A Ânima (ANIM3), holding de educação, teve um prejuízo de R$ 92,3 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), sendo um aumento de 373,8% do prejuízo obtido no mesmo período de 2020, segundo o relatório de resultados divulgado na noite de segunda-feira, 28 de março, em meio à reta final da temporada das empresas da Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

De outro lado, a Ânima Educação reportou um lucro líquido ajustado de R$ 111,8 milhões em 2021, o que representa crescimento de 68,2% em relação ao ano anterior. Segundo o balanço esse seria um resultado recorrente ao retirar o impacto dos itens não recorrentes e da amortização de intangível referentes às aquisições recentes.

Considerando as aquisições realizadas nos últimos meses, como a universidade Unisul e a Laureate Brasil, a holding fechou o ano com uma base de 321.021 mil alunos, em alta anual de 191,2%. De outro lado, houve uma evasão de 5,9% nos alunos de graduação no último trimestre do ano, superior em 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2020.

Outros resultados da Ânima Educação no 4T21 e em 2021

A receita líquida consolidada atingiu R$ 2,650 bilhões em 2021, com crescimento de 86,5% em relação ao resultado de 2020, impulsionada pelas aquisições realizadas, principalmente das unidades em integração no mês de junho. Além disso, no 4T21, a receita foi de R$ 848,5 milhões, um aumento de 125,7% frente ao mesmo período do ano anterior.

Segundo o balanço, ao desconsiderar os resultados trazidos pelas aquisições, a Ânima registraria uma redução de -0,7% na receita líquida consolidada, em relação a 2020.

Em 2021, representando 25,6% da receita líquida do ano, a Inspirali, o braço de graduação em medicina da Ânima, atingiu 9.927 mil alunos, sendo uma alta de 309,5% em relação ao ano anterior. A geração foi de R$ 679,1 milhões.

Por sua vez, o segmento de EAD representou 4,8% da receita total. Segundo o relatório, o ensino digital da Ânima, em meio à pandemia da covid-19, teve uma receita líquida de R$ 57,9 milhões no 4T21 e de R$ 106,8 milhões no 2º semestre do ano.

Entre 2020 e 2021, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) Ajustado da Ânima totalizou R$ 802,7 milhões, sendo uma alta de 113,9%. Nesse intervalo, a margem do ebitda ajustado cresceu 3,9 pontos percentuais para 30,3% - como pode ser visto na tabela abaixo.

Segundo o relatório, o crescimento do Ebitda "é proveniente, principalmente, da assertiva estratégia implementada de aquisições, focada em instituições com forte atuação em medicina e que corroboraram o crescimento tanto de valor absoluto, quanto de margem dos últimos períodos". A empresa disse ainda que até completar o ciclo da aquisição continuará "acompanhando um movimento de expansão de margens e resultados, que poderão se estender de forma sustentável posteriormente com a conquista de sinergias ambicionadas e destacadas no momento de aquisição".

Créditos: Reprodução/Ânima Educação.
Créditos: Reprodução/Ânima Educação.

"A nossa base de alunos que utiliza financiamento apresentou redução no percentual total desde a consolidação das unidades em integração junho/21, uma vez que essas instituições contavam com uma base maior de alunos sem nenhum tipo de financiamento (94,5% da base de alunos da graduação das IES em integração junho/2021 não contavam com financiamento), e encerramos assim o ano de 2021 com o reflexo desse movimento, com uma base de 10,9% de alunos usando algum tipo de financiamento [queda de 9,7 pontos percentuais frente a 2020]", consta no balanço da Ânima.

As despesas comerciais da Ânima somaram R$ 302,9 milhões em 2021, um aumento anual de 83,6%. Por sua vez, as despesas gerais & administrativas saltaram 75,3% para R$ 289 milhões. Além disso, no resultado financeiro foi gerada despesa de R$ 413,6 milhões no ano, alta de 167,7% em relação a 2020.

A Ânima fechou 2021 com uma dívida líquida de R$ 3,289 bilhões, ante total em disponibilidade de caixa de R$ 339,2 milhões no ano anterior. Com isso, a alavancagem (dada pela relação dívida líquida/ebitda foi equivalente a 4,5 vezes.