A quarta-feira, 22 de setembro, contou com eventos importantes quanto à política monetária das Américas. Aqui no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central, decidiu aumentar a taxa básica de juros do país em 1%, trazendo a Selic a 6,25% ao ano - com expectativa de realizar um novo aumento na próxima reunião, marcada para outubro.

De outro lado, nos Estados Unidos o Federal Reserve (Fed) - que opera como banco central norte-americano - decidiu manter a meta para a taxa de fundos federais de 0 a 1/4 por cento, ou seja, de 0 a 0,25%.

Em nota à imprensa, o Fed disse que seu Comitê "espera que seja apropriado manter essa faixa-alvo até que as condições do mercado de trabalho tenham alcançado níveis consistentes". Segundo o comunicado, os níveis de emprego máximo e inflação caminham agora para ultrapassar os 2% por algum tempo, mas de forma moderada.

Compra de títulos mantida pelo Fed em US$ 80 bi por mês no mínimo

O Fed anunciou também que foi deliberada e aprovada a manutenção de compras mínimas de títulos públicos de US$ 80 bilhões por mês, bem como do programa de títulos garantidos por hipotecas de agências em pelo menos US$ 40 bilhões por mês. Isso deve acontecer até que seja possível cumprir as metas de emprego e estabilidades de preços no país.

Entretanto, o Fed destaca que caso a economia continue melhorando conforme as expectativas, o Comitê norte-americano define ser possível uma moderação nos programas de ativos públicos.

"Essas compras de ativos ajudam a promover o funcionamento regular do mercado e condições financeiras acomodatícias, apoiando assim o fluxo de crédito para famílias e empresas", explica o Fed. Tais níveis foram anunciados em dezembro de 2020 e mantidos desde então, visto que os resultados foram considerados positivos para o país.

Veja abaixo trechos do comunicado feito pelo Fed:

"O Federal Reserve [Fed] está empenhado em usar toda a sua gama de ferramentas para apoiar a economia dos EUA neste momento desafiador, promovendo assim suas metas de emprego máximo e estabilidade de preços.

Com o progresso nas vacinações e um forte apoio político, os indicadores de atividade econômica e de emprego continuaram a se fortalecer. Os setores mais afetados pela pandemia melhoraram nos últimos meses, mas o aumento dos casos de COVID-19 retardou sua recuperação. A inflação está elevada, refletindo em grande parte fatores transitórios. As condições financeiras gerais permanecem acomodatícias, em parte refletindo medidas de política para apoiar a economia e o fluxo de crédito para famílias e empresas dos EUA.

A trajetória da economia continua dependendo do curso do vírus. O progresso na vacinação provavelmente continuará a reduzir os efeitos da crise de saúde pública na economia, mas os riscos para as perspectivas econômicas permanecem.

O Comitê busca atingir o máximo de emprego e inflação à taxa de 2% no longo prazo. Com a inflação persistentemente abaixo dessa meta de longo prazo, o Comitê buscará atingir a inflação moderadamente acima de 2% por algum tempo, de forma que a inflação média seja de 2% ao longo do tempo e as expectativas de inflação de longo prazo permaneçam bem ancoradas em 2%. O Comitê espera manter uma postura acomodatícia da política monetária até que esses resultados sejam alcançados."

Acesse a nota na íntegra.

Quem é o Fed?

O Federal Reserve System é o banco central dos Estados Unidos, assim como o Bacen é o banco central brasileiro. Hoje tendo Jerome Powell como presidente, o Fed tem como responsabilidade principal manter o pleno funcionamento da economia norte-americana, e isso acontece por meio de cinco medidas, segundo o site da instituição, sendo elas:

  1. Condução da política monetária dos Estados Unidos para promover o máximo de empregos, preços estáveis e taxas de juros moderadas de longo prazo na economia do país;
  2. Promoção de estabilidade do sistema financeiro, bem como redução e contenção de riscos sistêmicos por meio de monitoramento ativo e envolvimento nos Estados Unidos e no exterior;
  3. Promoção de segurança e solidez das instituições financeiras individuais e monitoramento de seus impactos no sistema financeiro;
  4. Promoção de segurança e eficiência do sistema de liquidação e pagamento por meio de serviços para o setor bancário e o governo dos Estados Unidos que facilitam as transações e pagamentos em dólares do país; e
  5. Proteção ao consumidor e ao desenvolvimento da comunidade por meio de várias atividades, como supervisão e exame focados no consumidor, bem como pesquisa e análise de questões e tendências emergentes do consumidor.