Com o avanço da vacinação contra a covid-19 as viagens internacionais voltaram ao radar de muitos brasileiros, o que faz com que muitas pessoas voltem a se preocupar com a cotação do dólar e com a compra da moeda norte-americana.

Além disso, apesar de o momento não ser dos mais favoráveis para a economia brasileira - inflação alta, elevação da Taxa Selic - acontecimentos lá fora também impactam com bastante frequência o mercado interno e externo e eventualmente resultam em queda no preço do dólar.

E sempre que um desses momento de queda chega, muitas pessoas procuram o dólar para realizar investimentos ou simplesmente para comprá-lo. Recentemente, nós trouxemos aqui no Poupar um artigo sobre como investir em dólar e agora queremos falar especificamente sobre a compra da moeda. Vamos lá?

Como comprar dólar no Brasil hoje?

No Brasil, as instituições que têm permissão para comprar e vender dólar são os bancos, as corretoras (casas de câmbio), as agências de turismo e os hotéis - o site do Banco Central oferece uma lista com todos os agentes autorizados - e a moeda pode ser comprada em espécie (dinheiro de papel) ou em cartões de débito (multimoedas).

Mas antes de comprar dólar é importante saber que existem dois tipos da moeda negociados: o dólar comercial e o dólar turismo.

O dólar comercial é aquele utilizado em importações, exportações, transações do governo e empresas e investimentos. Já o dólar turismo é o nome utilizado para a cotação da moeda para viagem. Em geral, esse segundo costuma ser mais caro do que o dólar comercial e normalmente, quando a mídia divulga a cotação do dólar, ela está falando sobre o dólar comercial.

Além disso, para quem viaja existe ainda outra forma de lidar com o dólar, que é utilizando um cartão de crédito internacional. Desde março de 2020 o preço final de uma compra no exterior passou a levar em consideração a cotação do dólar (turismo) no dia em que a compra foi feita. Antes, o valor considerado era o da cotação na data do fechamento da fatura.

E essa última alternativa, apesar de não ser uma compra da moeda propriamente dita é quase como se fosse já que a negociação acontece com base na moeda americana e pode impactar diretamente no bolso do turista.

Pontos que precisam ser considerados

E quando se fala em comprar dólar ou mesmo em fazer comprar no cartão de crédito internacional há sempre alguns pontos que precisam ser levados em consideração. Alguns dos mais importante são a taxa de câmbio, o spread cambial e os impostos que incidem sobre a operação.

Porque esses três pontos acabam resultando em gastos extras na hora de adquirir ou vender a moeda estrangeira. Então, abaixo, saiba um pouco mais sobre cada um deles e sobre seus impactos na negociação do dólar.

Taxa de câmbio

Quem tem interesse em comprar ou vender dólar (ou em viajar) precisa necessariamente acompanhar os movimentos do mercado e as tendências do dólar, pois o preço da moeda está constantemente subindo e baixando.

Ficando de olho nas notícias fica mais fácil de perceber quando o dólar está em alta ou em baixa para fazer os melhores negócios possíveis. E o ideal - assim como acontece em outros investimentos - é que se compre o dólar num momento de queda do preço e que ele seja vendido num momento de alta.

Spread

O spread basicamente tem como função indicar a diferença entre o preço de compra com o preço de venda. Ou seja, ele aponta a diferença entre o valor que a instituição financeira ou casa de câmbio pagou pela compra de moeda estrangeira e o valor que recebeu por esse dinheiro na hora da venda ou empréstimo da quantia.

Portanto, é o spread que define o lucro bruto em uma transação financeira e ele é utilizado pelas corretoras estrangeiras na hora de transformar o real em dólar ou vice-versa. Nas compras e investimentos feitos no exterior também há o spread porque o cliente precisa arcar com a cobrança de tarifas de conversão cambial e impostos que incidem sobre o valor do produto ou serviço adquirido.

E aqui é relevante ressaltar que muitas instituições embutem o valor do spread no câmbio praticado, anunciando o serviço como se fosse mais barato e sem taxas.

Impostos

Quem compra dólar, seja em espécie, em um cartão multimoedas (débito) - e também quem faz compras no cartão de crédito em dólar - sempre vai precisar pagar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A alíquota do IOF varia de acordo com a modalidade:

  • dinheiro em espécie: o IOF é de 1,1% sobre o valor total da moeda comprada.
  • cartão de débito: o IOF é de 6,38% sobre o valor total carregado no cartão
  • cartão de crédito: o IOF é de 6,38% do valor da compra feita em dólar.

Preciso apresentar algum documento para comprar dólar?

A resposta é sim. Procurando um dos agentes autorizados pelo Banco Central, o comprador precisará fazer um cadastro apresentando obrigatoriamente os seguintes documentos:

  • Cópia do RG;
  • CPF ou CNH;
  • Cópia do comprovante de residência; e
  • Comprovante de renda - para operações acima de R$10.000,00.

O último passo é informar o valor da transação. Os compradores podem fazer de duas formas:

  • ou informar o valor que desejam comprar em dólar (então o agente irá calcular quanto será necessário pagar em reais);
  • ou informar quanto dinheiro em real deseja-se converter (então o agente irá calcular quanto dinheiro em dólar aquela quantia vale).

Dólar em espécie x cartão multimoedas

E qual dessas duas modalidades vale mais a pena? Depende. No caso das viagens de turismo, o ideal é optar pelas duas modalidades. Isso porque ao comprar a moeda em espécie normalmente paga-se uma taxa menor de imposto. Porém, carregar grandes quantidades da moeda não é aconselhável também.

Por outro lado, o cartão multimoeda é bastante utilizado por conta da segurança e facilidade, principalmente para fazer compras no exterior, mas o IOF do dólar em cartões é maior. Então, fica aberta a escolha de acordo com as necessidades e objetivos de cada um.