A Viveo (VVEO3) anunciou que seu Conselho de Administração aprovou em maio a celebração de contrato para aquisição da totalidade das ações de emissão da Proinfusion S.A., em negociação de R$ 256,7 milhões. O anúncio ocorreu logo após a divulgação do relatório de resultados referentes ao primeiro trimestre de 2022 (1T22).

Segundo o documento divulgado, o contrato prevê aquisição da Pro Infusion, incluindo empresas controladas, que é considerada a maior manipuladora do Brasil com sete operações, presente em São Paulo, Valinhos (SP), Ribeirão Preto (SP), Curitiba (Paraná), Rio de Janeiro e Belo Horizonte (Minas Gerais).

Fundada em 1989, a Pro Infusion atua no setor de saúde, oferecendo, sobretudo a hospitais e operadoras de saúde, serviços farmacêuticos de manipulação de terapias antineoplásicas com foco em tratamentos oncológicos, manipulação de nutrição parenteral e de outras soluções estéreis.

Com mais essa aquisição, somada a compras da LIFE e FAMAP, a Viveo passa a investir mais de meio bilhão de reais para montar sua plataforma de manipulação. "As empresas irão adicionar aproximadamente R$ 90 milhões de EBITDA ao ecossistema da Companhia e corroboram a estratégia de ampliar a prestação de serviços para hospitais, clínicas e operadoras de saúde", disse a Viveo.

Viveo (VVEO3) lucra R$ 97 milhões no 1T22

A Viveo, ou CH Hospitalar (VVEO3), teve receita líquida de R$ 1,899 bilhão no 1º trimestre de 2022 (1T22), sendo um crescimento 27,9% em relação ao 1T21, com aumento em todas as linhas de negócio.

O destaque é o canal de hospitais e clínicas que apresentou receita de R$ 1,564 bilhão no 1T22, representando alta de 20,9% na comparação anual, explicada principalmente por fatores como avanço da demanda de oncologia, com a retomada dos diagnósticos e tratamentos pós o efeito da covid-19 e aumento das vendas para clínicas oncológicas, bem como ganho de participação de mercado em vacinas, principalmente em campanhas como a da gripe.

Além disso, com a aquisição da Cirúrgica Mafra em dezembro de 2021, a receita de serviços subiu 289,4%, totalizando R$ 67,475 milhões, segundo o relatório divulgado.

Sem ajustes, a Viveo apresenta lucro líquido de R$ 97,004 milhões no 1T22, mostrando um crescimento de 184,8% frente ao mesmo trimestre de 2021. Por sua vez, o lucro líquido ajustado da empresa soma R$ 99,2 milhões com alta anual de 107,6%. No mesmo intervalo, a margem líquida ajustada subiu 2 pontos para 5,2%.

Por sua vez, o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Viveo chegou a R$ 164,018 milhões no 1T22, mostrando aumento de 88,4% relação ao mesmo período de 2021. A margem cresceu 2,8 pontos percentuais para 8,6%, como pode ser visto na tabela abaixo:

Créditos: Reprodução/Viveo.
Créditos: Reprodução/Viveo.

De outro lado, o resultado financeiro apresentou uma piora de 117,2% no saldo negativo, que saltou de R$ 16,7 milhões para R$ 36,352 milhões no 1T22. Entre janeiro a março de 2022, as despesas financeiras foram de R$ 194,1 milhões, acréscimo de 138,5% como reflexo, principalmente, de maiores despesas com juros sobre empréstimos por conta do aumento da Taxa Selic, bem como pela atualização monetária das parcelas retidas das fusões e aquisições, que são corrigidas pelo CDI, que também avançou no período.

No 1T22, houve R$ 174,790 milhões na linha de despesas gerais e administrativas, um aumento anual de 26,3%, sendo entretanto, um crescimento inferior ao crescimento da receita, "já demonstrando o início da captura das sinergias dos M&AS de 2021", destaca a empresa.

A Viveo fechou o 1T22 com uma dívida líquida de R$ 381,2 milhões, assim revertendo a posição de caixa líquido de R$ 72,5 milhões no encerramento do exercício de 2021. No final do 1T22, o caixa e equivalente de caixa foi de R$ 1,276 bilhão, redução de R$ 88,5 milhões em relação ao saldo inicial do trimestre.