Na última sexta-feira, 24 de junho, o Diário Oficial da União publicou uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), que fixa em 3%, a meta da inflação para 2025. Sendo assim, a tolerância pode chegar em 1,5% ou 4,5%.

Medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação de 2022 tem, como centro da meta definida pelo CMN, 3,5%. Já para 2023 e 2024, as metas seguem em 3,25% e 3%, respectivamente, com o mesmo intervalo de tolerância.

A meta de inflação deve ser perseguida pelo Banco Central (BC), ao estipular a taxa básica de juros, a Selic. Quando o Copom eleva a Selic, quer conter a demanda aquecida, bem como segurar os preços ao encarecer o crédito, e estimular a poupança. Ao reduzir a Selic, o Copom deixa mais barato o crédito, e assim, incentiva a produção e o consumo.

É possível alcançar essa meta da inflação?

De acordo com Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, a meta que o Banco Central fixou para 2025 é compatível com o cenário mundial. Além disso, essa meta reflete os desafios que o BC terá, para conseguir fazer com que o indicador volte para o intervalo.

"A gente vem acompanhando os desafios do cenário inflacionário no mundo, num momento em que o BC vem encontrando muita dificuldade de ancorar as expectativas de inflação. É sabido que a dose de aperto monetário deve trazer progressos para desinflação para 2023 e até 2024. Nesse momento, se o CMN adotasse a estratégia que foi colocada nos últimos anos, de ir reduzindo a meta ao passo de 0,25 p.p., não seria algo crível dado o contexto e a questão estrutural da economia brasileira", expõe Abdelmalack.

Enquanto isso, Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), diz que a meta fixada pelo BC é bastante relevante, já que indica que há esforços para evitar prejuízos ao lado real da economia.

"Estamos vivendo um choque global de inflação, primeiro pela pandemia e agora pela guerra da Ucrânia e seus efeitos, e não há forma de trazer essa inflação para baixo do dia para noite. A estratégia do BancoCentral, assim como do FED, é buscar o máximo de aperto monetário e o mínimo de efeito sobre desemprego e sobre a economia", finaliza Tingas.