O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) subiu 1,41% em abril de 2022, ante o avanço de 1,74% registrado no mês anterior. Com isso, o índice acumula alta de 6,98% no ano e de 14,66% em 12 meses, segundo as informações divulgadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em abril de 2021, o IGP-M, que é o índice usado para reajustar os contratos de aluguel, havia subido 1,51% e acumulava alta de 32,02% nos 12 meses anteriores, segundo os registros da FGV.

"Importantes commodities agrícolas contribuíram para o arrefecimento da inflação ao produtor cuja variação passou de 2,07% em março para 1,45% em abril. Soja, milho e café, grãos que respondem por 13% do IPA, apresentaram queda média de 7,3% e contribuíram para o recuo de 1 ponto percentual na taxa do IPA. A desaceleração só não foi mais expressiva, dado o aumento dos preços do Diesel (14,70%), da gasolina (11,29%) e dos adubos/fertilizantes (10,45%), que responderam por 60% da inflação ao produtor", disse o Coordenador dos Índices de Preços da FGV, André Braz, sobre o índice IPA que possui o maior peso na contabilização do IGP-M.

O que é IGP-M e como é calculado?

IGP-M é uma sigla para Índice Geral de Preços do Mercado que indica a inflação incidente para a população, refletindo a variação dos preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas usadas na produção agrícola, industrial e construção civil. É gerado pela FGV e divulgado mensalmente pela instituição.

Segundo a FGV, o cálculo do IGP-M é feito por meio da média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor final (IPC) e construção civil (INCC). Nesse cálculo, o IPA possui um peso de 60%, enquanto IPC e INCC têm pesos de 30% e 10%, respectivamente. Confira abaixo o desempenho desses três índices, segundo o balanço de abril.

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

O IPA, indicador que mostra a variação dos preços sentida pelos produtores, teve alta de 1,45% em abril, ante 2,07% em março de 2022. Segundo o balanço, a taxa do grupo Bens Finais subiu 3,10% em abril, sendo que no mês anterior, a taxa do grupo havia sido de 2,75%.

A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 4,60% para 10,80%, no mesmo período. Já o índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 2,04% em abril, ante 1,56% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 2,06% em março para 3,40% em abril. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de 8,02% para 12,04%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 1,78% em abril, após variar 1,02% em março.

Por fim, o relatório da FGV mostra que o estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 1,82% em abril, após registrar alta de 1,53% em março. Contribuíram para o recuo da taxa do grupo os seguintes itens: soja em grão (7,28% para -7,02%), milho em grão (2,48% para -7,22%) e suínos (10,05% para -3,99%).

Em sentido oposto, destacam-se os itens aves (alta de 1,77% para 15,47%), mandioca/aipim (-2,30% para alta de 12,35%) e leite in natura (3,30% para 8,80%).

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

O IPC, índice que mostra a alta dos preços sentida diretamente pelo consumidor final, subiu 1,53% em abril, ante 0,86% em março. O relatório da FGV mostra que todas as classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. Mas o destaque foi do grupo Transportes, que saltou de 1,15% para 2,94%. Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item gasolina, cuja taxa passou de 1,36% em março para 5,86% em abril.

Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,44% para 1,57%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,17% para 0,75%), Habitação (0,75% para 0,93%), Despesas Diversas (0,26% para 0,84%), Alimentação (1,73% para 1,82%), Vestuário (0,91% para 1,23%) e Comunicação (-0,12% para 0,00%).

Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: passagem aérea (1,73% para 9,50%), medicamentos em geral (0,26% para 2,44%), gás de bujão (2,02% para 6,07%), serviços bancários (0,20% para 1,24%), aves e ovos (0,33% para 2,38%), calçados (0,68% para 1,65%) e tarifa de telefone residencial (-1,26% para 0,73%).

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

Por fim, o INCC variou 0,87% em abril, ante 0,73% em março de 2022. Os três grupos componentes do INCC registraram os seguintes desempenhos entre os dois meses: Materiais e Equipamentos (0,29% para 1,35%), Serviços (0,79% para 0,73%) e Mão de Obra (1,12% para 0,46%).

O INCC apresenta os custos para a construção civil, contando com a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas (FGV).