A Oi (OIBR3) divulgou nesta segunda-feira, 19 de julho, o Plano Estratégico Trienal referente aos anos de 2022 a 2024, que objetiva traçar os projetos para a Nova Oi, a nova fase da companhia que vem após a venda parcial da unidade de fibra óptica, bem como de leilão de outros ativos, sendo parte da recuperação judicial iniciada em 2016.

O Plano Estratégico Trienal da Oi é o conjunto de práticas a serem adotadas pela gestão da companhia nos próximos três anos. Além disso, também foram divulgadas hoje (19) projeções financeiras para alguns principais indicadores. Conforme o documento, estima-se que a receita líquida da Nova Oi fique entre R$ 14,8 bi a R$ 15,5 bilhões em 2024 e que o ebitda da empresa seja de até R$ 2,3 bilhões no mesmo ano.

Com isso, a alavancagem da Nova Oi (dada pela relação entre dívida líquida/ebitda) pode atingir cerca de 6,6 vezes em 2024, segundo as projeções para os próximos anos. Veja abaixo outras projeções financeiras divulgadas:

Fonte: Oi/RI.
Fonte: Oi/RI.

Entre 2020 e 2021, o objetivo da Oi foi e vem sendo realizar uma série de ações pensando no longo prazo e visando à volta do crescimento da empresa, o que inclui separação estrutural, vendas das Unidades Produtivas Isoladas (UPI's) e uma chamada "reconfiguração". A expectativa é levantar R$ 34,6 bilhões com programas de desinvestimentos entre negociações concluídas e ainda em andamento dos seguintes ativos:

  • 2020: Venda parcial da Unitel por R$ 4,2 bilhões;
  • 2020/2021: Venda de Imóveis num montante de R$ 300 milhões;
  • 2021: Venda da UPI Torres à Highline do Brasil por cerca de R$ 1,1 bilhão;
  • 2021: Venda da UPI Data Centers à Titan Venture Capital por R$ 325 milhões;
  • 2021/2022: Venda da UPI Móvel para o consórcio entre Tim, Claro e Vivo – por R$ 15,8 bilhões;
  • 2021/2022: Venda parcial da UPI InfraCo, de fibra óptica, para BTG Pactual e GlobeNet por R$ 12,9 bilhões;
  • UPI TV Co: que é o ativo de TV por assinatura via satélite da Oi, cuja venda está em andamento.

Plano Estratégico da Oi (OIBR3)

Segundo um dos documentos divulgados pela Oi, após as vendas das principais unidades produtivas, agora o foco da companhia para os próximos anos, seguindo o Plano Estratégico, será um "modelo de negócios sustentável através":

  • da aceleração das receitas dos negócios core e implementação de novas fontes de receita;
  • da readequação da sua estrutura de custos;
  • do equacionamento da concessão e;
  • do desenvolvimento da InfraCo.

As operações da Nova Oi serão compostas pela InfraCo, na qual a Oi ainda terá uma participação de cerca de 42%, pela Serede - Operação de Campo em serviços técnicos de logística - e pela Tahto, plataforma de relacionamento e atendimento a clientes de inteira propriedade da Oi.

- Veja o Plano Estratégico da Oi para o Triênio 22-24 e as projeções do guindance na íntegra.

Novas operações também estão previstas pela gestão da Oi, para que então seja feito um aumento nas atividades do portfólio da empresa. Segundo as projeções, as novas receitas podem atingir aproximadamente R$ 1,5 bilhão em 2024.

Possível IPO da InfraCo

Entre os maiores ativos da Nova Oi está a InfraCo, companhia de infraestrura de fibra óptica que ganhará forte foco daqui em diante, visando o desenvolvimento e a expansão da empresa no país.

Além da Oi, a InfraCo contará em breve com mais um gestor de peso: o banco de investimentos BTG Pactual que será dono de 57,9% do empreendimento, bem como será integrada à empresa GlobeNet.

"Com a entrada de um sócio investidor, a infraCo terá capacidade financeira para manter a forte expansão de fibra", disse a Oi pelo documento divulgado. A empresa também afirmou que uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da InfraCo também é uma possibilidade no futuro.