A cada dia o mundo está ficando mais ansioso, e nessa corrida, o Brasil está na liderança. É isso que a Organização Mundial de Saúde apontou em seus dados. No ano de 2019, a OMS identificou que praticamente 10% da sociedade brasileira sofria de algum tipo de ansiedade.

Não bastando estar em primeiro lugar, essa marca foi atingida com muita rapidez, pois em menos de 30 anos o Brasil chegou nesse patamar. Em nosso país, o aumento foi de 9%. Já o restante dos países tiveram um aumento médio de 2% no nível de pessoas que sofrem de ansiedade.

Mas a pergunta é: o que isso tem a ver com finanças? Praticamente tudo. Veja só:

Como a ansiedade afeta seu bolso?

Devido ao aumento de problemas relacionados à saúde mental no mundo, surgiram alguns estudos para entender o que a ansiedade e a depressão tem a ver com a questão financeira.

O Instituto de Políticas sobre Dinheiro e Saúde Mental foi criado em 2016 com o intuito de estudar justamente sobre esse assunto. O que a organização britânica indicou foram dois pontos graves:

  • Problemas financeiros podem acarretar em problemas de saúde, como ansiedade, estresse, depressão e insônia;
  • As pessoas que sofrem desses problemas tendem a tomar algumas decisões erradas em relação às suas finanças, piorando suas situações.

Ou seja, pessoas que sofrem com algum problema como ansiedade, depressão ou outra condição relacionada a sua saúde mental, acabam gastando mais, evitam encarar suas dívidas e agravam sua situação financeira, o que as deixa ainda mais doentes. Uma coisa leva a outra em um ciclo muito complicado de se resolver.

Desafios financeiros para quem sofre de ansiedade

Os estudos comprovam que, as principais dificuldades financeiras para quem está com essas condições são:

  • Organizar seu orçamento;
  • Não conseguir analisar suas dívidas, como documentos por exemplo;
  • Esquecer tarefas diárias, não pagando suas contas até a data de vencimento;
  • Saber controlar suas compras;
  • Não saber tomar decisões nas quais não sejam impulsivas.

Agravante da pandemia

Se antes a situação já estava preocupante, devido à pandemia esses números se agravaram ainda mais. Isso ocorre porque o efeito da pandemia em relação à saúde mental vai além das dificuldades financeiras. A ansiedade aumenta ainda mais com a taxa de desemprego, o fechamento dos negócios, a falta de dinheiro para as pessoas se sustentarem e a inflação crescente.

No ano de 2020, a busca pela palavra ‘ansiedade’ no Google foi três vezes maior no Brasil, em comparação aos últimos 16 anos. E no primeiro semestre do mesmo ano, a busca por "como é ter uma crise de ansiedade" aumentou em 5000% em relação ao ano anterior.

Cenário econômico Brasileiro

Esse aumento da ansiedade no país vem acompanhado de um declínio no nosso cenário econômico. De acordo com especialistas da Fundação Getúlio Vargas, eles consideram esses últimos dez anos como ‘nova década perdida’, quando se referem à economia brasileira.

O recorde de taxa de desemprego foi em 2020 quando chegou a 14,6% no terceiro trimestre. E, segundo a Confederação Nacional do Comércio, 2021 iniciou com duas em cada três famílias endividadas.

Mas e então, o que fazer?

Busque uma ajuda profissional. Caso você esteja se sentindo em uma situação semelhante, o aconselhável é buscar ajuda profissional. Há opções pagas e gratuitas, pois os serviços de apoio e tratamento psicológicos são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, muitas universidades federais ou comunitárias, oferecem esse tipo de serviço sem custos ou com preços populares.

Outra dica é, pare e reflita. Você pode estar com dificuldades para sentar e olhar para as suas finanças, mas dedique um tempo a elas. Muitas vezes a solução é mais simples do que imaginamos. Estabelaça essa meta com você mesmo e aposto que depois você se sentirá melhor só por ter se organizado um pouco mais.

Além disso, procure conversar com pessoas que entendam do assunto e troque ideias com elas. Ou então, procure ler sobre o assunto.

Outra coisa imprescindível é você dedicar um tempo a si mesmo e se desconectar um pouco. Se por um lado a internet é uma ferramenta muito poderosa para nos ajudar a resolver os problemas, a quantidade excessiva de informações que nos bombardeiam a todo o momento pode não ser saudável.

Então tire um tempo para você estar com você mesmo ou com sua família, ou até mesmo com seu pet se você tiver. Cuide-se. Procure algo que seja prazeroso pra você, uma atividade ao ar livre, um tempo de lazer, um momento de autocuidado. Tudo isso ajuda a se sentir um pouco melhor, colocar a cabeça no lugar para enfrentar as situações que vierem.

O importante é sempre estar bem de saúde, tanto física, quanto mental, pois assim você terá uma saúde financeira melhor e isso também te deixará mais feliz.