Antes mesmo da abertura do mercado na manhã dessa quinta-feira, 5 de maio, a Ambev, dona das ações ABEV3 negociadas na bolsa de valores, já havia divulgado seus resultados referentes aos três primeiros meses de 2022 (1T22). E a companhia apresentou altas significativas em alguns indicadores.

Destaca-se por exemplo, o fato de que o volume de vendas da Ambev cresceu 3,6%, apesar da suspensão das comemorações de Carnaval, um período sempre lucrativo para a companhia, e apesar da onda de covid-19 registrada em janeiro também. Foram 45 bilhões de litros comercializados.

A Receita Líquida da companhia também cresceu 10,8%, passando de R$ 16,6 bilhões no 1T21 para R$ 18,4 bilhões no 1T22. E o Lucro bruto, por sua vez, ficou em mais de R$ 9 bilhões, também uma alta de 3,8%.

Outro destaque ainda foi o Lucro Líquido, que passou de R$ 2,7 bilhões para R$ 3,5 bilhões, num crescimento de 29,1%. A explicação para esse desempenho, segundo a própria companhia, foi a capacidade de "aproveitar o momento" com a retomada das ocasiões de consumo fora de casa no Brasil, especialmente nos meses de fevereiro e março.

Além disso, a companhia registrou ainda um Ebitda Ajustado de R$ 3,522 bilhões - uma alta de 3,7% na comparação com o 1T21 e uma margem Ebitda de 30%. Abaixo, veja detalhes do desempenho operacional da companhia por setor de atuação.

Desempenho operacional

Cerveja Brasil

No setor de cervejaria brasileira, foram 22 bilhões de litros vendidos, o que resultou em uma Receita Líquida de R$ 8,1 bilhões, alta de 13,7% en relação ao mesmo período do ano passado. Também foi registrado um Ebitda Ajustado de R$ 2,3 bilhões e uma margem Ebitda de 29,2%.

NAB Brasil

Em relação aos Não Alcoólicos houve um crescimento de 16,9% no voolume de vendas, com um total de 7,5 bilhões de litrso comercializados no período. Isso resultou em uma receita líquida de R$ 1,4 bilhão, alta de 36,1% na relação com o 1T21. O Abitda Ajustado ficou em R$ 345 milhões e a margem Ebitda em 23%.

America Central e Caribe

Aqui firam 4,7% a menos em termos de volume de vendas, com 2,8 bilhões comercializados. A Receita Líquida, por sua vez foi de R$ 2,2 bilhões, o Lucro de R$ 747 milhões e o Ebitda Ajustado de 892,5 milhões, além de uma margem Ebitda de 39,1%.

América Latina

O volume cresceu 2,9%, liderado por Paraguai, Argentina e Uruguai, apesar de o Chile ter completado um ano do início da parceria de distribuição com os engarrafadores da Coca- Cola e a Bolívia ainda estar sofrendo com uma indústria ruim decorrente de uma variante de covid-19 no início do ano. Foram R$ 1,2 bilhão de lucro e um Ebitda de R$ 1,5 bilhão, com margem Ebitda de 32,7%.

Canadá

E por fim, no Canadá, houve queda nos volumes de venda, em cerca de 8,4%, o que se deve, segundo à empresa, às consequencias da covid-19 e dos lockdowns determinados no início do ano. A Receita por lá foi de R$ 1,9 nilhão, 5,2% a menos e o lucro ficou em R$ 293 milhões, uma queda de 34,2%. O Ebitda Ajustado, por sua vez, foi de R$ 417 milhões e a margem Ebitda de 21,3%.

Consolidado Ambev 1T22

O resumo do resultado consolidado da Ambev, em relação ao 1T22, pode ser conferido abaixo:

Créditos: Reprodução/Ambev
Créditos: Reprodução/Ambev

- Veja na íntegra o relatório da Ambev.

Ações ABEV3 em queda

Apesar de o resultado da Ambev (ABEV3) ter sido bom, pelo menos no Brasil, o preço das ações da companhia registraram queda nessa quinta-feira, dia 5 de maio. Essa queda tem relação, em parte, com a queda de mais de 3% do Ibovespa também registrada no dia hoje.

Essa queda, por sua vez, tem relação com as reuniões do Copom e do FED dos Estados Unidos, ambas realizadas ontem, onde foram tomadas as decisões de elevar a taxa de juros em ambos os países.

No caso do Brasil, agora a taxa Selic fica em 12,25% ao ano, tornando ainda mais rentável alguns investimentos em renda fixa. E nos EUA, a taxa fica na faixa de 0,75% e 1%, o que ajuda a atrair investimentos de fora, pois eles se tornam mais rentáveis para o investidor.