Na manhã desta quinta-feira, 30 de junho, o Banco Central (BC), admitiu que a meta da inflação vai estourar pelo segundo ano consecutivo. A possibilidade da inflação superar o teto da meta em 2022 passou dos 88% em março, para 100% em junho. Já para 2023, a probabilidade de superar o teto passou de 12% para 29%.

O cenário aponta um IPCA, o índice oficial da inflação, de 8,8% para 2022, e de 4% em 2023. Em 2022, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice entre 2% e 5%. Já para 2023, a meta foi fixada em 3,25%, e será considerada cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Quando o teto da inflação é superado, o BC precisa escrever uma carta pública, explicando as suas razões.

Detalhes do Relatório sobre a Inflação do BC

O relatório de inflação do 2º trimestre deveria ter sido divulgado no último dia 23. Entretanto, por conta da greve dos servidores do BC, foi adiada para esta quinta.

Entretanto, o cenário não leva em conta o efeito das medidas tributárias propostas pelo governo, para baixar os preços dos itens essenciais. Tais como os combustíveis e a energia.

No mercado, a aprovação da limitação da cobrança de ICMS para esses produtos a 17% ou 18%, provoca a revisão de baixa elevada para 2022, mas de alta para 2023.

Para tentar alcançar a meta de 2023, o BC aumentou neste mês, a taxa básica de juros para 13,25% ao ano, o maior patamar desde 2016. A instituição também apontou que a Selic vai ficar alta por um período maior de tempo.

PIB

Embora o relatório de inflação tenha sido divulgado apenas nesta quinta-feira (30), na semana anterior, o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, antecipou alguns dados do relatório em entrevista coletiva.

Na ocasião, o BC aumentou de 1% para 1,7%, a sua estimativa de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022. A previsão do BC para o crescimento da economia do Brasil, supera a divulgada pelo Governo Federal. Pelas projeções do Ministério da Economia, o PIB deve aumentar 1,5% em 2022.

Enquanto isso, para o 2º semestre de 2022, entretanto, o BC espera a desaceleração da atividade da economia. De acordo com a instituição, a incerteza segue maior do que a usual, em virtude da guerra na Ucrânia, e dos riscos crescentes de desaceleração da economia global.