As ações OIBR4 da Oi registraram forte alta de 52,27% nesta quinta-feira, 15 de dezembro, com cotação de R$ 0,67, mas o aumento ultrapassou 88%. Os papéis e a companhia são destaques na bolsa de valores brasileira neste momento.

Por sua vez, a ação OIBR3 da Oi acumulou avanço de 29,41% na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) com cotação de R$ 0,22 nesta quinta-feira (15). A variação foi grande no pregão e o disparo chegou a 44%.

Ações preferenciais da Oi (OIBR4) chegaram saltar mais de 88% na B3 - Reprodução/Google.
Ações preferenciais da Oi (OIBR4) chegaram saltar mais de 88% na B3 - Reprodução/Google Finance

Um grande evento marca a história da Oi neste mês de dezembro, agitando o mercado financeiro. Após anunciar preparativos para operação de grupamento de ações, a Oi finalizou sua Recuperação Judicial iniciada em 2016. Saiba mais abaixo.

Justiça do Rio de Janeiro decreta fim da Recuperação Judicial da Oi

O fato relevante mais aguardado pelos acionistas chegou: a Oi anunciou nesta quinta-feira, 15 de dezembro, que o Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro proferiu sentença decretando o encerramento da recuperação judicial da companhia.

O fim da recuperação judicial também vale para as subsidiárias integrais diretas e indiretas da Oi, sendo elas: Oi Móvel S.A., Telemar Norte Leste S.A., Copart 4 Participações S.A, Copart 5 Participações S.A. (todas sucedidas pela Oi por incorporação), Portugal Telecom International Finance BV e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A.

Segundo a Oi, a decisão da Justiça do Rio de Janeiro foi tomada na quarta-feira, 14 de dezembro, após o fechamento do mercado.

"A concessão da recuperação judicial representou importante marco para a transformação das operações da Oi, em busca de sua sustentabilidade de longo prazo, por meio da implementação do seu Plano Estratégico, com foco em aceleração das receitas dos negócios core e busca e criação de novas fontes de receita, readequação da sua estrutura de custos, equacionamento dos passivos operacionais e regulatórios da concessão de telefonia fixa e suas operações legadas e provimento de soluções digitais e conexões de fibra ótica que visam melhorar a vida das pessoas e empresas em todo o país", disse a Oi.

Cumprimento de obrigações (dívidas)

Pelo documento, a Oi ainda disse que o encerramento da recuperação judicial da companhia é resultado de cumprimento das obrigações assumidas junto aos credores, nos termos do programa.

Entre as principais etapas executadas com sucesso, a Oi destaca as vendas das unidades de ativos móveis para o grupo Tim, Claro e Vivo, bem como da InfraCo ao BTG Pactual.

A Oi ainda ressalta o pagamento da dívida com o BNDES, no valor de R$ 4,6 bilhões - o maior credor individual da empresa; a quitação do empréstimo ponte da Móvel, no valor de R$ 2,4 bilhões; a aquisição, via oferta pública, de 98,71% das Notes com vencimento em 2026, no valor de R$ 4,4 bilhões; e o pagamento da debênture conversível da InfraCo, no valor de R$ 3,5 bilhões.

Oi lista os próximos passos

Apesar de ter a recuperação judicial encerrada na justiça, a Oi ainda tem desafios pela frente. O principal fator é o endividamento, que finalizou em R$ 18,3 bilhões no terceiro trimestre de 2022.

Nesse sentido, a Oi informa por documento que neste momento dará sequência à execução do seu Plano Estratégico, bem como ao cumprimento das outras obrigações remanescentes do Plano de Recuperação Judicial, "explorando todas as alternativas disponíveis para restabelecer a sua sustentabilidade e viabilidade de longo prazo".

No decorrer desta nova fase da Companhia, as principais metas da Oi passam a ser as seguintes:

  • aceleração das receitas dos negócios core e busca e criação de novas fontes de receita;
  • transformação organizacional e readequação da sua estrutura de custos;
  • equacionamento dos passivos operacionais e regulatórios da concessão de telefonia fixa e suas operações legadas; e
  • continuidade das negociações com seus credores financeiros, visando à otimização do seu perfil de endividamento e a busca de sustentabilidade e viabilidade de longo prazo.

Como será a Nova Oi?

Estruturalmente, a Nova Oi será formada pela Oi Fibra, voltada para o mercado de Consumidores e Pequenas e Médias Empresas.

Destaque também para a Oi Soluções, unidade integradora de soluções de TI e conectividade para grandes empresas no mercado B2B.

A Oi destaca que seguirá com relevante participação acionária na V.tal, a maior empresa de infraestrutura e rede neutra do país.

Nessa nova fase, participarão também de forma estratégica as duas subsidiárias integrais, Serede e a Tahto, voltadas para serviços de rede e logística e serviços de atendimento e relacionamento com clientes em todo o país respectivamente.

Além disso, a Oi continua a operar os serviços de suas obrigações como concessionária de telefonia fixa e demais serviços baseados em infraestrutura legada.

"Com isso, a Companhia segue firme em seu propósito de prover soluções digitais e conexões de fibra ótica que visam melhorar a vida das pessoas e empresas em todo o país", disse a Oi.

Em nota, a Oi conta como foi o processo de recuperação judicial de forma detalhada e responde a dúvidas que os acionistas possam ter: acesse o documento aqui.

Nova OI terá operações focadas em fibra
Nova Oi terá operações focadas em fibra

Oi (OIBR3/OIBR4) fará grupamento de ações em 2023

Entre os próximos passos da Oi, o grupamento de ações marcado para ocorrer em janeiro é destaque.

A empresa prepara um grupamento de ações na proporção de 10 para 1, com objetivo de passar a ser negociada na Bolsa de Valores do Brasil acima de R$ 1,00.

O Grupamento permitirá também que as ações da Oi voltem a atender um dos critérios para que sejam elegíveis à composição de índices de mercado, como o Ibovespa na B3, por exemplo.