A Eletrobras (ELET3) já tem demanda para vender as suas ações na oferta que deve marcar a sua privatização. Em suma, isso pode movimentar mais de R$ 35 bilhões. De acordo com o Estadão, as ordens realizadas por grandes investidores já superaram o volume da oferta em 50%.

Isso tudo, sem contar o dinheiro que vai vir das pessoas físicas, que vão poder usar os recursos atualmente aplicados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nos papéis. E também, o grupo dos prioritários, como os atuais acionistas e funcionários da Eletrobras.

A oferta foi criada na semana passada, e desde então, a administração da Eletrobras e os bancos estão em um ritmo acelerado de reuniões com investidores, para definir o preço da ação, que deve ser anunciado na próxima quinta-feira (9).

Qual será o valor das ações da Eletrobras?

Em suma, o valor das ações depende do interesse dos investidores, que é classificado por fontes do mercado como bastante elevado. Atualmente, a demanda está bem forte, mesmo no momento de aversão ao risco nos mercados em todo o mundo, pois a estimativa é de que os papéis possuam potencial de alta depois da desestatização.

Ademais, essa é a maior oferta de ações na Bolsa do Brasil, desde a megacapitalização da Petrobras (PETR4), há mais de 10 anos. Como a definição do preço vai ocorrer apenas na próxima quinta, a estimativa é que o interesse aumente ainda mais até lá.

Os coordenadores da oferta são BTG Pactual (SA:BPAC11) (líder), Bank of America (NYSE:BAC) (BofA), Goldman Sachs (NYSE:GS), Itaú BBA, XP (SA:XPBR31), Bradesco BBI, Caixa, Citi, Credit Suisse (SIX:CSGN), JPMorgan (NYSE:JPM), Morgan Stanley (NYSE:MS) e Safra.

Estimativa

A operação foi lançada com a ajuda de 10 fundos, que devem comprar em torno de R$ 15 bilhões em ações. De acordo com fontes, o grupo fez uma oferta abaixo de R$ 40 por papel. Entretanto, a aposta nos bastidores é de que o preço suba. No lançamento da oferta, a ação estava em R$ 44. Entretanto, atualmente está em torno de R$ 42.

Por se tratar de uma privatização, há um preço mínimo para a venda de cada ação da estatal, algo que já foi estipulado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Entretanto, o valor é mantido sob sigilo. Na prática, isso significa que a oferta só vai acontecer se os investidores aceitarem pagar um preço acima do que já foi estipulado como piso.

Entretanto, a grande carta na manga foi a liberação do uso de recursos do FGTS para as pessoas físicas participarem da oferta, com um limite de R$ 6 bilhões. O período de reserva acontece até a próxima quarta-feira (08), mesmo prazo determinado para que os investidores que se encaixam na oferta prioritária manifestem interesse em participar.