Sempre que aparecem notícias relacionadas à economia, em destaque sempre está o dólar, não é mesmo? Ela é a principal moeda da economia mundial, o que faz com que todas as outras moedas sejam baseadas nela. Mas você sabe como isso aconteceu?

Geralmente, as pessoas acreditam que esse fator ocorre porque a economia estadunidense é a maior do mundo, e também pelos Estados Unidos serem a maior potência mundial após a Segunda Guerra. Porém, independente das opiniões, a moeda tornou- se a maior referência para a economia do mundo, influenciando no dia a dia.

Por que o dólar é tão importante e por que dependemos tanto dessa moeda?

Confira quais motivos fizeram com que o dólar tenha se tornado a principal moeda no comércio internacional.

Como era a economia internacional antes do fortalecimento do dólar?

Hoje sabemos que o dólar é a moeda referência internacional, mas saiba que não foi sempre assim. Até o século XIX a moeda mais respeitada do mundo era a libra esterlina, da Inglaterra. Nessa época, a Inglaterra era considerada uma potência mundial, já que lá se iniciou a Revolução Industrial.

Já o dólar ainda nem cogitava em ser uma opção para o mercado mundial. Isso porque os Estados Unidos não eram vistos como potência mundial, e também porque era considerado um devedor pouco confiável. Além do mais, o sistema monetário do país não era unificado.

Apesar da libra esterlina não ser mais a moeda de referência, ela continua mais valorizada que o dólar, sendo uma das moedas mais caras do mundo.

Após a Primeira Guerra Mundial (1914 e 1918) foi que o dólar começou a ganhar força. Nesses anos, a Inglaterra atingiu seu ápice como país líder financeiro global, sofrendo graves consequências da guerra no continente, fazendo com que sua economia ficasse abalada.

Foi então nesse momento que os Estados Unidos começaram a estar mais ativos no comércio internacional.

Como o dólar se tornou a moeda mais forte do mundo?

Foi na Primeira Guerra Mundial que o dólar começou a ser visto como uma moeda importante. Nessa época, a economia utilizava o padrão-ouro. Mas com a chegada da Primeira Guerra houve quedas bruscas, pois era a Inglaterra que dispunha as maiores reservas desse metal precioso.

Com essa queda, houveram desequilíbrios econômicos em diversos países, fazendo com que o cenário internacional passasse por um grande período de transição até a Segunda Guerra Mundial.

Durante os acontecimentos da segunda guerra, muitos países começaram a rever novas estratégias, nas quais consistia em adotar durante o padrão-ouro uma taxa de câmbio fixa baseada em uma moeda forte.

O que aconteceu com o dólar na Segunda Guerra Mundial?

Foi então na Segunda Guerra Mundial que os EUA entraram junto à Tríplice Entente (formada por França, Inglaterra e Império Russo). Nesse período, o país começou a se consolidar como uma nova potência mundial, com as vendas de material bélico e outros produtos considerados necessários para a guerra e para atender às populações europeias, que estavam sofrendo com o desabastecimento e viam suas indústrias desativadas.

Claro que a moeda utilizada seria a do país que tivesse mais capacidade de ser o líder do grupo na época, que era os Estados Unidos. Ainda mais que o país estava investindo pesado na reconstrução de outros países europeus, que se viam mais dependentes para voltar a se desenvolver, como era antes da guerra.

Então, é possível dizer que a moeda americana passou a ser referência monetária após a Segunda Guerra Mundial. Isso porque, após esse conflito, os Estados Unidos conseguiram se consolidar como a principal potência econômica, financiando até mesmo a reestruturação do Japão, por exemplo.

O que foi a Conferência de Bretton Woods?

Um marco que consolidou o dólar como a principal moeda da economia foi a Conferência de Bretton Woods, realizada nos Estados Unidos. Essa conferência aconteceu em 1944, e teve como objetivo definir uma nova ordem econômica mundial, isso para reerguer o capitalismo nos continentes.

A proposta de Harry White foi a mais aceita, na qual visava manter o vínculo do câmbio do dólar com o ouro, e ainda defendia que a moeda fosse a única com valor diretamente fixado no metal. Então, os países passaram a ter um valor fixo de sua moeda relacionada ao dólar.

Foi nesta mesma conferência que foi criado o famoso FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.

Como foi o fim do acordo Bretton Woods?

Em 1970 o regime de câmbio fixo do ouro vinculado ao dólar chegou ao fim, pois alguns países começaram a discordar da regra, já que o acordo dependia muito da situação econômica dos Estados Unidos.

Após alguns problemas de escassez de dólares e da abundância da moeda em diversos países, começaram a surgir problemas e com isso, houve a necessidade de mudar o valor da moeda. Isso porque o dólar poderia começar a ser visto como uma moeda não confiável. Mas mudando o câmbio, o dólar deixaria então de ter valor fixo.

Foi percebido então que a moeda estava com uma desvalorização, não correspondendo à quantia exata de reservas de ouro. Portanto, caso os credores quisessem fazer a conversão do papel em metal, não haveria o suficiente para cobrir todas as demandas. Desta forma, perceberam que não tinha mais como continuar com o acordo, que foi rompido em 1971. Em 1973, o sistema Bretton Woods foi oficialmente deixado de lado, mesmo ano que foi adotada a política do câmbio flutuante, existente até hoje.

Por que dependemos tanto do dólar?

O dólar tem uma grande importância na economia mundial pois muitos países a consideram uma moeda confiável. O "padrão dólar" é utilizado no mundo como forma de comércio entre os países e oferece garantia comparada a outras, além de seu sistema ser uma alternativa viável para o comércio entre as nações.