Não é por acaso que a Vale, mineradora brasileira e dona das ações VALE3 negociadas na bolsa de valores (B3), é uma das empresas cujas ações são mais procuradas quando o assunto é dividendos. Atualmente ela integra o Top 10 das maiores pagadoras de proventos do mundo e é a segunda colocada no Brasil, ficando atrás apenas da Petrobras.

Apenas em 2022, para se ter uma ideia, foram pagos até o momento R$ 7,29 por ação em três parcelas. A primeira delas de R$ 3,719 no dia 16 de março e as outras duas, nos valores de R$ 2,032 e de R$ 1,539 no dia 1º de setembro. Em 2021 também foram R$ 8,917.

Além disso, agora no início de 2023, mais R$ 2,11 ainda serão pagos referente ao exercício social de 2023. Então, quer saber quando é o próximo pagamento ou conferir o histórico da empresa? Veja abaixo.

O que são Dividendos e JCPs?

Para quem está chegando no mundo dos investimentos, vamos explicar: dividendos (DIV) são uma parcela do lucro apurado por uma empresa, distribuída aos acionistas por ocasião do encerramento do exercício social. No Brasil, o pagamento deles é definido no § 2º do art. 202 da lei das sociedades anônimas.

Além dos dividendos, há também os Juros sobre Capital Próprio (JCP), que também são uma forma de distribuição dos lucros de uma empresa, mas que, nesse caso, têm incidência do Imposto de Renda, diferentemente dos dividendos.

Muitas empresas preferem pagar os JCP pois eles diminuem a quantidade de impostos a serem pagos pela companhia, já que, na linguagem contábil, são considerados como despesa por serem realizados antes do lucro líquido.

Política de remuneração da Vale

A Política de Remuneração aos acionistas vigente hoje determina que os dividendos serão pagos semestralmente, apurados na demonstração do resultado do primeiro semestre, para a parcela de setembro, e na demonstração do resultado do segundo semestre, para a parcela de março.

O valor mínimo da remuneração será calculado por 30% do EBITDA Ajustado menos Investimento Corrente, ou seja, 0,3 x (EBITDA ajustado - Investimento Corrente). O Conselho de Administração poderá deliberar sobre dividendos extraordinários e poderá declarar juros sobre o capital próprio no mês de dezembro de cada ano.

Histórico de pagamentos

Ano Fiscal Data da Divulgação Parcela Pagamento Valor distribuídos Tipo Total
R$ por ação US$ por ação R$/US$
2022 16/02/2023 Extraordinário 22/03/2023 1,827646133 0,408932134 DIV R$ 8,1 bilhões
1º/12/2022 Extraordinário 22/03/2023 0,292012688 JCP R$ 1,3 bilhão
28/07/2022 1ª parcela 01/09/2022 1,539376229 0,284311508 JCP R$ 7 milhões
2,032680337 0,375421162 DIV R$ 9,2 milhões
24/02/2022 1ª parcela 16/03/2022 3,719256588 N/A DIV US$ 3,5 bilhões
2021 16/09/2021 1ª parcela 30/09/2021 8,17 N/A DIV R$ 40,2 milhões
23/06/2021 Extraordinário 30/06/2021 0,720 N/A DIV R$ 3,6 milhõies
2020 23/06/2021 Extraordinário 30/06/2021 1,469 N/A DIV R$ 7,4 milhões
25/02/2021 2ª parcela 15/03/2021 3,425 N/A DIV R$ 17,5 milhões
25/02/2021 2ª parcela 15/03/2021 0,835 N/A JCP R$ 4,2 milhões
10/09/2020 1ª parcela 30/09/2020 1,414 N/A DIV R$ 7,2 milhões
10/09/2020 1ª parcela 30/09/2020 0,997 N/A JCP R$ 5,1 milhões

Próximos pagamentos

O próximo pagamento de proventos da Vale (VALE3) vai acontecer no dia 22 de março de 2023. Serão R$ 9.449.338.200,00 ao total, equivalente a R$ 2,119658821 por ação, referentes ao exercício social de 2022. Uma parte do valor será pago em forma de dividendos e outra parte na forma de JCPs.

Veja o resumo do próximo pagamento:

  • Valor total: R$ 9.449.338.200,00
  • Valor total por ação: R$ 2,119658821
  • Valor total em dividendos: R$ 8.130.338.200,00
  • Valor por ação em dividendos: R$ 1,827646133
  • Data com dividendos: 13 de março de 2023
  • Data ex dividendos: 14 de março de 2023
  • Valor total bruto em JCPs: R$ 1.319.000.000,00
  • Valor total líquido em JCPs: R$ 1.121.150.000
  • Valor por ação bruto em JCPs: R$ 0,292012688
  • Valor por ação líquido em JCPs: R$ 0,2482107848
  • Data com JCPs: 12 e dezembro de 2022
  • Data ex JCPs: 13 de dezembro de 2022
  • Data do pagamento: 22 de março de 2023

Sobre a Vale

Mas como a Vale se tornou essa grande pagadora de dividendos que ela é hoje? Isso acontece porque a Vale é nada mais, nada menos do que a maior empresa da B3 atualmente, com um valor de mercado de R$ 473 bilhões e também uma das maiores mineradoras do mundo, sendo a maior produtora de minério de ferro, pelotas de minério de ferro e de níquel do mundo.

Mas a empresa trabalha ainda também com o cobre, manganês, ferroliga, bauxita, potássio, caulim, alumínio e participa de consórcios que operam usinas hidrelétricas no Brasil, no Canadá e na Indonésia. Além disso tudo, ela é a maior exportadora do Brasil hoje.

Mas tudo isso começou em 1942, quando a Vale ainda era a Companhia Vale do Rio Doce, nome usado até 2007. Ela foi criada durante o governo Getúlio Vargas como uma estatal, para a exploração das minas de ferro na região de Itabira, no estado de Minas Gerais.

Hoje a Vale é uma empresa privada, de capital aberto, com sede no Rio de Janeiro e com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), na Bolsa de Valores de Madrid e na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), integrando o Dow Jones Sector Titans Composite Index. De 2010 a 2016, a Vale também esteve listada na Bolsa de Valores de Hong Kong.

No Brasil, ela opera em 14 estados hoje, e fora do país ela está presente nos cinco continentes. Além de seu trabalho como mineradora, carro chefe da empresa, ela possui cerca de dois mil quilômetros de malha ferroviária, além de nove terminais portuários próprios. eles são usados pela companhia para o transporte de seus produtos, mas também beneficiam diversas comunidade ao redor do mundo.

Não se pode deixar de citar, porém, que apesar de ser uma empresa muito grande, muito buscada e muito querida dos investidores, ela esteve diretamente envolvida em dois grandes desastres que aconteceram no Brasil nos últimos anos: o rompimento da barragem em Mariana (2015) e o rompimento da barragem de Brumadinho (2019) que resultou na morte de 270 pessoas.