No mês de outubro, a aplicação financeira mais popular do Brasil, a poupança, registrou, pelo terceiro mês seguido, mais saques (R$ 285,5 bilhões) do que depósitos (R$ 278,1 bilhões). A saída líquida chegou a R$ 7,4 bilhões em outubro, segundo dados do Banco Central.

Em suma, outubro é o mês em que aconteceu o último pagamento da segunda rodada do auxílio emergencial. E é por isso, que houve a saída líquida de R$ 7,4 bilhões. Enquanto isso, no mês de setembro a saída foi de R$ 7,71 bilhões, e em agosto, de R$ 5,46 bilhões, primeiro número negativo desde a volta do auxílio emergencial em abril.

Anterior a isso, a poupança teve quatro meses de resultados positivos. Ademais, em julho, a poupança teve entrada líquida de R$ 6,37 bilhões.

Saques da poupança superam os depósitos

Nos três primeiros meses de 2021, quando não haviam iniciado os pagamentos da nova rodada do Auxílio Emergencial, os resultados foram negativos em R$ 27,5 bilhões. A partir de abril, a captação líquida (entradas x saídas) voltou a ser positiva, com R$ 3,8 bilhões.

Durante o mês de maio, a entrada líquida foi mais baixa, de R$ 72,6 milhões. Apesar disso, ela permaneceu positiva. Já em junho, a poupança teve a maior captação do ano, com R$ 7 bilhões. Em outubro, os brasileiros depositaram R$ 278 bilhões na caderneta e sacaram R$ 285,5 bilhões.

Desde o início de 2021, a poupança acumula uma captação negativa de R$ 30,7 bilhões. Apesar do resultado negativo, o saldo que é todo o valor investido na modalidade, seguiu superior a R$ 1 trilhão no mês. O estoque chegou a marca pela primeira vez na história em setembro de 2020, com a elevação da captação líquida (diferença entre entradas e saídas).​

Desde o começo da pandemia, os resultados da poupança são impactados pelo pagamento do auxílio emergencial. Em suma, os valores são pagos através da conta-poupança digital da Caixa. E isso, ajuda a explicar porque houve um movimento forte na captação líquida ao longo de 2020.

Em março de 2020, a poupança registrou valores altos em captação líquida nos meses seguintes, em comparação ao resto da série. O auxílio emergencial voltou a ser pago no início de abril, e encerrou em outubro. A nova rodada teve um valor menor que a primeira versão paga entre abril e dezembro de 2020.

No auge da crise, em abril de 2020, a captação da poupança bateu recorde, com R$ 30,4 bilhões. Enquanto isso, em maio, o valor chegou a R$ 37,2 bilhões, o maior da série histórica até agora. Já em agosto e setembro, entretanto, mesmo com o pagamento do benefício, que manteve o nível de depósitos alto, os brasileiros sacaram mais recursos da modalidade.