Na última terça-feira, 21 de junho, os servidores do Banco Central (BC) optaram por permanecer em greve por tempo indeterminado como forma de pedir por reajuste salarial e reestruturação de carreiras. De acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), a categoria também aprovou o envio de uma contraproposta ao BC.

A paralisação por meio da greve iniciou oficialmente no dia 1º de abril de 2022. Entretanto, ela acabou sendo suspensa por duas semanas, durante as negociações que ocorreram com o governo. Sem conseguir chegar a um acordo, os trabalhadores voltaram a cruzar os braços no dia 3 de maio.

Agora, uma nova assembleia entre os servidores paralisados deve acontecer na próxima semana.

Contraproposta pede 13,5% de aumento

Na pauta, os servidores solicitam que o Banco Central convença o governo a mandar uma medida provisória (MP) ao Congresso Nacional para a reestruturação de carreiras. Também exigem mais diálogo entre os representantes do Banco Central e da categoria, para discutir as perdas inflacionárias dos salários de analistas e técnicos da instituição.

Entre outras coisas, os servidores reivindicaram ainda, a compensação pelos dias parados. No começo desse mês, os servidores do BC já tinham apresentado uma contraproposta de reajuste salarial de 13,5%, ante 27% no pedido inicial.

Pouco tempo depois, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que descarta qualquer proposta de reajuste salarial para o funcionalismo público em 2022. Em contrapartida, o governo prometeu elevar o vale-alimentação dos seus funcionários. Porém, a ideia pode não sair do papel neste ano.

Publicações atrasadas

A paralisação dos servidores do Banco Central está prejudicando a publicação de vários relatórios e indicadores importantes para o mercado financeiro. Entre eles está o Boletim Focus, que traz as projeções do mercado sobre inflação, taxa básica de juros (Selic) e Produto Interno Bruto (PIB).