a calma. Fique em casa se puder. Nós estamos trabalhando. O exército está trabalhando. Todo o setor de defesa e segurança está funcionando. Sem pânico. Nós somos fortes. Estamos prontos para tudo. Vamos vencer todos porque somos a Ucrânia", declarou Zelensky.

O ministro de Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba também fez declarações:

"Putin acaba de lançar uma invasão em grande escala da Ucrânia. Cidades pacíficas da Ucrânia estão sob ataque. Esta é uma guerra de agressão. A Ucrânia se defenderá e vencerá. O mundo pode e deve parar Putin. A hora de agir é agora", disse.

Locais de conflito

As unidades de guarda de fronteira e postos de controle que estariam sob ataque nesse momento são as regiões ucranianas de Luhansk, Sumy, Kharkiv, Chernihiv e Zhytomyr.

Região sob ataque atualmente na Ucrânia. Créditos: Poupar Dinheiro/Maps
Região sob ataque atualmente na Ucrânia. Créditos: Poupar Dinheiro/Maps

Segundo informações divulgadas pela agência Reuters, os militares da Ucrânia teriam matado 50 soldados dos inimigos na região de Luhansk, destruíram 4 tanques russos em uma estrada perto da cidade de Kharkiv, no leste do país, e que derrubaram 6 aeronaves russas, também no leste do país.

Além disso, o ministro do Interior ucraniano, Anton Gerashchenko, fez declarações de que houve ataques com mísseis na base aérea de Vasilkovsky, perto de Kiev. Ele também disse que o prefeito de Dnipro relatou estar ouvindo explosões.

Zelensky afirmou ainda que armas já estão sendo distribuídas entre os cidadãos ucranianos, e pediu para que as pessoas que se consideram aptas a "defender a Ucrânia" procurem os centros do exército nas cidades.

Alegações da Rússia

Por outro lado, Putin está justificando o ataque como uma defesa a seu próprio país em função daquilo que chamou de "ameaças da Ucrânia", além de interferências estrangeiras.

A origem de todo esse conflito foi o flerte recenete que a Ucrânia teve com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), organização militar, também chamada de Aliança Atlântica, assinada em 1949 e que constitui um sistema de defesa coletiva entre seus membros.

A sede da OTAN localiza-se em Bruxelas, na Bélgica e ela conta atualmente com 30 membros, principalmente na Europa e América do Norte. Um dos países com maior destaque dentro desse grupo é os Estados Unidos, também a maior potência militar da aliança hoje.

E é justamente essa aproximação com os EUA que incomodou Putin. De uma lado a Ucrânia, um país relativamente jovem - cuja independência se estabeleceu em 1991 - alega ter o direito de se aproximar de qualquer outro país, seja para relações comerciais, militares ou quaisquer outras, já que eles passaram muito tempo "isolados", em permanente relação apenas com a parte mais oriental do planeta.

Mas isso trouxe alertas para a Rússia pois Putin acredita que essa aproximação entre Ucrânia e EUA via OTAN resultaria em mais armamento nas fronteiras ucranianas e em ataques ao maior país do mundo.

Em função disso e do início dos ataques, Putin alertou os russos de que precisam se preparar para alterações na vida cotidiana no país, já prevendo sanções mais severas por parte dos Estados Unidos e aliados. "Será necessário se adaptar às mudanças que podem acontecer", afirmou.

EUA também reagiu

E como já era esperado, os EUA também reagiram ao início dos ataques russos. Biden disse em comunicado que o ataque é injustificável e que a Rússia vai pagar caro por sua decisão.

"As orações de todo o mundo estão com o povo da Ucrânia esta noite, que sofre um ataque não provocado e injustificado das forças militares russas. O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano. A Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma unida e decisiva. O mundo responsabilizará a Rússia", diz comunicado do presidente Joe Biden divulgado após o anúncio de Putin.

OTAN faz declaração

E mais recentemente, na manhã dessa quinta-feira, dia 24, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, também afirmou que os líderes da Rússia devem assumir total responsabilidade pelas consequências de suas ações.

"A Rússia pagará um preço econômico e político muito alto", afirmou Stoltenberg em uma entrevista coletiva depois da invasão da Ucrânia por tropas da Rússia.

A Aliança afirmou ainda que vai continuar a tomando "todas as medidas necessárias para garantir a segurança e a defesa de todos os Aliados" e condenou também a Belarus por permitir o ataque.