Com o último IPO concluído em agosto do ano passado, segundo os registros da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e com a última oferta restrita finalizada em setembro, a estreia de empresas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) esfriou nos últimos meses.

Os dados, entretanto, não contam com a quente abertura de capital do Nubank na Nyse com a ação NU e listagem de BDRs na B3 (NUBR33), em operação dupla que agitou o mercado em dezembro.

De outro lado, é longa a lista de empresas que interromperam e até desistiram da oferta pública inicial (IPO), que é o procedimento de abertura de capital - e estreia na Bolsa - por meio de negociação ao mercado em geral.

Segundo a CVM, até 6 de janeiro de 2022 quatro empresas desistiram de realizar IPO, sendo elas: Monte Rodovias, Ammo Varejo, Dori Alimentos e a ESG Participações. Mas são 14 as desistências totais no mês - Veja mais abaixo quais foram:

Até a análise na CVM

Diferente das demais, que preparavam IPO apenas com distribuição primária, a varejista Ammo e o grupo alimentar Dori pretendiam ainda realizar distribuição secundária em seus respectivos IPOs, que consiste em venda de ações de acionistas.

Monte Rodovias, Ammo Varejo e Dori Alimentos ameaçaram fazer IPO, com anúncios de pedidos protocolados na CVM, que é a responsável por regular a operação no país. Desde então, as ofertas foram interrompidas durante o ano passado e depois canceladas em janeiro de 2022, segundo os registros da CVM.

ESG cancelou reservas no IPO

Por sua vez, a ESG, uma das subsidiárias da Ambipar (AMBP3) - já listada na B3 -, esquentou seu IPO, chegando a abrir o período de reservas, mas a oferta foi barrada inicialmente em outubro após as companhias observarem condições desfavoráveis no mercado, segundo o documento divulgado na época.

14 empresas desistem de IPO em janeiro

Além das quatro acima, mais dez empresas formalizaram a desistência de IPO durante janeiro, após a edição desta matéria, segundo os registros da CVM. Foram elas:

  1. Bluefit Academias;
  2. Madero;
  3. Vero;
  4. ISH Tech;
  5. Coty Brasil;
  6. Claranet;
  7. Fulwood;
  8. Cencosud;
  9. Holding Verzani & Sandrini;
  10. Cantu Store;
  11. Monte Rodovias;
  12. Ammo Varejo;
  13. Dori Alimentos;
  14. ESG Participações.

O que é IPO, afinal?

IPO é a sigla de Initial Public Offering, ou "oferta pública inicial" em português, sendo o procedimento necessário para a listagem de uma empresa na Bolsa de Valores - que no caso do Brasil é a B3. Concluindo um IPO, a empresa vira uma sociedade de capital aberto, assim, fala-se em "abertura de capital".

O IPO ocorre quando uma empresa vende ações no mercado financeiro, abertamente, pela primeira vez, sendo que essa negociação inicial pode ser:

  • Distribuição Primária: onde a empresa vende ações sob sua titularidade e com isso todos os recursos levantados no IPO vão para o caixa da companhia, que pode usá-los em projetos de crescimento, por exemplo;
  • Distribuição Secundária: onde há a oferta pública inicial (venda) de ações sob titularidade do empreendedor e/ou de acionistas, ambos chamados de "acionistas vendedores", que recebem os recursos;
  • Distribuição Primária e Secundária de ações: neste caso, o IPO conta com os tipos de distribuições (primária e secundária) de ações, sendo que parte do dinheiro levantado vai para o caixa da empresa e outra parte é destinada aos acionistas vendedores.