A startup Méliuz (CASH3) chama a atenção do mercado, por conta do seu rápido e volumoso crescimento. Desde a sua estreia na Bolsa de Valores, que aconteceu em novembro de 2020, a empresa já viu as suas ações crescerem mais de 250%.

Em suma, a plataforma de descontos e de cashback tem planos de crescer ainda mais. Inclusive, quer se tornar uma fintech rentável aos seus investidores. Apesar do crescimento na Bolsa, alguns analistas dizem que a empresa está cara, e ainda não tem resultados financeiros sólidos.

No 1º trimestre de 2021, o lucro líquido da empresa foi de R$ 3 milhões. Já no segundo o Méliuz teve um prejuízo de R$ 6,7 milhões. Diante disso, será que as ações do Méliuz são uma boa opção de investimentos? Abaixo, confira o que os analistas opiniram ao UOL.

O que justifica o crescimento das ações Méliuz na bolsa?

De acordo com João Gabriel Abdouni, especialista em investimentos da Inversa, empresa de análise de investimentos,

"O motivo que levou a empresa a ter essa alta foi a expectativa do mercado de que ela consegue escalar seu negócio através do crescimento da base de usuários e da diversificação de portfólio".

Ademais, Abdouni afirma que, o plano de ofertar mais produtos tem levado a empresa a ganhar ainda mais destaque no mercado. "De fato, a empresa vem crescendo bem e começou a diversificar seus produtos, por exemplo iniciando trabalhos com cartão de crédito."

Além disso, em 2022, a companhia Méliuz quer lançar o seu cartão de crédito, que já tem 6 milhões de pedidos em 2021. Paralelo a isso, a empresa lançou em março, a plataforma Méliuz Empréstimos. A mesma permite que qualquer pessoa simule um empréstimo em várias instituições financeiras.

Os últimos resultados financeiros também demonstram o crescimento da companhia depois da compra das empresas Picodi, Promobit e Melhor Plano, escolhas que tornaram o Méliuz internacional. É o que explica a analista da Empiricus, Cristiane Fensterseifer.

"A empresa fez aquisições importantes, o que motivou parte desta alta. A aquisição da Picodi marcou a internacionalização da empresa como plataforma de cashback e cupons".

Por fim, com os planos de se tornar uma fintech, startup de soluções financeiras tecnológicas, a empresa quer atrair ainda mais investimentos no futuro.

Ainda vale a pena investir no Méliuz?

De acordo com os analistas do BTG, a recomendação é de compra. É dito isso, já que "a equipe é brilhante, jovem e apaixonada, e com uma grande base de clientes pronta para se tornar mais engajada".

Ademais, o relatório do BTG cita que:

"O estoque tem passado por dificuldades, parcialmente explicadas pela falta de ímpeto, já que o segundo trimestre foi mais fraco do que o mercado esperava e o novo aplicativo e as novas funcionalidades de serviços financeiros só devem ser lançados no início do próximo ano".

Em suma, a empresa apresentou no último dia 5, uma prévia operacional do 3º trimestre em que reportou um total de 20,8 milhões de usuários. E isso, gerou um aumento de 78% em relação ao 3º trimestre de 2020. Assim como, houve uma alta de 10% frente ao 2º trimestre de 2021.

Segundo Cristiane Fensterseifer, da Empiricus, embora haja uma instabilidade no preço das ações da empresa, ainda existe um potencial de entrega de resultados.

"Da mesma maneira que a empresa tem crescimentos explosivos na Bolsa, em alguns dias ela tem quedas grandes. A volatilidade faz com que a gente acredite que vale a pena investir na empresa pela sua entrega boa e potencial, mas ponderando pelo risco", diz Fensterseifer.

Por outro lado, Vaz, da Nord Research, alerta que a companhia ainda vai enfrentar o desafio da alta competição do setor. "Vemos que é um setor que está ficando muito competitivo. Já temos bancos grandes entrando nesta parte de bancos digitais", afirma.

Ou seja, a companhia Méliuz pode ainda encontrar empecilhos para crescer. O especialista diz que, entretanto, o investidor deve analisar se vale a pena investir na companhia, tendo como base os objetivos de investimentos e as estimativas sobre a empresa no curto, médio e longo prazo.

"Para quem tem ações e acredita na tese faz sentido continuar [investindo na companhia]. Mas é necessário sempre acompanhar a evolução da empresa, e o que ela vem mostrando de resultado", completa Vaz.

Com informações, UOL.