O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,2% no segundo trimestre de 2022, quando comparado com o trimestre anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgados na quinta-feira, 1º de setembro. Essa foi a quarta vez consecutiva em que a economia brasileira mostra resultado positivo.

O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, totalizou R$ 2,4 trilhões em valores correntes, sendo R$ 2,1 trilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 332,2 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

Na comparação anual, ou seja, frente ao segundo trimestre de 2021, houve crescimento de 3,2% no PIB brasileiro. Segundo os registros, no primeiro semestre de 2022, o PIB acumula alta de 2,5%.

Créditos: Divulgação/IBGE.
PIB teve o quarto resultado positivo trimestral consecutivo - Créditos: Divulgação/IBGE

PIB do Brasil fica 3% acima do período pré-pandemia

Segundo o IBGE, com o resultado no primeiro semestre de 2022, a atividade econômica do Brasil está 3,0% acima do patamar pré-pandemia da covid-19, registrado no quarto trimestre de 2019, e atinge o segundo patamar mais alto da série, atrás apenas do alcançado no primeiro trimestre de 2014.

Veja resultado do PIB nos últimos anos

Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado pelo IBGE. Confira na tabela abaixo o resultado do PIB do Brasil de 2016 até o segundo trimestre de 2022:

Principais atividades econômicas no 2º trimestre

O setor da economia que registrou maior crescimento no segundo trimestre foi a indústria (2,2%), seguida pelos serviços, que avançaram 1,3%, e a agropecuária, que expandiu 0,5%. A comparação é feita frente ao primeiro trimestre de 2022.

Mesmo não sendo a atividade com maior resultado, o setor de serviços foi o destaque do PIB no segundo trimestre, segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

"Os serviços estão pesando 70% da economia, então têm um impacto maior nesse resultado. Dentro dos serviços, outras atividades de serviços (3,3%), transportes (3,0%) e informação e comunicação (2,9%) avançaram e puxaram essa alta. Em outras atividades de serviços, estão os serviços presenciais, que estavam represados durante a pandemia, como os restaurantes e hotéis, por exemplo", explica a coordenadora.

Com o resultado, o subsetor outras atividades de serviços está 4,4% acima do patamar pré pandemia.

Por sua vez, o crescimento na Indústria ocorreu devido a desempenhos positivos de 3,1% na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos; de 2,7% na Construção; de 2,2% nas Indústrias Extrativas e 1,7% nas Indústrias de Transformação.

Apesar do avanço trimestral, o setor agropecuário caiu 2,5% em relação ao segundo trimestre de 2021. Entre os produtos agrícolas, cujas safras são significativas no segundo trimestre, a soja (-12,0%) e o arroz (-8,5%) apresentaram decréscimo na estimativa de produção anual e perda de produtividade.

De outro lado, o milho e o café apontaram crescimento em 2022, estimado em 27,0% e 8,6%, respectivamente. Já as estimativas da Pecuária deram uma contribuição positiva ao desempenho da Agropecuária no segundo trimestre, com destaque para os bovinos.

Brasileiros consumindo mais

O relatório do IBGE mostra também que o consumo das famílias cresceu 5,3% no segundo trimestre de 2022, em relação ao mesmo período de 2021. O resultado positivo foi influenciado pelo crescimento da massa salarial real, aumento do crédito a pessoas físicas, além do saque extraordinário do FGTS e antecipação do décimo terceiro salário para aposentados e pensionistas do INSS, assim como explica o IBGE.

O PIB brasileiro no primeiro semestre de 2022

Entre janeiro a junho de 2022, o PIB brasileiro cresceu 2,5% em relação a igual período de 2021. Nessa base de comparação, houve desempenho negativo na Agropecuária (-5,4%), mas positivo nos setores de Indústria (0,2%) e nos Serviços (4,1%).

- Veja a íntegra do relatório sobre o PIB brasileiro divulgado pelo IBGE.

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).