A Usiminas, listada na bolsa de valores com as ações USIM3 e USIM5, gerou uma receita líquida de R$ 7,845 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), sendo uma alta de 11% quando comparado com o resultado do mesmo período do ano anterior.

Entretanto, a receita líquida teve queda de 3% frente ao quarto trimestre de 2021 (4T21), por causa de menor receita líquida na unidade de mineração, conforme explica o relatório de resultados divulgado na quarta-feira - 20 de abril -, veja abaixo os destaques financeiros e operacionais.

No 1T22, ou seja, período de janeiro a março de 2022, a Usiminas registrou lucro líquido de R$ 1,263 bilhão, o que representa um aumento de 5% em relação ao mesmo intervalo de 2021. De outro lado, na comparação trimestral, há queda de 40,5% explicada por efeitos não recorrentes, operacionais e financeiros registrados no 4T21, bem como pelo menor resultado operacional registrado em 2022.

Usiminas (USIM5) abre temporada de resultados do 1T22

A Usiminas (USIM5) divulgou o relatório de resultados do 1º trimestre de 2022 (1T22) na noite de quarta-feira, 20 de abril, assim abrindo a temporada do 1T22 das empresas da Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

Segundo o calendário de resultados do 1T22 elaborado por nós do Poupar Dinheiro, na próxima semana, a partir de 26 de abril, terça-feira, a temporada seguirá a todo vapor, primeiramente com Indústrias Romi (ROMI3), Neoenergia (NEOE3) e Santander (SANB11).

Destaques dos resultados da Usiminas no 1T22

A Usiminas anunciou que seu volume de produção foi de 1.732 milhão de toneladas no 1T22, uma redução de 29,6% em comparação ao 4T21, e de 13% frente ao primeiro trimestre de 2021.

"O menor volume de produção se deu pelo impacto de maiores chuvas no período para a região Sudeste, o que levou a uma paralisação operacional e restringiu o acesso a frentes de lavra, e à planta de filtragem de rejeitos (dry stacking), que se encontra em fase de ramp up", consta no relatório.

Dessa forma, por causa da paralisação em meio às chuvas do período, o volume de vendas atingiu 1.610 milhão de toneladas no 1T22, uma queda de 38,1% em relação ao 4T21. Frente ao 1º trimestre de 2021, a redução foi de 17%. As exportações caíram 46% e 35% quando comparado com os resultados do 4T21 e do 1T21, respectivamente.

Segundo o relatório, a receita de mineração, que tanto impactou o balanço, totalizou R$ 812 milhões no 1T22, uma redução de 12,7% em relação ao 4T21, devido, principalmente, ao menor volume vendido no trimestre e à depreciação do Dólar. "Esses fatores foram parcialmente compensados por uma elevação no preço de referência (PLATTS IODEX 62% Fe) do minério de ferro de 29,2% em relação ao trimestre anterior e redução nos descontos aplicados no mercado internacional", explica a Usiminas.

Apesar do dólar ter puxado o resultado operacional, o resultado financeiro da Usiminas teve crescimento trimestral de 62% para R$ 502 milhões, devido a ganhos cambiais líquidos de R$ 434 milhões no trimestre, ante perdas cambiais no 4T21.

O ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Usiminas somou R$ 1,559 bilhão no 1T22, sendo uma queda de 36% em relação ao mesmo período de 2021, bem como de 37% na comparação trimestral. No último ano, a margem do ebitda caiu 14 pontos percentuais para 20% - como pode ser visto na tabela abaixo:

Créditos: Reprodução/relatório Usiminas.
Créditos: Reprodução/relatório Usiminas.

Por sua vez, o custo dos produtos vendidos (CPV) no 1T22 totalizou R$ 6,129 bilhões, um aumento de 1,9% em relação ao 4T21, com alta nas Unidades de Siderurgia e Transformação do Aço, e de 33% frente ao 1T21.

O balanço da Usiminas afirma também que as despesas operacionais da companhia totalizaram R$ 419,977 milhões no 1T22, sendo uma alta de 24% na comparação anual. O destaque é das despesas com vendas que tiveram aumento de 73%.

Entre janeiro a março de 2022, o total de investimentos (Capex) foi de R$ 285 milhões, sendo quase 85% na siderurgia. Já o valor em caixa e equivalentes de caixa teve retração anual de 6% para R$ 6,604 bilhões, por causa de pagamento de Imposto de Renda e Contribuição Social e desvalorização do dólar frente ao real no trimestre no caixa em dólares.

A desvalorização do dólar frente ao real, de 15% no 1T22, fez com que a dívida bruta da Usiminas tivesse queda de 12% para R$ 5,6 bilhões. Segundo o relatório, a companhia fechou o 1º trimestre de 2022 com dívida líquida de R$ 1,049 bilhão, ante R$ 1,674 bilhão em 2021. Com essa situação, operacional acima da dívida, a alavancagem financeira (dívida líquida/ebitda) foi de -0,09x no 1T22, uma melhora de 0,41 ponto frente ao 4T21 quando o indicador fechou a 0,32x.

Cotação da Usiminas (USIM5 e USIM3) na B3

As ações da Usiminas fecharam em queda na bolsa de valores no dia da divulgação dos resultados do 1T22, em 20 de abril. Segundo os registros, USIM3 e USIM5 apresentaram baixas de 6,34% e 6,6%, respectivamente.

No fim do 1T22, a USIM5 fechou cotada a R$ 13,97, enquanto a USIM3 teve preço de R$ 13,04. Nesse intervalo, houve queda acumulada de 7,85% e 10,13% nas ações preferenciais e ordinárias da Usiminas, respectivamente.

Projeções de venda de aço para o 2T22 - Guidance mostra queda na venda de aço

Em 20 de abril de 2022, a Usiminas também anunciou a seus acionistas e ao público em geral projeções sobre os volumes de vendas de aço da Unidade de Siderurgia para o 2º trimestre de 2022 (2T22), período entre abril maio e junho.

Segundo o documento, a Usiminas espera registrar um Volume de vendas de aço pela Unidade de Siderurgia de 950 mil até 1.050 milhão de toneladas no 2T22. Ou seja, o guidance traz uma produção menor em relação ao 1º trimestre desse ano (1T22) quando as vendas de aço chegaram a 1.135 milhão de toneladas.