Após atingir a máxima de R$ 5,87 em 5 de maio de 2020, o ascendente dólar segue beirando os R$ 6. Nesta terça-feira de 9 de março, a moeda é vendida a R$ 5,82 depois de estrear em janeiro de 2021 com cotação a R$ 5,19 numa alta de mais de 13% até então.

O comportamento do dólar norte-americano faz lembrar as expectativas do ministro da economia Paulo Guedes, que em 5 de março de 2020, nas preliminares da covid-19, disse em entrevista que a moeda poderia chegar a R$ 5, caso fosse feita "muita besteira".

"Pode chegar a R$ 5? Ué, se o presidente pedir para sair, se todo mundo pedir para sair. É um câmbio que flutua, se fizer muita besteira, ele pode ir para esse nível", disse Guedes. Em 2020, o dólar saiu forte da casa dos R$ 4 e fechou o ano vendido a R$ 5,18 com valorização acumulada de 29% e, como dito acima, cada vez mais se aproxima dos R$ 6.

Na segunda-feira, 8 de março de 2021, o dólar apresentou uma subida de 1,7% para R$ 5,77 em meio ao anúncio do ministro Edson Fachin (do Supremo Tribunal Federal - STF) da anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, relacionadas às investigações da Operação Lava Jato, pela Justiça Federal no Paraná. A decisão, que ainda será revista pelo plenário do STF, devolve os direitos políticos de Lula, tornando-o elegível para as próximas eleições.

Euro bate R$ 7

O Euro, por sua vez, também segue sua tendência de alta neste ano após fechar 2020 com um salto de 40%. Até 9 de março, a moeda estrangeira já ultrapassava os R$ 7 com valorização acumulada de cerca de 10%.

Selic deve voltar a subir em 2021

Desde agosto de 2020, o Copom, órgão do Banco Central, segura a selic no menor patamar histórico, aos 2% ao ano.

Entretanto, a expectativa do mercado é de que os juros subam um pouco em 2021, assim como mostra o Boletim Focus divulgado em 8 de março, que agora prevê a taxa selic em 4% ao ano.

Além disso, vale dizer, o relatório também mostra expectativa de um dólar a R$ 5,15 no fim de 2021 ante projeções de R$ 5 levantadas há um mês.