Nos últimos dias, a criptomoeda Terra (Luna) perdeu quase todo seu valor de mercado. Em sua máxima histórica o ativo já chegou a custar cerca de US$ 120. Porém, no começo do mês de maio de 2022, a cripto chegou a ser negociada por cerca de US$ 0,009. Esse declínio foi sentido por todo o mercado, principalmente pelo bitcoin (BTC).

A perda acumulada foi tão grande que o agregador de dados, o CoinGecko registrou 100% de prejuízo nos primeiros sete dias de sua queda. A principal catalisadora foi a criptomoeda TerraUSD (UST), stablecoin do protocolo que deveria manter a paridade com o dólar. Atualmente, a moeda está sendo negociada a US$ 9,29.

Entenda na matéria o que é a criptomoeda Terra (LUNA) e o que aconteceu com ela.

O que é Terra (LUNA)?

Terra é uma plataforma de contratos inteligentes, especializada no pagamento e desenvolvimento de uma rede para a criação de diversas stablecoins algorítmicas, lastreadas a diferentes moedas fiduciárias. Seu token LUNA serve para staking e algumas outras funções.

Terra (LUNA) é uma Blockchain com foco na criação de stablecoins e meios de pagamento, e tem como objetivo tornar o dinheiro descentralizado mais acessível para as pessoas, mais fácil de gastar e mais atrativo para guardar e investir.

O que é o protocolo Terra?

De forma simples, a Terra é um protocolo de criação de stablecoins (moeda estável), que funciona a partir da interação entre duas criptomoedas, sendo elas: TerraUSD e Luna. As stablecoins é uma classe de criptomoedas que são pareadas com o dólar. Portanto, o objetivo dessas moedas é que o preço sempre fique em US$ 1,00.

Essa é uma maneira de haver uma ponte que liga o mercado tradicional ao mercado de criptomoedas. Isso faz também com que haja uma proteção contra a volatilidade do mercado.

Com isso, as principais stablecoins do mercado tentam manter alguma paridade com o dólar de forma tradicional, principalmente através de investimentos em títulos do Tesouro americano.

Mas como o objetivo do mercado de criptomoedas é ser descentralizado, existem demandas por uma stablecoin totalmente descentralizada, na qual possa sustentar a paridade com o dólar sem depender de interações com o mercado tradicional. Com esse objetivo foi criado o protocolo Terra, e a TerraUSD (UST) prometia manter paridade com o dólar sem depender da custódia de dólares ou de títulos do tesouro.

O que aconteceu com LUNA em maio de 2022?

A emissão e queima de tokens LUNA é vinculada ao valor da UST, por isso, quanto mais abaixo de US$1 a UST estiver, mais tokens LUNA precisam ser vendidos para sustentar o PEG (Price Earnings to Growth), ou (Índice de Preço sobre Lucro em Crescimento).

O que acontecia era que, quanto mais tokens LUNA eram vendidos no mercado, mais seu preço caía. E quanto mais o preço de LUNA caía, mais tokens precisavam ser emitidos e vendidos para comprar UST para manter a paridade.

Isso tudo acabou resultando em um efeito cascara com o descontrole da emissão de novos tokens LUNA, ocasionando no espiral do colapso da criptomoeda.

A empresa Terra tentou evitar essa situação comprando Bitcoin e algumas altcoins para deixar de reserva, mas as reservas foram esgotadas em apenas dois dias, não conseguindo impedir a desvalorização da LUNA.

Além dessas questões técnicas relacionadas ao projeto, algumas entidades bilionárias quebraram o sistema. De acordo com o TradingView, as vendas bilionárias de UST foram feitas nos dias de colapso da Luna, onde ocorreu uma hiperinflação na emissão do token e consequentemente na sua venda.

Assim, muitos investidores perderam seu dinheiro com o projeto, enquanto outras entidades acabaram lucrando com a derrocada da LUNA. Como consequência disso, LUNA perdeu quase 100% de seu valor e sofreu volatilidade.