A partir dessa terça-feira, 16 de agosto, o preço médio de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,71 para R$ 3,53 por litro, uma redução de R$ 0,18 por litro. O anúncio foi feito na manhã dessa segunda, dia 15.

Esse será a terceira redução em menos de 30 dias. A primeira delas, de R$ 0,20 aconteceu no dia 20 de julho e no dia 29 houve mais uma redução de R$ 0,15. Depois disso, a Petrobras também anunciou duas reduções no preço do diesel.

Todas as vezes que o preço foi baixado, a companhia destacou que "essa redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio".

Muitos são aqueles que veem isso como uma estratégia do governo federal nas semanas que antecedem as eleições, assim como o pacote de medidas aprovadas recentemente que diminui impostos sobre os combustíveis e que dá a diversas categorias de trabalhadores - como caminhoneiros e taxistas - benefícios especiais até dezembro para ajudar a custear o combustível.

Como fica o preço?

Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,70, em média, para R$ 2,57 a cada litro vendido na bomba.

Além desse valor da Petrobras, porém, há outros fatores que estão contidos dentro do preço dos combustíveis, como a Distribuição e Revenda, Imposto Estadual, e o próprio valor do etanol anidro. Veja o detalhamento abaixo:

Créditos: Reprodução/Petrobras
Valores do dia 15 de agosto de 2022, ainda não considerada a redução anunciada. Créditos: Reprodução/Petrobras

Política de preços da Petrobras

Atualmente a Petrobras usa o Preço de Paridade de Importação (PPI) para definir o valor que cobrará dos distribuidores. Ele considera o preço dos combustíveis praticado no mercado internacional, os custos logísticos de trazê-los ao Brasil e uma margem para remunerar os riscos da operação. Como o preço no mercado internacional é em dólar, a cotação da moeda também influencia o cálculo.

Essa fórmula foi adotada a partir de 2016, no governo Michel Temer. Nos governos Lula e de Dilma Rousseff, a definição do preço considerava a variação do petróleo no mercado internacional, mas também os custos de produção de petróleo no Brasil. Dessa forma, a estatal conseguia segurar mais os impactos de oscilações dos preços no mercado internacional para o consumidor interno.

O problema dessa política de preços é que eventualmente, ao segurar a barra dos preços a Petrobras acabava lucrando menos ou tendo até mesmo prejuíjo. Isso porque ela Às vezes vendia combustível no mercado interno por um preço menor do que o pago pela importação.

Para os investidores isso não era considerado nem um pouco vantajoso. No entanto, o Brasil é autossuficiente em petróleo, mas não em combustíveis. Em 2021, o país importou 23% do diesel e 8% da gasolina que consumiu, para se ter uma ideia.

Outro ponto considerado pelo governo é que se a Petrobras cobra um preço abaixo do praticado no mercado internacional, os importadores privados se veem em dificuldades para atuar, já que eles terão que praticar esse preço internacional. Nesse cenário, eles apontam que, ou a Petrobras voltaria a importar e revender a preços mais baratos ou haveria desabastecimento.

Com informação, Agência Petrobras