Na última segunda-feira, 27 de junho, o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, disse que o orçamento do Censo 2022 deve passar por recomposição. De acordo com Azeredo, o avanço da inflação levou ao impacto em insumos e equipamentos que são usados na realização das entrevistas.

Em 2019, o custo da pesquisa nacional foi estimado em R$ 2,3 bilhões. Após isso, os valores sofreram reajustes importantes. Além disso, Azeredo explica que o IBGE já sabe que, entre os gastos que vão ultrapassar os valores definidos atualmente, estão o preço da gasolina e dos aluguéis de automóveis e aeronaves, que são necessários para o trabalho de campo.

Ademais, Azevedo disse que o elevado consumo de gasolina, o aluguel de carros e aeronaves, usadas sobretudo para sobrevoar áreas da Região Norte, apresentaram uma alta muito expressiva.

Inflação impacta até o orçamento do Censo 2022

De acordo com Azeredo, no primeiro dia do Seminário do Censo 2022 para Jornalistas, feito pelo IBGE, "São coisas que, umas a gente vai conseguir contornar e outras, não. E aí, não contornando, a gente vai ter que tentar recompor isso".

Além disso, o diretor explica que o assunto segue com o Ministério da Economia. Azeredo expõe que:

"Já temos uma sinalização positiva do Ministério da Economia. Na época, o secretário responsável pelo IBGE era o Esteves [secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago]. E, em um seminário técnico [em dezembro de 2021] ele colocou isso para o IBGE, de que era esperado o processo de complementação do orçamento para realização do censo e chegou até a afirmar que, uma vez começado o censo, ele vai terminar. Isso foi muito importante."

Ademais, ele afirma que, no mês de dezembro, ele já estava preocupado com a influência das altas, em decorrência da inflação, no orçamento. Inclusive,o IBGE deve enviar ao Ministério da Economia, a proposta de recomposição, e que "está bastante tranquilo com isso", por ter ganhado sinal verde do Ministério da Economia.

Em suma, o IBGE ainda não possui o valor necessário para a recomposição. Isso acontece, porque já foram feitos alguns ajustes na operação do censo que está usando mais tecnologia e treinamentos que puderam ser feitos a distância. Logo, isso diminuiu os custos.

Inflação hoje

Os dados mais recentes que se tem da inflação são da última sexta-feira, 24 de junho, quando o IBGE divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação do mês de junho. Segundo a pesquisa, o dado ficou em 0,69%, 0,10 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de maio (0,59%).

O mesmo relatório também trouxe as informações trimestrais do IPCA-15, ou seja, o IPCA-E: o acumulado é de 3,04%, ficando acima da taxa de 1,88% para igual período de 2021. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,65% e, em 12 meses, de 12,04%, abaixo dos 12,20% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2021, a taxa foi de 0,83%.

Já os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que indica a inflação oficial do país, aponta que em 2022, a inflação acumula alta de 4,78% e, nos últimos 12 meses, de 11,73%, abaixo dos 12,13% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.