Com a alta de combustíveis como a gasolina, o etanol e também o diesel, muitos são os proprietários de veículos que vêm recorrendo ao GNV (gás natural veicular) para diminuir as contas. Porém, um anúncio feito nessa terça-feira, 6 de julho, pela Petrobras deve mudar um pouco esse cenário.

A Petrobras anunciou que vai fazer um reajuste para mais no preço dos contratos de gás natural para distribuidoras. Será um aumento de 7% que passará a valer a partir do dia 1º de agosto de 2021.

No comunicado ao mercado divulgado, a Petrobras apresentou a seguinte justificativa:

"A variação decorre da aplicação das fórmulas negociadas nos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio. As atualizações dos preços dos contratos são trimestrais. A referência para esses ajustes é a cotação dos meses de abril, maio e junho. Durante esse período, o petróleo teve alta de 13%, seguindo a tendência de alta das commodities globais; e o Real teve valorização de cerca de 4% em relação ao Dólar, em consequência, o ajuste será de 7% em R$/m³."

Ou seja, um reajuste já era previsto, porque eles acontecem a cada três meses. A taxa de 7%, porém, foi determinda pelo preço do barril do petróleo nso últimos três meses, que é negociado em dólar e da variação cambial entre dólar e real.

E para o bolso, como fica?

Ainda na nota divulgada, a Petrobras destacou que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelas margens das distribuidoras (e, no caso do GNV, dos postos de revenda) e pelos tributos federais e estaduais.

Além disso, o processo de aprovação das tarifas é realizado pelas agências reguladoras estaduais, conforme legislação e regulação específicas. Então, o valor final vai variar de região para região dependendo dessas variantes.

O fato é que com o aumento anunciado nesta terça-feira, dia 6, o aumento total em seis meses será de 48%, considerando o aumento anterior, de 39% (referente aos meses de janeiro, fevereiro e março).

Mas apenas para se ter uma noção, em São Paulo, em algumas regiões, a média do preço do GNV vinha sendo de R$ 4,30. Com o aumento de 7%, ele deve chegar a pelo menos R$ 4,60. Já no Sul do Brasil, para citar outro exemplo, em algumas localidades o GNV está na faixa dos R$ 4,59 e com o reajuste deve passar os R$ 4,91.

E vale a pena usar o GNV?

Os especialistas dizem que sim, o uso do GNV pode até vale a pena, mas depende de uma série de fatores que precisam ser levados em consideração.

O primeiro ponto é saber se onde você mora há abasteciento de gás natural, pois não raro, cidades grandes não possuem postos de combustível com essa alternativa. É importante ter um posto com GNV por perto, não é mesmo?

Outro ponto importante de se avaliar é o custo por km e a autonomia com o uso do gás natural. Mas como calcular? Existem alguns cálculos que podem ser feitos, mas também existem simuladores de custo para o uso de GNV em diversos sites e há também aplicativos que te ajudam nessa tarefa, como o Simulador Economia GNV, disponível na Play Store.

O consumo de GNV em um carro vai depender muito do tipo de motor e do dispositivo instalado no veículo. Sabendo dessas informações, você precisa comparar ainda o preço dos demais combustíveis com o GNV e verificar se vale a pena ou não. O ideal é o GNV esteja custando cerca de metade do preço da gasolina, por exemplo, para que ele realmente valha a pena.

E ainda assim, os especialistas apontam que o GNV é mais indicado para os motoristas que percorrem longas distâncias, de forma que o custo elevado do kit gás (que gira em torno de R$ 2.500 a R$ 6 mil) se pague mais rapidamente.

Outra dica é que em algumas cidades do país, como é o caso do Rio de Janeiro, há alguns incentivos extras, como desconto no IPVA para quem utiliza gás. Se esse é o seu caso, isso também deve ser levado em consideração.

Por lá, a alíquota do imposto para quem tem o GNV é de 1,5% em comparação a 4% para quem usa gasolina ou etanol. Dessa forma, o desconto pode chegar a 62.5%.

O que é o GNV?

O gás natural veicular (GNV), conhecido como combustível do futuro, é uma mistura de hidrocarbonetos leves que, sob temperatura ambiente e pressão atmosférica, permanece no estado gasoso. É constituído predominantemente por metano (CH4) com teor mínimo em torno de 87%. Ele é encontrado acumulado em rochas porosas no subsolo, frequentemente acompanhado por petróleo e constituindo um reservatório.

A queima do GNV é reconhecidamente uma das mais limpas, praticamente sem emissão de monóxido de carbono. Por não possuir enxofre em sua composição, a queima do gás natural não lança compostos que produzam chuva ácida quando em contato com a umidade atmosférica, contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade de vida da população.

Veículos que podem usar GNV

Diversas portarias e decretos governamentais definiram as regras para utilização do gás natural veicular. Dentre eles, o decreto nº 1.787, de 12 de janeiro de 1996 autorizou a utilização do GNV para todos os tipos de veículos: frotas de ônibus urbanos e interurbanos, veículos de carga e transporte, frotas de serviços públicos, frotas cativas de empresas, táxis e veículos particulares.