A BR Properties (BRPR3), uma das maiores empresas de investimento em imóveis comerciais do Brasil, reportou um prejuízo líquido de R$ 47,438 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), ante um lucro líquido de R$ 155,7 milhões registrado no mesmo período de 2020, com impacto principal de efeito não caixa da reavaliação do valor das propriedades que gerou perda de R$ 66,5 milhões.

"No cenário macroeconômico brasileiro temos inflação e juros em alta, gastos públicos elevados, eleições presidenciais em outubro e a quarta onda de Covid-19. Todos esses fatores, postos sob avaliação da CB Richard Ellis, impactaram na precificação de ativos da BR Properties", disse a empresa pelo relatório.

Os resultados foram divulgados em 17 de fevereiro, na atual temporada de divulgação de balanços pelas empresas da Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

Segundo o relatório, a BR Properties teve um lucro líquido de R$ 32,016 milhões considerando todos os meses de 2021, o que representa uma retração de 84% em relação a 2020.

Destaques Financeiros da BR Properties (BRPR3)

Caindo 2% na comparação com o 4º trimestre de 2020, a receita líquida da BR Properties foi de R$ 81,869 milhões no 4T21. De outro lado, no resultado acumulado em 2021 a receita líquida totalizou R$ 326,331 milhões, sendo uma alta de 4%.

O relatório aponta que a Receita de Locação da BR Properties foi de R$ 100,472 milhões no 4T21, relativamente estável frente ao 4T20, por meio de alta de 1%.

Por sua vez, o Ebitda Ajustado da BR Properties atingiu R$ 53,791 milhões no 4T21, representando queda de 15%. Segundo o balanço, em 2021 o Ebitda Ajustado ficou estável frente ao ano anterior, aos R$ 228,183 milhões.

As Despesas Gerais e Administrativas tiveram alta anual de 19% para R$ 30,662 milhões no 4T21. Em 2021, as despesas totais foram de R$ 108,376 milhões com aumento de 11%.

Já a Despesa Financeira Líquida Ajustada em 2021 foi de R$ 128,3 milhões, sendo um aumento nominal de R$ 92,8 milhões em relação ao mesmo período de 2020, como reflexo do aumento na taxa básica de juros, a Taxa Selic, e pela maior dívida líquida no período.

Segundo o balanço, a dívida líquida da BR Properties em 2021 totalizou R$ 2,045 bilhões, sendo um aumento de 6% frente a 2020. A empresa destaca que no ano passado realizou duas aquisições relevantes: 102 mil m² em áreas de escritórios no Complexo Parque da Cidade, na capital paulista, em valor de R$ 1,497 bilhão e um edifício comercial de R$ 156,5 milhões.

Com isso, a alavancagem (pela relação dívida líquida/ebitda) da BR Properties cresceu 10% entre o 3º e 4º trimestre de 2021, para 9,0x. "O aumento temporário no índice "Dívida Líquida/EBITDA" se deve ao desembolso de caixa relativo a estas aquisições, somadas aos investimentos nos Galpões Cajamar, sem a correspondente geração de receita até o momento. Cabe lembrar que do total detido pela BR Properties no Complexo Parque da Cidade, 30,1 mil m² já se encontram locados, e, também, que o Galpão Centauri já se encontra 100% pré locado, e com habitese", explica a empresa.

O Lucro Líquido Ajustado foi de R$ 8,617 milhões, sendo uma queda anual de 84%. No resultado acumulado também teve recuo, de 48% para R$ 97,9 milhões. Segundo o relatório, isso ocorreu principalmente por causa do aumento da despesa financeira líquida em razão do aumento na Taxa Selic no período, da redução do caixa associada à aquisição do Parque da Cidade, e dos investimentos nos Galpões Cajamar e Centauri.

Créditos: Reprodução/BR Properties.
Créditos: Reprodução/BR Properties.

Destaques Operacionais

No 4T21, a BR Properties teve uma Área Bruta Locável (ABL) de 587,328 mil m², sendo um crescimento de 14% em relação ao mesmo período de 2020. O segmento Escritórios, que representa 477,203 mil m² do total, cresceu 10% e a linha Indústrial registrou alta de 39%.

Segundo o relatório, o valor do aluguel médio/m²/mês das mesmas propriedades, considerando contratos correntes e novas locações, no 4T21 apresentou um aumento nominal de 8,2% em relação ao 4T20. Se comparado com o trimestre anterior, o valor do aluguel médio aumentou 2,1%. Mas o resultado fica abaixo do 4T20, quando o percentual foi de 4,9%.

- Veja na íntegra o relatório de resultados da BR Properties.