Após subir 25%, isso mesmo, 25% somente na última quarta-feira (3), parece que ninguém segura as ações da IRB Brasil (IRBR3) Resseguradora. No início do pregão desta quinta (4) os papeis da empresa já subiam mais 7%, cotados a R$ 11,50. Parece que a tempestade que começou em março e assombrou a empresa começou a se dissipar.

Uma das grandes pagadoras de dividendos da B3, e por isso muito visada por investidores de diversas classes, ela esteve envolvida em vários escândalos desde o início do ano, envolvendo possíveis auditorias fraudulentas e problemas no controle diretivo da empresa, até uma possível posição acionária do megainvestidor Warren Buffett - logo desmentida pela Berkshire Hathaway - aumentando ainda mais o descrédito da empresa.

IRBR3 caiu 80% em 2020

Com essa "tempestade perfeita" os papeis de IRBR3 desvalorizaram mais de 80%, agravado ainda ao fato da saída de Itaú e Bradesco do Conselho de Administração da empresa. Como se não bastasse, a Susep iniciou uma fiscalização interna na Companhia e também a CVM - Comissão de Valores Mobiliários (isso que nem citados o coronavírus). Com tudo isso, a empresa sofreu um rebaixamento de nota (rating) e grandes acionistas diminuíram suas posições, pressionando ainda mais o papel. Assim, cotada a R$ 43,00 em janeiro deste ano, as ações de IRBR chegaram a ser negociadas a R$ 6,70 em maio deste ano.

Com isso, muitos investidores ficaram apreensivos, mesmo sabendo da solidez demonstrada por IRBR no mercado até então. Alguns, inclusive, chegaram a cogitar processar a empresa pelas perdas no mercado por negligência ou má-fé dos controladores. Normalmente essas ações são custosas e demoradas, e envolvem vários pequenos investidores que ingressam com uma ação conjunta para diminuir os custos.

Se IRBR renasceu ou se é apenas "fogo de palha", só o tempo dirá.