O Nubank anunciou mudanças importantes no seu cartão Ultravioleta, voltado para o público de alta renda. A fintech decidiu encerrar o rendimento automático de 200% do CDI sobre o cashback acumulado, benefício que ainda é válido: ele só termina oficialmente em 30 de setembro de 2025. Em compensação, o banco ampliou outras vantagens em viagens, aumentou o cashback e ajustou os critérios de uso do cartão.
Os valores acumulados no cashback ou pontos podem ser usados a qualquer hora, sem prazo de validade. O modelo antigo fazia o cashback crescer automaticamente a 200% do CDI caso o cliente não resgatasse o valor. Na prática, era quase como ter uma aplicação automática remunerada em mais de 30% ao ano.
O que muda no cartão Ultravioleta
O cartão, considerado o black da fintech, agora terá:
- Cashback maior: passa de 1% para 1,25% em todas as compras.
- Pontuação turbinada: 2,2 pontos por dólar gasto, sem expiração.
- Benefícios no Nu Viagens: até 5% de cashback ou 9 pontos por dólar em passagens e hotéis.
- 4 acessos gratuitos por ano às salas VIP da Priority Pass.
- IOF zero em compras internacionais, com estorno em até 7 dias úteis.
- Conta Global sem spread, válida para mais de 40 moedas.
- eSim internacional de 10GB renovado anualmente.
- Transferência de pontos simplificada para programas de milhagem como Latam Pass, Smiles e Azul.
Fim do rendimento de 200% do CDI
Segundo o Nubank, esse sistema beneficiava apenas quem deixava o dinheiro parado por longos períodos e gerava custos altos para o banco. A decisão de encerrar o rendimento busca reposicionar o produto no mercado premium, privilegiando vantagens de uso imediato.
Como alternativa, os clientes poderão transferir os valores para a Caixinha Turbo, que rende 120% do CDI, ou investir em CDBs exclusivos do Ultravioleta, com taxas superiores às oferecidas no app padrão.
Mudança nos custos e critérios de isenção
O Nubank também revisou a mensalidade do cartão:
- Para novos clientes: R$ 89 por mês, com isenção para quem gastar R$ 8 mil na fatura ou manter R$ 50 mil investidos no banco.
- Para clientes atuais: período de transição de 12 meses, com as condições antigas (R$ 49 por mês e isenção em gastos a partir de R$ 5 mil).
Ou seja, quem já tem o cartão terá tempo para se adaptar antes da cobrança maior.
Reclamações de clientes
A retirada do rendimento turbinado gerou insatisfação, já que esse era um dos diferenciais mais comentados do produto desde o lançamento. Em fóruns e redes sociais, muitos usuários reclamaram da perda da rentabilidade, que funcionava como um investimento embutido.
Por outro lado, executivos do Nubank defendem que mais de 90% dos clientes terão um retorno maior com o novo modelo de cashback e pontos. "Estamos entregando valor imediato, que o cliente pode usar no dia a dia ou em viagens, sem precisar esperar", explicou Ally Ahearn, diretora do segmento Ultravioleta.
Nos últimos anos, o Nubank tem direcionado sua expansão para clientes de maior poder aquisitivo. Hoje, segundo a fintech, 40% desse público já utiliza algum produto do banco. A CEO no Brasil, Livia Chanes, afirma que o objetivo agora é fidelizar e oferecer experiências de alto valor agregado, principalmente em viagens.
Além dos acessos gratuitos às salas da Priority Pass em mais de 145 países, o banco confirmou que está desenvolvendo novas soluções em investimentos e parcerias exclusivas, que devem ser lançadas até 2026.
O que esperar do futuro
O Nubank busca manter o Ultravioleta entre os cartões premium mais competitivos do país, rivalizando com ofertas de bancos tradicionais como Itaú Personnalité, Inter Win e Bradesco Prime. A aposta é que a combinação de cashback mais alto, isenção de IOF, benefícios de viagem e acesso global compense o fim do rendimento automático.
Mesmo assim, o movimento sinaliza um ajuste de custos e uma mudança de foco: menos acúmulo de dinheiro parado e mais incentivo ao consumo e fidelização com produtos que agregam experiências.
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