Na última quarta-feira, 18 de maio, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a segunda etapa do processo de privatização da Eletrobras. A partir disso, quem tem saldo no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) terá uma oportunidade de adquirir ações da companhia.

É dito isso, porque o governo vai liberar aos trabalhadores, o acesso às ações da Eletrobras, e aplicar até 50% do valor que possuem guardado no fundo. De acordo com o plano do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), a compra de ações da Eletrobras vai ocorrer via Fundos Mútuos de Privatização (FMP-FGTS).

Sendo assim, não se trata de um investimento direto nas ações, e sim, via intermédio de um fundo. Com isso, quem está disposto a aceitar uma maior volatilidade, e desejar diversificar os seus investimentos, essa pode ser uma grande oportunidade.

A razão é que as estimativas para as ações da Eletrobras são positivas se a privatização se concretizar, com o preço-alvo dos papéis preferenciais (ELET6) podendo chegar a R$ 70 nos próximos 12 meses.

Vale a pena investir o FGTS nas ações da Eletrobras?

De acordo com Myrian Lund, planejadora financeira CFP, o primeiro ponto que o investidor precisa considerar é que ao investir o FGTS em um fundo do tipo FMP, a pessoa vai deixar a renda fixa para entrar na renda variável.

Além disso, vale a pena, conforme Myrian, estudar o retorno que é ofertado pelo FGTS. A especialista chama atenção ainda, para a necessidade de avaliar o retorno que é ofertado pelo FGTS. Ela chama atenção também, para o fato de que a rentabilidade pode dobrar se ocorrer a distribuição de lucros pelo fundo.

Segundo os cálculos de Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), o retorno do FGTS em 2022 pode chegar a 4,21%.

Entretanto, se ocorrer a distribuição de lucros no mesmo patamar anunciado em 2021, de R$ 8,1 bilhões, a rentabilidade total cresceria. Segundo Oliveira, se repetido o cenário de 2021, um retorno adicional de 1,8% ao ano seria acrescentado aos 4,21% estimados, totalizando uma remuneração projetada de 6,01% para o FGTS em 2022.

Ademais, para além da rentabilidade, o investidor deve aceitar as possíveis fortes alterações nos preços das cotas, típica nos fundos tipo FMP, explica Myrian. "Tem momentos em que a Bolsa fica muito tempo em baixa, andando de lado, sem ganho para o investidor. Tem de ter paciência. Encare como uma diversificação dos investimentos".

Por fim, ela explica que os trabalhadores que escolherem alocar parte do FGTS em fundos do tipo FMP, estarão aplicando em produtos "monoativos", que investem em uma única ação. "Colocar numa ação só tem mais risco. Vai ter muita volatilidade e ele não vai ter outra [ação] pra contrabalancear", avalia.