A Renova Energia (RNEW3, RNEW4 e RNEW11), que segue em recuperação judicial, anunciou que seu Conselho de Administração aprovou a convocação de assembleia geral extraordinária de acionistas para deliberar sobre a proposta de incorporação, pela companhia, da Bahia Holding S.A.
Controlada pela Renova, a Bahia Holding é uma sociedade cujo valor patrimonial a ser absorvido pela compradora em razão da incorporação é de R$ 65,6 milhões, segundo laudo realizado em maio desse ano.
Como resultado da incorporação, não haverá alteração do capital social da Renova Energia nem a emissão de novas ações pela companhia, de forma que a incorporação não implicará qualquer diluição dos acionistas da Renova, segundo o documento divulgado.
A incorporação da Bahia Holding pela Renova Energia está prevista no plano de recuperação judicial da companhia, datado de 2020. O processo iniciou no ano anterior, entretanto.
Além de tratar sobre a incorporação em si, os membros do Conselho de Administração também confirmaram a nomeação da Lion Consultoria EIRELI como empresa de avaliação da Bahia Holding, sociedade a ser incorporada e aprovaram o laudo de avaliação da sociedade.
Recuperação judicial iniciou em 2019
A Renova Energia apresentou o pedido de recuperação judicial inicialmente em 2019. Na ocasião, a empresa mostrou-se muito endividada, devido a obrigações desencadeadas por atraso na realização de projeto de energia.
"Além disso, em 2018, o preço de venda da energia elétrica renovável de matriz eólica - principal ativo produzido pelo Grupo Renova - atingiu o seu menor patamar no Brasil. Trata-se, aliás, de tendência mundial, capitaneada também por México, Índia, Marrocos, Estados Unidos da América e Canadá, e que representa um desafio adicional para todos os players do mercado de energia renovável", explicou a empresa no documento de 2019.
Ainda segundo a empresa, outra dificuldade enfrentada pelo Grupo Renova era a respeito de tentativas frustradas de alienação de parte de seus ativos. Em 16 de novembro de 2021, a Renova apresentou o segundo aditivo do plano de recuperação judicial, que prevê alienação de ativos - veja aqui na íntegra.
Quanto ao assunto alienação, vale mencionar que a Renova recebeu em março de 2022 a homologação da alienação da unidade de ativos Cordilheira dos Ventos, para a AES Brasil (AESB3), por R$ 42 milhões. Outro evento relevante foi que a Cemig anunciou em maio a alienação da totalidade de sua participação societária detida no capital social da Renova Energia.
Dívida bilionária
Segundo o último relatório de resultados, a Renova possuía dívida líquida de R$ 1,036 bilhão em março de 2022. A empresa deve dinheiro para diversas instituições financeiras atualmente, como BNDES, Bradesco e Itaú.
A Renova Energia apresentou um prejuízo de R$ 66,1 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), aumento de 120% em comparação com o prejuízo de R$ 30 milhões do primeiro trimestre de 2021. Segundo o balanço, dentre os motivos que causaram o balanço estão despesas financeiras de R$ 52,6 milhões, pagamento de multas e perdas nas operações da controlada Renova Comercializadora.
O patrimônio líquido da empresa encerrou o primeiro trimestre em R$ 721,4 milhões negativos, um aumento de R$ 66,1 milhões devido ao avanço do prejuízo acumulado.
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