O PIX foi lançado em 2020 pelo Banco Central do Brasil e ganhou espaço na rotina dos brasileiros, assim cumprindo com a promessa de revolucionar o mercado de pagamentos no país. Recorde atrás de recorde, dados do Bacen mostram que mais de 117 milhões de pessoas (físicas) estavam cadastradas no sistema esse ano.

Rápido, fácil e gratuito, o Pix substitui o antigo TED e DOC com suas transferências seguras e imediatas, sendo incorporado, além dos aplicativos de bancos, nas vendas online, pagamentos de contas e comércios físicos que aceitam essa forma de pagamento.

Entretanto, existe o outro lado da moeda. A ferramenta que era para ser uma solução também possui uma vertente que gera preocupação e tudo está baseado em um dos tipos de crimes mais famosos do país: o roubo de celular.

Acontece que bandidos acompanharam a evolução da tecnologia e do Pix no Brasil e inovaram as formas de golpes, isso usando o celular alheio. Diante disso, os brasileiros precisam, obviamente, reforçar a segurança dos smartphones, mas outra tendência apareceu esse ano: o "Celular do Pix". Entenda abaixo!

Créditos: Divulgação/Bacen.

O que é o "Celular do Pix"? Xiaomi confirmou o caso

Nos últimos dias, a mídia vem mencionando o termo "Celular do PIX" com intensidade, especialmente após o site TechTudo revelar que a Xiaomi tem recebido clientes interessados em comprar um celular para deixar em casa.

A empresa confirmou ao portal um aumento na procura por celulares intermediários e com preço mais acessível, apenas com o objetivo de manter o smartphone em casa com os aplicativos de bancos e outras instituições financeiras instalados. A ideia é a proteção dos dados bancários, que trazem o Pix, no caso de roubos e furtos.

Dona da marca Redmi, a Xiaomi é uma grande empresa chinesa que cresce cada vez mais no país, dona de aparelhos que seguem em ranking de mais vendidos no mundo.

Mas, parece que as vendas de "celulares do Pix" não agradam tanto assim a empresa. Segundo o gerente da operação da Xiaomi no Brasil, Luciano Barbosa, "é injusto ter que comprar outro celular só para fazer Pix". Dessa maneira, o executivo orienta que os usuários optem por aproveitar as ferramentas de segurança dos aparelhos mais avançados, capazes de barrar o acesso de aplicativos por terceiros.

Além da confirmação pela Xiaomi, ter um segundo celular para atividades específicas não seria algo tão novo assim. O público conectado aos jogos mobile, por exemplo, costuma manter um aparelho mais potente e destinado a partidas, com o armazenamento livre de outros arquivos.

Prejuízo de R$ 143 mil em SP após roubo de celular

Um dos crimes mais comuns no país, o roubo e furto de celular é o grande problema dos brasileiros, principalmente de quem vive nas grandes cidades. Mas, com o avanço das tecnologias, a preocupação deixou de ser baseada na perda do aparelho e passa a ser mais complexa.

Mesmo com os sistemas de segurança, os dados pessoais cadastrados nos aplicativos de bancos e redes sociais ficam vulneráveis após um roubo ou até mesmo um furto, visto que os criminosos tentam invadir os aparelhos a fim de encontrar novas maneiras de golpes; infelizmente, alguns têm êxito - confira abaixo uma lista com 4 golpes e fique atento!

É fácil encontrar casos perturbadores de roubo e furto de celular em todos os cantos do país. Recentemente, um agente de talentos, Bruno De Paula, 36, teve seu celular roubado em um semáforo na capital paulista. Com o aparelho desbloqueado em mãos, os bandidos tiveram acesso aos aplicativos bancários e movimentaram R$ 143 mil.

O caso de Bruno viralizou na internet após o paulista contar no Twitter o acontecido e chocar com o fato de que o dinheiro havia sido roubado mesmo com as instituições financeiras cientes do roubo do celular. Tempo depois da propagação da notícia, o paulista conseguiu ser estornado.

Casos como esse (de roubo de celular e invasão enquanto o aparelho permanece desbloqueado) estão cada vez mais comuns no país e, por isso, o segundo celular torna-se uma opção viável, principalmente para quem possui alto poder aquisitivo.

Qual celular comprar?

Como dito acima, segundo a Xiaomi, o tipo de celular com aumento de procura por brasileiros, que serve como "celular do Pix", é aquele intermediário com preços mais baixos, visto que o objetivo não seria a potência e outros fatores, como a qualidade da câmara, mas sim apenas a instalação dos aplicativos dos bancos para deixar em local seguro (como um cofre!).

Entretanto, diante disso, ao considerar um celular secundário, é possível que o consumidor se atente para outros detalhes do aparelho, como o armazenamento, possibilitando manter no aparelho outros conteúdos também em segurança, como fotos e vídeos.

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Golpes do Pix: conheça 5 fraudes

Algo que vem aumentando é o roubo de celular em semáforos: o carro chega no sinal vermelho, com as janelas abertas, e algum dos passageiros é surpreendido com o criminoso. Com o celular ainda desbloqueado, o bandido consegue navegar por aplicativos e arquivos, em busca de senhas e acesso facilitado aos aplicativos do banco - e do Pix.

Mas, o roubo pode acontecer em qualquer local público, até mesmo sem que a vítima perceba. Confira abaixo 4 tipos de golpes ligados ao Pix:

  1. Falso sequestro: já famoso, nesse golpe os criminosos entram em contato com a vítima e relatam um falso sequestro de algum ente familiar ou amigos, no qual é solicitado valor em dinheiro, inclusive via Pix;
  2. Falso Funcionário: o golpista se passa por atendente de banco, iniciando contato pelo WhatsApp ou SMS, e induz a vítima a criar uma chave Pix nova. Para "testar" essa chave Pix, o bandido explica que a vítima deve transferir uma quantia em dinheiro e assim realiza o golpe;
  3. WhatsApp Clonado: aqui o crime acontece por meio do roubo do WhatsApp da vítima (por meio de links maliciosos). O bandido instala o app com acesso aos contatos da vítima e passa a pedir dinheiro "emprestado", em nome da pessoa, aos conhecidos;
  4. Bug do Pix em dobro: golpe bastante aplicado no país que consiste em divulgação falsa nas redes sociais de um "bug" no sistema de pagamentos Pix que retorna em dobro transferências feitas para chaves específicas. O golpista recebe todo o dinheiro.

E então, você já conhecia algum desses golpes? Aproveite para compartilhar a matéria com familiares e amigos pelas redes sociais.

4 dicas para aumentar proteção no celular

Quem não consegue comprar um celular novo para deixar em casa com os aplicativos do banco deve sempre acompanhar o sistema de segurança que vem de fábrica. Além disso, é importante ficar atento na rua (e no semáforo). Confira abaixo dicas para deixar o smartphone mais seguro:

  • Tenha uma senha forte e, se possível, com biometria;
  • Faça a autenticação de dois fatores (como o do e-mail e aplicativos):
  • Proteja apps de bancos e redes sociais com senha ou biometria;
  • Troque o PIN da telefonia por outro;
  • Não abra links de origem desconhecida.