A aposentadoria se configura como um dos momentos mais importantes da vida de uma pessoa. É dito isso, pois para muitos, a aposentadoria é sinônimo de descanso depois de muitos anos de trabalho.

Por isso, ninguém deseja chegar a essa fase e ter uma perda significativa no seu conforto e padrão de vida. É justamente por isso que muitas pessoas optam por encontrar formas de complementar a renda que vão ter ao longo desse período. E uma dessas alternativas é o fundo de previdência.

De acordo com uma pesquisa da Federação Nacional de Previdência Privada (FenaPrevi), a busca por esse tipo de produto aumentou 16% no Brasil entre 2020 e 2021. Diante disso, vamos te mostrar a seguir como você pode escolher o melhor fundo de previdência conforme o seu perfil. Dessa forma você pode fazer o famoso "pé de meia".

Como funcionam os fundos de previdência?

Um fundo de previdência é um investimento de longo prazo, com foco na aposentadoria dos seus membros. Como é um fundo, a intenção é que todos os cotistas realizem aplicações para fazer o valor acumular e render. Inclusive, é possível resgatar o valor no futuro, para a aposentadoria do investidor.

O objetivo de cada fundo é definido conforme o gestor e de acordo com a política interna estabelecida. Entretanto, pode-se dizer que quanto maiores os investimentos realizados ao longo da fase de acumulação, maior será o benefício do qual você usufruirá quando se aposentar.

É importante citar ainda, que existe mais de um tipo de fundo de previdência. Sendo assim, antes de começar a investir em um produto do tipo, análise todas as características e se assegure de que elas correspondem aos seus objetivos, perfil, e preferências em geral.

Quais são os tipos de fundos de previdência?

Abaixo, confira os diferentes tipos de fundos de previdência disponíveis no mercado:

1. Renda fixa

Neste fundo, a pessoa busca a rentabilidade em produtos de renda fixa. Tais como os CDBs, debêntures, letras de crédito, ou títulos públicos. Em geral, as estratégias dessa categoria serão direcionadas a índices de preços ou à taxa de juros. Podem ser:

  • Soberanos (100% do patrimônio investido em títulos públicos federais);
  • De grau de investimento (80% do patrimônio alocado em títulos com baixo risco de crédito);
  • De crédito livre (ao menos 20% das aplicações em produtos de médio e alto risco).

2. Ações

Nessa opção, o critério é um mínimo de 67% dos investimentos da carteira em ações e outros ativos. Podem ser indexados, acompanhando as variações de índices de referência, ou ativos, pelo contrário.

Ademais, os fundos com esse perfil possuem uma maior volatilidade, por se basearem majoritariamente em ações, que são produtos de natureza variável.

3. Balanceados

Visam retorno investido em uma diversidade de produtos, tanto de renda fixa, quanto variável. Eles se diferenciam entre si por meio do percentual da carteira destinado aos investimentos em produtos de renda variável: há balanceados 15%, 15% a 30%, 30% a 49% e acima de 49%.

4. Multimercados

Se parecem com um fundo de previdência balanceado por conta da estratégia usada (investir em ativos de diversas categorias e riscos). O que difere os dois, é que os multimercados não precisam explicitar a fatia que se destina aos investimentos em renda variável: basta respeitar o limite máximo de 70%.

Quais são os tipos de perfil de investidor?

Assim como é importante conhecer os tipos de produto no qual você quer investir, também é necessário compreender as características que se encaixam à própria postura enquanto investidor.

Existem 3 tipos de perfil: conservador, moderado e arrojado. Os mesmos representam uma progressão dos investidores com menor tolerância a risco até os que mais se permitem tomá-los.

Para saber qual é o seu, é preciso realizar um teste de suitability, o qual busca compreender os produtos mais recomendados por cada pessoa, conforme os fatores como preferências, projeções, horizonte de tempo, objetivos, e disposição a arriscar.

Ademais, o perfil de investidor não é fixo: ele pode mudar conforme o momento em que a pessoa vive. Com relação aos produtos, nada impossibilita que você aplique o seu dinheiro no que quiser. Entretanto, existem ativos mais recomendados para cada tipo de perfil.

Em geral, os conservadores preferem CDBs, Tesouro Selic, fundos conservadores, entre outros investimentos do tipo. Já os moderados também podem aplicar nesses produtos. Entretanto, eles costumam ser mais inclinados a investir em fundos imobiliários, ou multimercados, por exemplo. Por fim, os mais arrojados buscam opções como ações, moedas, e criptomoedas, fundos cambiais, entre outros.

Como escolher um fundo de previdência?

Assim como nenhum investimento é igual a outro, os investidores também são diferentes entre si. É dito isso, pois cada um tem objetivos, tolerância a risco, bem como horizonte de tempo.

Sendo assim, ao se perguntar como escolher um fundo de previdência, é preciso considerar todos esses fatores para ser possível escolher pelo tipo de fundo de previdência que mais se encaixa na sua realidade.

Abaixo, confira 4 pontos importantes a considerar na hora de escolher um fundo de previdência.

1. PGBL ou VGBL

O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) se tratam de tipos de planos de previdência privada. Sendo assim, você precisa escolher entre um deles para contratar o fundo no qual você deseja investir. Com isso, é importante entender a diferença entre cada um.

Em geral, o PGBL tem um possível benefício fiscal: a dedução de até 12% na renda bruta mensal declarada, diminuindo a quantia paga em tributos. Enquanto isso, o VGBL não tem essa possibilidade - em compensação, a tributação incide somente sobre os rendimentos, não sobre o valor total.

Assim, se você realiza a declaração do Imposto de Renda na modalidade completa, o PGBL é a opção mais indicada. Caso contrário, o VBGL pode ser mais interessante.

2. Avalie o retorno

Quanto maior é o prazo de uma aplicação, maior será o efeito dos juros compostos. Também chamados de juros sobre juros, se referem ao momento em que a rentabilidade é incorporada ao capital. E isso, aumenta a base para a incidência de novos juros em uma bola de neve positiva.

Vale ressaltar que uma das vantagens dos planos de previdência é a chance de pagar menos imposto que o cobrado por outras aplicações. Para os investimentos maiores a 10 anos dentro da tabela regressiva, a alíquota de IR fica em 10%, enquanto a taxa mínima é de 15% em outras aplicações. A soma dos dois fatores pode representar um bom potencial de rentabilidade.

3. Tome cuidado com as taxas

Além de realizar uma pesquisa extensa sobre o plano que melhor se encaixa com as suas necessidades, o conselho é se atentar às taxas cobradas. A taxa de administração, custo que incorre sobre o valor investido, come parte da sua remuneração.

Vale ressaltar que os fundos que investem em renda variável ou fora do Brasil, costumam cobrar taxas de administração elevadas, já que isso exige um trabalho mais complexo de gestão. Sendo assim, tenha isso em mente no momento de fazer a sua escolha.

4. Considere a portabilidade

Caso você tenha um plano, e não gosta mais do mesmo, é bom considerar que os fundos de previdência privada ofertam a possibilidade de trocar de instituição, chamada de portabilidade. Isso possibilita transferir os seus recursos sem custos se você achar um plano mais vantajoso e rentável.

É como se fosse uma portabilidade de celular: se você usa um plano da operadora A, e estiver insatisfeito, é possível ir até uma nova instituição e pedir um novo plano.

Em ambos os casos, não há nenhum custo envolvido no processo. E no caso da portabilidade dos fundos, o procedimento é realizado de forma que você não passa tempo com o dinheiro parado, e isso não prejudica a sua rentabilidade.