Quando se fala em gasolina cara, o Brasil está na 3ª posição em uma lista de 29 países mais a zona do euro, dizem os cálculos da Oxford Economics divulgados pelo jornal Valor. A pesquisa considera o poder de compra dos cidadãos, bem como o valor do litro do combustível.

De acordo com os economistas, em 6 anos, o preço da gasolina aumentou 57%, e deve subir ainda mais, caso a Petrobras decida seguir com a política de paridade internacional. O preço de um litro de gasolina comum equivale a 9% do salário médio diário no Brasil.

E assim, empatou com o Paquistão e está atrás somente de Filipinas (19%), e Indonésia (13%), segundo Marcos Casarin, economista-chefe para América Latina, e Felipe Camargo, economista-sênior para a região.

Gasolina no Brasil é a terceira mais cara do mundo

Em suma, o custo do combustível no Brasil é maior do que nos outros pares latino-americanos e emergentes. Tais como México (7%), Turquia (5%), Chile (3%), Rússia (3%), África do Sul (2%) e Colômbia (1%), e também do que na China (6%) e na zona do euro (2%).

Desde o mês de outubro de 2016, a Petrobras adota a política de Preços de Paridade de Importação (PPI), que relaciona o preço dos derivados de petróleo ao mercado internacional. Depois de 5 anos da mudança, o combustível no Brasil está na maior alta da história. Inclusive, superou a inflação em mais de 30%.

Ademais, os economistas afirmam que antes disso, a empresa tinha um regime de "flutuação suja" dos preços dos combustíveis, que buscava reduzir os repasses aos consumidores. Eles afirmam que "Como resultado [do PPI], o combustível agora representa uma parcela maior dos orçamentos das famílias do que qualquer país comparável no mundo, exceto a Indonésia e as Filipinas".

Além disso, os economistas explicam que "Os custos mais altos de combustível espremeram outros gastos, a ponto de o brasileiro médio agora gastar mais em transporte do que em alimentação ou aluguel." O estudo também mostrou que as eleições devem atrasar os novos reajustes. E assim, a gasolina deve se manter no patamar de R$ 7,219, conforme os dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

"Usando as previsões de base da Oxford Economics para os preços do petróleo e a taxa de câmbio, descobrimos que, mantendo os preços da gasolina estáveis até o fim do ano, a Petrobras estaria de fato subsidiando os preços em uma média de 18% nos próximos nove meses. Ou seja, se a Petrobras nivelasse os preços domésticos até o fim do ano, o custo do litro de gasolina teria que subir para R$ 8,63/litro", apontam.

De acordo com o último relatório da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a gasolina não está defasada do preço internacional. Por outro lado, o diesel acumula 10% de diferença. Ou seja, R$ 0,50 mais barato do que deveria.

"Apesar da estabilização do preço redução do câmbio, com a redução dos preços de referência da gasolina e do óleo diesel no mercado internacional, as defasagens caminharam para paridade, o que inviabiliza parte das operações de importação. Defasagem média de -10% no óleo diesel e de 0% para a gasolina", diz a associação.