A companhia de alimentos JBS (JBSS3) anunciou que a Standard & Poor’s (S&P), agência que analisa crédito de empresas e países, aumentou a classificação da companhia de "BB+" para "BBB-", com perspectiva estável.

Segundo o relatório publicado pela S&P, "a JBS tomou medidas para melhorar os controles de risco e agora tem um histórico de gerenciamento de risco mais prudente e melhor eficácia do Conselho."

Além disso, a JBS relembrou que as agências de rating Fitch Ratings (Fitch) e Moody’s Investors Service (Moody’s) já haviam elevado a classificação da JBS para grau de investimento. Dessa forma, as três agências agora classificam a companhia como grau de investimento, portanto, sendo considerada Full Investment Grade, consta no comunicado.

"Também temos mais visibilidade sobre o real impacto financeiro das penalidades dos litígios judiciais. Como resultado, alteramos nossa avaliação de governança da empresa de fraca para regular.

Esperamos que a JBS apresente margens saudáveis e crescimento contínuo, mas com políticas financeiras menos agressivas, que devem manter a alavancagem consistentemente abaixo de 3x, apesar da volatilidade histórica nos fluxos de caixa, aquisições, litígios e pagamentos aos acionistas", disse a agência de crédito S&P em relatório.

A JBS fechou o primeiro trimestre de 2022 (1T22) com dívida líquida em reais de R$ 66,488 bilhões, com aumento anual de 16,3%. Mas, a alavancagem financeira, dada pela relação dívida líquida/ebitda, caiu de 1,76 vez no mesmo período de 2021 para 1,36x no 1T22.

JBS finaliza aquisição de três empresas em 2022

O histórico de eventos da JBS mostra que a gigante de proteína finalizou aquisição de três empresas em 2022: Rivalea, na Austrália; Grupo King's na Itália e Estados Unidos; e da espanhola BioTech Foods.

Em nota, a JBS anunciou ainda em maio que a companhia adquiriu duas plantas na região MENA (Oriente Médio e Norte da África, na sigla em inglês) para a produção de alimentos preparados. "Além das aquisições, a JBS criou a sua própria rede de distribuição para colocar os seus produtos na Arábia Saudita, nos Emirados Árabes Unidos e no Kuwait, expandindo-se para novos canais e fortalecendo o relacionamento com os seus clientes", disse a companhia.

O último movimento da JBS ocorreu em maio, tratando-se da conclusão de aquisição do controle societário da empresa espanhola BioTech Foods, S.L, uma das líderes globais no desenvolvimento de biotecnologia para a produção de proteína cultivada, setor em que a gigante de alimentos projeta investimentos para ampliação.

"As operações marcam o ingresso da JBS no mercado de proteína cultivada, que consiste na produção de alimentos a partir de células animais, e está em linha com a estratégia de ampliar a sua plataforma de novas formas de produção de proteína, como reflexo das novas tendências de consumo e do crescimento populacional esperado nas próximas décadas", disse a JBS em comunicado.

No mesmo momento, a JBS aproveitou para informar ao mercado que irá sediar na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, seu Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em Biotecnologia de Alimentos e de Proteína Cultivada, o JBS Biotech Innovation Center.

O local que inicialmente terá como foco o desenvolvimento de tecnologia própria para a produção de proteínas cultivadas, precisará de investimentos avaliados em US$ 60 milhões.

JBS aprovou R$ 2,2 bilhões em Dividendos

Em 11 de maio desse ano, mesmo dia em que ocorreu a divulgação de resultados trimestrais, a JBS anunciou o pagamento de R$ 2,218 bilhões em dividendos aos acionistas, remuneração relativa aos resultados obtidos no ano anterior. O pagamento, marcado para maio, foi fixado em R$ 1,00 por ação.

A JBS (JBSS3) reportou, em 11 de maio, lucro líquido de R$ 5,142 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), representando um aumento de 151,4% na comparação anual. Em 2021, a JBS fechou com lucro líquido de quase R$ 20,5 bilhões com crescimento de 345,5% frente a 2020.