A Mobly entrou para a bolsa de valores brasileira (B3) no dia 5 de fevereiro deste ano com a ação MBLY3 após realizar sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), que movimentou quase R$ 812 milhões. Na operação, as ações foram precificadas a R$ 21, ficando dentro da faixa indicativa estipulada de R$ 17 a R$ 23,50 traçada para a operação.

No pregão de estreia, a MBLY3 teve alta de 25,71% no fim do pregão, cotada a R$ 26,40. Já nesta segunda (8) os papeis recuam 4,75% a R$ 25,15.

IPO da Mobly

A empresa protocolou o pedido de IPO em 7 de dezembro de 2020 junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que só veio autorizar a abertura de capital da empresa recentemente.

De início, o IPO contou com uma distribuição primária de 37,037 milhões de ações e oferta secundária de 1,61 milhão de ações ordinárias. Com cada ação fixada a R$ 21, a operação movimentou quase R$ 812 milhões.

Segundo o documento da oferta, com os recursos captados pela distribuição primária (95,8% da oferta base), a Mobly pretende:

  • Fortalecer o capital de giro e estrutura financeira;
  • Investir em marketing e publicidade (online e televisivo);
  • Investir em bens de capitais, incluindo a expansão de novas lojas físicas, centros de distribuições e desenvolvimento de tecnologia da informação interna.

Já os 4,2% da oferta secundária inicial, que compreende R$ 34 milhões, serão destinados ao grupo alemão home24, acionista controlador da Mobly.

Foram coordenadores do IPO as instituições Morgan Stanley, Bradesco BBI, Itaú BBA e Goldman Sachs.

- Veja os documentos do IPO na íntegra.

Quem é a Mobly?

Fundada em 2011 pelos empresários Victor Noda, Marcelo Marques e Mario Fernandes, a Mobly atua no comércio eletrônico, focando a operação nos segmentos de móveis e decoração (Home & Living), cujos artigos ultrapassam, juntos, 200 mil unidades. Além da operação digital, a empresa também possui lojas físicas.

"Nosso forte posicionamento de mercado é evidenciado pelos nossos aproximados 925 mil clientes ativos (em 30 de setembro de 2020), com um total de mais de 1,1 milhão de pedidos, somando mais de R$550 milhões em GMV (Volume Bruto de Mercadorias - Gross Merchandise Value, que é o valor de todas as mercadorias vendidas após cancelamentos) ao longo dos primeiros nove meses de 2020", disse a empresa.

Com planos de expansão vigentes após o IPO, a empresa conta atualmente com 11 lojas ao todo, considerando as últimas inaugurações feitas entre 2019 e 2020 em Minas Gerais, Santa Catarina, bem como na capital e interior de São Paulo.

Segundo o balanço divulgado, a empresa vem registrando prejuízos desde 2017. Ademais, no fim dos nove primeiros meses de 2020, a Mobly teve um prejuízo líquido de R$ 16,6 milhões, o que mostra certa melhoria quando comparado com o resultado negativo de R$ 38,9 milhões obtido nesse período de 2019, conforme pode ser analisado na tabela abaixo:

Fonte: RI/Mobly.
Fonte: RI/Mobly.