A Grendene (GRND3) apresentou na última quinta-feira, 28 de abril, os seus resultados financeiros referentes ao 1º trimestre de 2022 (1T22). Em suma, a fabricante de calçados, dona das marcas Ipanema, Rider e Melissa, teve um lucro líquido de R$ 125,5 milhões.

Diante disso, foi possível constatar que houve uma baixa de 2,9% em relação ao mesmo período de 2021. O resultado é um reflexo do desempenho operacional prejudicado pelo ambiente macroeconômico e a onda de contaminações pela variante ômicron no início de 2022.

Abaixo, confira os principais resultados da companhia no período.

Resultados financeiros da Grendene

De acordo com o diretor de Relações com Investidores, Alceu Albuquerque, "Janeiro foi bem difícil e fevereiro começou a esboçar uma recuperação". Além disso, Albuquerque afirma que as vendas de seus clientes de varejo reduziram 4% contra o mesmo período de 2021.

"Em fevereiro, virou para +7% na base anual e em março chegou a +129%. Uma recuperação bem forte que também já observamos em abril. Isso nos faz acreditar que o pior já passou", explica Albuquerque.

Enquanto isso, a receita líquida da companhia diminuiu 1% no período, e assim, chegou a R$ 517,9 milhões. Já a receita bruta caiu 2,1%, para R$ 630,8 milhões.

Em suma, a redução da receita é fruto de uma combinação de fatores. Dentre eles é possível citar:

  • Consumo mais fraco no mercado do Brasil;
    Vendas do Natal de 2021 abaixo do estimado no varejo. Isso afetou as reposições e as aberturas para os novos lançamentos do 1T22;
  • Antecipação de compras em dezembro de 2021 por uma parcela dos clientes para evitar o reajuste de preços promovido em janeiro;
  • Forte base de comparação com o 1T21.

Ao mesmo tempo, o mercado interno teve um desempenho ruim de 8,9% na receita, para R$ 429,9 milhões. Em suma, ocorreu uma queda de 30,4% nos volumes, para 18,9 milhões de pares.

Já as vendas para o mercado externo aumentaram 16,4% em reais, para R$ 200,9 milhões, e 21,8% em dólares, para US$ 38,4 milhões. Na soma, o avanço foi de 18,9%, para 9,7 milhões.

De acordo com o diretor, "No mercado externo, a abertura do mercado e a volta do turismo vêm incentivando o consumo, mesmo com a inflação mais alta também lá fora".

Enquanto isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou 46,6% menor. E com isso, somou R$ 67,9 milhões. Já a margem bruta reduziu 7,2 pontos percentuais, para 37,9%. E a margem Ebitda diminuiu 11,2 pontos, para 13,1%.

Ademais, foi na linha de resultado financeiro que a companhia se saiu bem, em especial por conta da alta dos juros básicos: um avanço de 108,3% para R$ 88,8 milhões. Por conta disso, a margem líquida da companhia ficou somente 0,5 ponto percentual menor, a 24,2%. Por fim, a Grendene terminou o período com caixa de R$ 1,8 bilhão.