Se você já vinha achando os preços dos combustíveis caros então se prepare pois nessa terça-feira, 26 de outubro, os valores da gasolina e do diesel serão elevados mais uma vez. A informação foi divulgada pela Petrobras na manhã dessa segunda-feira, dia 25.

Segundo a empresa, o preço médio do litro de gasolina passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 nas refinarias, com um reajuste médio de R$ 0,21 por litro, ou seja, uma alta de 7,04%. Já o diesel passará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro, num reajuste de R$ 0,28, o que representa 9,15%.

Segundo aumento no mês

Este é o segundo aumento no preço da gasolina em um único mês. No dia 9 de outubro a Petrobras já havia anunciado um aumento de cerca de 7% em seu preço nas refinarias. Já em relação ao preço do diesel, o último aumento havia sido em 28 de setembro, mas também a menos de um mês, quando foi elevado em 8,89% seu valor.

73,4% de alta no ano

Somando todos os reajustes dos últimos 12 meses a gasolina já acumula uma alta de 73,4% no período e o díesel teve um aumento de 65,3%. Isso nas refinarias, porque no bolso dos consumidores o aumento acaba sendo muitas vezes maior.

Na última semana, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio cobrado pelo litro de gasolina era de R$ 6,36, porém, em algumas regiões do país o valor chegava a R$ 7,46. O diesel estava em torno de R$ 5,04 mas também foi registrado o preço de R$ 6,42 por litro em algumas localidades.

Qual a causa desse novo aumento?

A principal causa é a cotação do dólar. E como a política de preços da Petrobras, adotada em 2016, pratica o Preço de Paridade Internacional (PPI), que se orienta pelas flutuações do mercado internacional, sentimos no bolso os reflexos dessa valorização do dólar frente ao real.

Na semana passada, o preço do barril de petróleo Brent - referência internacional - fechou acima em US$ 85,53, perto das máximas desde o final de 2018. No começo do ano, o preço médio estava abaixo de US$ 65. O dólar, por sua vez, encerrou a semana passada com uma alta de 3%, custando R$ 5,62.

Além disso, há uma previsão de demanda maior do que a oferta de combustíveis para o mês de novembro de 2021, conforme anuncio feito recentemente pela própria Petrobras. Existe a possibilidade, portanto, até de que novos reajustes sejam feitos nas próximas semanas.

"O alinhamento de preços ao mercado internacional se mostra especialmente relevante no momento que vivenciamos, com a demanda atípica recebida pela Petrobras para o mês de novembro de 2021. Os ajustes refletem também parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio", afirma a empresa.

Petrobras diz que não há perspectiva para estabilização do preço dos combustíveis

O pior é que não há uma perspectiva de estabilização dos preços dos combustíveis, ou, pelo menos, foi o que disse o gerente-geral de Comercialização no Mercado Interno da Petrobras, Sandro Barreto, na última quinta-feira, 21 de outubro, aos integrantes da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados em evento que teve como objetivo justamente discutir a alta dos preços.

Barreto explicou que existem pressões de aumento de consumo com o inverno no Hemisfério Norte e com a aceleração da produção global a partir da melhoria dos números da pandemia de Covid-19 e que não muito o que se possa fazer sobre isso. Ele também informou que os países produtores de petróleo vêm aumentando a produção de derivados, mas não há como saber se o ponto de equilíbrio entre oferta e demanda está próximo.

Por sua vez, o coordenador de Defesa da Concorrência da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Bruno Caselli, afirmou que a alta de 28,2% do etanol nos últimos seis meses está relacionada a opções das usinas sobre fabricar álcool ou açúcar, porém também reflete a alta mundial de todos os produtos ligados ao setor de energia.

Vem greve por aí?

Ao que tudo indica, insatisfeitos com o aumento dos preços e com as tentativas de negociação realizadas diretamente com o governo federal, os caminhoneiros estão se organizando para realizar uma nova paralisação no dia 1º de novembro, próxima segunda-feira.

Ainda não há muitas informações concretas, porém, alguns grupos anunciaram que pretendem realizar um movimento que dure até 15 dias, concentrado no Porto de Santos, em São Paulo, uma das principais portas de entrada e saída de produtos do país, mas também em outros estados e estradas pelo Brasil.

Se ocorrer, essa greve vem mesmo após o anúncio de um Auxílio Diesel, proposto pelo presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira passada, dia 21 de outubro. O benefício seria no valor de R$ 400, o que teria desagradado a categoria.

Com informações, Agência Brasil e Agência Câmara.