A Azul (AZUL4) registrou uma receita recorde de R$ 3,193 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), segundo o balanço de resultados divulgado pela companhia aérea. O desempenho ficou 74,9% acima da receita obtida no mesmo período do ano anterior e 25,6% acima de janeiro a março de 2019 (1T19), quando não havia pandemia da covid-19.

Segundo o relatório, destaca-se a receita de passageiros que cresceu 77,9% para R$ 2,843 bilhões, bem como a capacidade total que aumentou 26,4% em comparação com o mesmo período de 2021. Frente ao 1T19, a receita de passageiros aumentou 16,8%, mesmo com o tráfego internacional e corporativo ainda longe da recuperação total.

Além disso, o PRASK, indicador que mostra a receita de passageiros por assentos-quilômetros oferecidos, apresentou aumentou de 40,7% em relação ao 1T21 e de 7,1% em relação ao 1T19, impulsionado por forte aumento da demanda de lazer e pela recuperação da linha corporativa do período. Veja abaixo comentário da empresa sobre o assunto:

"Embora tenhamos enfrentado desafios operacionais de curto prazo devido à Ômicron durante o primeiro trimestre de 2022, este efeito já ficou para trás", disse a administração da Azul pelo relatório. "(...) Terminamos o trimestre com nove meses consecutivos de forte e crescente demanda de lazer, ao mesmo tempo em que o corporativo acelerou rapidamente, nos permitindo elevar tarifas para compensar o aumento dos preços dos combustíveis. Atualmente, as tarifas estão em níveis recordes, muito acima de 2019".

Outros destaques dos resultados da Azul (AZUL4) no 1T22

A Azul teve lucro líquido de R$ 2,658 bilhões no 1º trimestre de 2022, assim revertendo o prejuízo de R$ 2,6 bilhões obtido no mesmo período de 2021, segundo o balanço divulgado.

De outro lado, considerando operações com marcação a mercado e variação cambial, a aérea mostra prejuízo líquido ajustado de R$ 808,4 milhões, sendo uma melhoria de 24,4% na comparação anual.

Por sua vez, o ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 592,7 milhões no 1º trimestre de 2022, apresentando forte alta de 357% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Nesse intervalo, a margem ebitda subiu 11,5 pontos para 18,6%, como pode ser visto na tabela abaixo:

Créditos: Reprodução/Azul.
Créditos: Reprodução/Azul.

Além do aumento na receita de passageiros, no 1T22 a Azul reportou crescimento de 53,4% na linha de cargas e outras receitas, na comparação com o primeiro trimestre de 2021, que totalizou R$ 350,1 milhões com aumento da demanda pelas soluções logísticas da empresa. Em comparação com o período pré-pandemia, essa receita mais do que triplicou.

No 1T22, a Azul registrou despesas operacionais de R$ 3,122 bilhões, representando um crescimento de 53,1% principalmente devido a um aumento de 57% nos preços do combustível de aviação e um aumento de capacidade de 26,4%, parcialmente compensado por uma valorização média de 4,3% do real em relação ao dólar americano e por iniciativas de maior produtividade e redução de custos, segundo o relatório.

Vale mencionar que em seu balanço de resultados, a Petrobras (PETR4) anunciou que houve no primeiro trimestre de 2022 um forte aumento de 122,3% no querosene de aviação.

Representando 28,7% da receita dos últimos doze meses, a liquidez imediata, incluindo caixa e equivalentes de caixa, contas a receber e investimentos de curto prazo, totalizou R$ 3,258 bilhões no 1T22. Já a liquidez total, com depósitos, reservas de manutenção, investimentos de longo prazo e recebíveis foi de R$ 6,011 bilhões em queda anual de 16,7%.

O relatório mostra que o caixa da Azul fechou o primeiro trimestre em R$ 4,134 bilhões, representando um recuo de 21,3% em relação ao trimestre anterior.

A Azul encerrou o 1T22 com uma dívida líquida de R$ 15,939 bilhões, assim sendo uma queda de 10,4% em relação ao quarto trimestre de 2021. Dessa maneira, a alavancagem financeira (dada pela relação dívida líquida/ebitda) caiu de 11,2x para 7,8 vezes no mesmo intervalo. "Estamos confiantes em nossa capacidade de reduzir a alavancagem organicamente e podemos chegar a uma alavancagem começando com 5 no final de 2022, reduzindo para começar com 4 no final de 2023 e com 3 no final de 2024", disse a companhia.

Projeções da Azul (AZUL4) para 2022

Desconsiderando eventos não recorrentes, só com suas operações a Azul espera registrar um ebitda de aproximadamente R$ 4 bilhões em 2022, e de R$ 5,5 bilhões em 2023, quando a projeção é de recuperação total. Veja abaixo comentário da companhia aérea:

Em 2022 esperamos um crescimento de capacidade de aproximadamente 10% em relação a 2019 e continuamos confiantes em um EBITDA para o ano de 2022 estimado em cerca de R$4,0 bilhões, excluindo itens não recorrentes. Considerando nossa estratégia de crescimento da capacidade, acreditamos que em 2023 estaremos com nossas operações totalmente recuperadas.

Em 2021, a Azul teve um ebitda acumulado de R$ 1,591 bilhão em crescimento de 501% em relação a 2020, mas representando recuo de 56,1% frente a 2019, antes da pandemia da covid-19. Confira abaixo as projeções para os próximos anos:

Créditos: Reprodução/Azul.
Créditos: Reprodução/RI Azul.